Prólogo

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Eu me lembro como se fosse ontem. Era só mais um dia, o sol brilhava lá fora e mamãe e papai adentravam a nova casa com caixas onde estavam as nossas coisas. Eu logo atrás, com um bichinho de pelúcia, uma raposa.

Sempre me perguntei porque vivíamos nos mudando, era algo que realmente achava estranho. Mesmo pequena eu sabia que não éramos uma família normal. Algumas vezes mamãe voltava tarde para casa, suja de sangue e chorando, e papai mandava eu ir para a cama, acho que ele não queria que eu visse, mas mamãe tinha olhos estranhos sempre que voltava desse jeito. Eles pareciam negros como carvão e suas pupilas ficavam vermelhas, embora normalmente fossem castanhos.

Depois de um tempo eu entendi. Mamãe era uma Ghoul. Papai, um humano. Eu, uma parte de cada um deles. Nós nos mudavamos porque muitos não aceitavam isso, e descobri da pior maneira.

Mamãe estava me ajudando a arrumar o meu novo quarto, quando ela paraliza.

Ela me puxa escada abaixo, nos levando até a sala, onde papai colocava livros numa prateleira. Minha mãe dá um abraço nele, então sussurra algo que eu não consigo ouvir. Papai parece se assustar.

- Nós não deixamos pistas, como eles estão vindo?

- Shiii, eu acho que é por causa da Addie. O cheiro dela é diferente, eu falei, ela é só metade humana.

Vejo os dois se entreolhando, com lagrimas nos olhos. Então eles rapidamente se abraçam novamente, e quando se separam, meu pai vem até mim.

- Eu te amo tanto, tanto, minha raposinha. Papai vai estar sempre com você. - Ele diz com lagrimas nos olhos enquanto me abraça. Agarro seus cabelos pretos e olho em seus olhos azuis sem entender. Depois que ele me solta ele vai até as janelas e da uma rápida olhada. Minha mãe agora caminha até mim. Seus cabelos brancos como os meus balançam um pouco devido ao vento que entra pela janela aberta.

- Olha pra mamãe meu amor- ela diz se abaixando e segurando meus ombros- Mamãe quer que você entre no porão, atrás da prateleira tem uma porta. Você vai entrar lá e não vai sair até que não ouça mais nada, ta bom?

- Mas m-mamãe? E você e o papai?

- Nós vamos ficar bem, okay? Você tem que ficar lá, bem quietinha.

- Mas quem vai me proteger? - digo com medo.

Minha mãe pega a minha raposa de pelúcia e me faz segura-la.

- O senhor raposo vai cuidar de você, ta bom meu amor? - ela diz, as lagrimas começando a brotar nos olhos dela.

Ela se levanta e me dá um leve empurrão até o porão e desce as escadas comigo. Quando descemos ela para em fente a uma das prateleiras e vai passando a mão pela lateral, até que ela parece pressionar algo e a prateleira se desloca para o lado, mostrando uma sala secreta. Eu entro lá. Não era muito grande, mas tinha uma cama, comida enlatada, garrafas de água uma cadeira e um pequeno banheiro. Antes de fechar a porta minha mãe me olha bem no fundo dos olhos. Seus olhos tomam um tom negro e vermelho e ela fala para mim as palavras que me marcaram a vida toda:

- Se eles chegarem aqui, eu quero que você lute. Mesmo que se ferir, lute. Se cair, se levante e nunca desista. Mesmo que eu e seu pai estivermos mortos, lute e nos vingue- eu a olho amedontrada. Minha mãe nunca falou comigo com tanta determinação e furia no olhar- Você entendeu Adhara?

Mesmo com medo, assinto e ela sai. Não sei quanto tempo passou, mas para mim pareceram horas. Depois de um tempo, eu ouvi sons estranhos. Primeiro parecia que alguém estava arrombando a porta. Então eu ouvi gritos. Primeiro pareciam gritos de raiva, mas depois pareciam de dor, e pareciam vir do meu pai. Entendendo o que provavelmente estava acontecendo, sento na cama sem fazer barulho e cubro a boca com as mãos. Lágrimas brotam nos meus olhos e eu choro em silêncio.

Então eu ouço minha mãe dar um grito ensurdecedor, repleto de raiva e dor. Ouço passos de muitas pessoas e ouço alguém ser jogado ao chão. Até que uma voz que me fez estremecer se faz presente.

- Ora ora, o que vemos aqui?

Ouço um barulho de frustração vindo de minha mãe.

- Senhor e senhora Winter, mas que bela família não? Oh, já mataram ele, isso é uma pena, eu adoraria me divertir com vocês dois.

Ouço minha mãe tentar gritar mas tudo o que sai são gemidos, como se sua boca estivesse tapada.

- Você compreende, senhora Winter- diz o homem dando uma risadinha macabra- que humanos são como gado, não compreende? Eles só servem para nos alimentarmos, fora isso são completamente inúteis. Então, agora eu pergunto, por que um ghoul como você se envolveria com um deles e teria uma criança? Em falar nisso, onde ela está? - ele fez uma pausa- procurem pela criança. - ele diz ríspido.

Ouço passos subindo e descendo escadas, espero que não achem essa sala.

-Enquanto isso senhora Winter, por que não me responde algumas perguntas, prometo ser bem rápido... - ele diz e ouço um barulho metálico- Quanto é mil menos sete?

Um tempo depois, ouço gritos de dor, e faço de tudo para não fazer barulho, pois assim estaria apenas me condenando. Ouço passos se aproximando da voz.

- Encontramos essa foto lá em cima.

- Ah uma garotinha! Venha querida, vamos brincar um pouco!

Nesse momento minha mãe entra em desespero e ouvir aquilo é estremamente agonizante. Mas eu fico quieta, assim como ela pediu.

Então eu ouço um barulho como se ossos fossem quebrados.

- EU VOU TE MATAR SEU DESGRAÇADO!!!!- era a minha mãe. Ouço um baque de dois corpos caindo no chão. Então eu ouço algo pingando perto de mim. Quando olho na direção do som, vejo algo vermelho cando no chão, gota por gota. Engulo um seco. Aquilo é sangue. Sangue dos meus pais.

Depois disso, não ouvi mais a voz da minha mãe, e nunca mais ouviria.

- Arg, esses imbecis ficando com humanos e gerando esses sangues-ruins, ainda bem que a Aogiri está exterminando essas pragas uma por uma. Devemos continuar a procurar a criança? - a pessoa que havia falado da foto pergunta.

- Quer saber, acho que não. Sem os pais provavelmente vai morrer em pouco tempo.

Um por um ouço eles indo embora. Aqueles malditos... MALDITOS ASSASSINOS!!!

Eu vou me vingar deles, eu vou caça-los e matar cada um deles, cada um que importa para eles, assim como fizeram com meus pais, assim como fizeram comigo!!!

A partir de agora, eu vou ser a justiça, e eu vou mandar os injustos direto pro inferno!!!!

Agarro a raposa de pelúcia com força.

"Mesmo que eu e seu pai estivermos mortos, lute e nos vingue."

Mamãe, papai, vai ficar tudo bem....

Eu vou vingar vocês.

。*゚+*゚+。*゚+。*゚+。*゚+。*゚+。*゚+。*゚+。*゚

N/a

Oiii meus amores ❤️

O que acharam desse prólogo? O cap não foi revisado, se tiver algum erro, pode avisar por favor.

Para deixar claro, nesse cap ela tem 11 anos.

O cap tem 1130 palavras (✿^‿^)

Os fatos aqui vão seguir o anime porque ainda não li o mangá ( mas pretendo ler).

Com o tempo acho que vocês vão entender aos poucos o papel da Adhara nessa fic, mas já aviso que não sou de clichês e odeio colocar shipps que já tem um monte de obras (. Ex: personagem X Kaneki ou personagem X Juuzou ) mas garanto que ao longo da história vai ter sim seus shipps e não vai deixar a ação de lado. Pretendo formular amizades entre ela e certos personagens do anime.

Bem, espero que tenham gostado e até o próximo capítulo (◍•ᴗ•◍)

White Fox 。*゚+Tokyo Ghoul fanfic 。*゚+Donde viven las historias. Descúbrelo ahora