Apesar dos problemas com o pai alcoólatra, com a mãe doente e com a falta de dinheiro em casa, Elisie Porter sempre lutou pelo que mais gostava, o Balé. Dedicando-se todos os dias, a vida de Lisie da uma guinada quando ela recebe sua carta de admiss...
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Meu cabelo é puxado e repuxado diversas vezes até que eu me arrependa de ter decidido vir ao salão com Joana. Ela insistiu que eu fizesse uma tonalização e cá estou eu. Sofrendo na mão de um homem que castiga meu couro cabeludo com secador, chapinha, cremes e óleos. E para piorar, quando ele diz que está pronto, não tenho tempo para ver o resultado. Logo uma mulher aparece e, sem paciência alguma, gira minha cadeira e a deita para que ela possa ter uma visão melhor do meu rosto. Não demora para pincéis e todo tipo de maquiagem serem depositados em minha pele pouco acostumada. Tanto, que não contenho o espirro ao sentir o excesso de pó que a moça de cabelos azuis deposita em mim.
- Elisabeth, Kimmy não vai conseguir te maquiar se você não fechar os olhos! - A voz impaciente de Joana sibila junto com as unhas que batem barulhosamente contra a bancada do grande salão de beleza no qual ela insistiu em me trazer.
- Eu estou um pouco agoniada - Respondo contraindo o rosto.
- Não faça isso! Vai marcar! - Minha amiga grita irritada enquanto coça a pele chocolate em seu mais alto nível de ansiedade - Não vamos terminar isso cedo, já prevejo.
Um riso escapa entre meus lábios devido a impaciência da mais velha, que a esse nível, já está com os cabelos bem presos em tranças enormes que se organizam em um belíssimo coque alto. A pele cintila com o creme iluminador que ela mesmo disse que usaria, enquanto o rosto está marcado pela maquiagem mais linda que já vi. Joana está quase pronta, quanto a mim, não faço ideia de quanto tempo a moça baixinha vai levar me rebocando. Então, quando não vejo mais as horas passarem, minha cadeira é erguida e eu posso finalmente abrir os olhos. A minha primeira visão é de Joana, que bate mini palmas com o melhor sorriso estampado nos lábios pintados.
- Eu já posso ver? - Pergunto ansiosa.
Ambas confirmam com a cabeça e eu me ergo, logo virando todo meu corpo em direção ao espelho, e o que eu vejo, me deixa completamente espantada. Meus cabelos antes apagados estão com a cor acobreada do ruivo acessa como brasa. Cada traço do meu rosto está bem delineado pela maquiagem que ao invés do que eu pensava, está leve e natural, tirando pelo batom vermelho que brilha em minha boca. Quem é essa? Minha cabeça grita.
