Apesar dos problemas com o pai alcoólatra, com a mãe doente e com a falta de dinheiro em casa, Elisie Porter sempre lutou pelo que mais gostava, o Balé. Dedicando-se todos os dias, a vida de Lisie da uma guinada quando ela recebe sua carta de admiss...
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— Jeon... — Meu suspiro condesa o ar em minha frente, me lembrando de que estou embaixo da neve que começa a engrossar, e que por mais que faça frio, não é esse o motivo de meu corpo tremer.
Meu último encontro com Jeon foi um tanto agunstiante. Seu olhar, sua postura. Tudo o deixava com um semblante amedontrador, e ele está assim nesse exato momento. Ainda me pergunto o porquê de eu conhecê-lo. O porquê de que Jungkook vem atrás de mim de tempos em tempos, sempre com a mesma história, sempre tentando me levar a desconfiar de Yoongi. Mas, desde a última vez, percebi que algo mudou. Um tom ameaçador acompanha o moreno de olhos de jabuticaba e, é isso que me assusta. Mesmo congelada no chão pelo meu temor. Sinto meu corpo entrar em combustão, por isso, minhas orbes se atentam em todo corpo de Jeon, alerta o suficiente para qualquer movimento dele. E ele então se move. O canto dos lábios se ergue em um sorriso ladino enquanto ele encara o chão, caminhando em minha direção. Quando chega próximo o suficiente, seus dedos rodeiam meu braço e puxam meu corpo o suficiente para me deixar cara a cara com ele.
— Eu disse que voltaria — Seu sorriso morre a medida que as palavras saem entre seus dentes, me revelando sua impaciência —, e que você se arrependeria por não aceitar me escutar...
— O quê você quer comigo? — Questiono trêmula mas tentando falar com firmeza — O quê ganha vindo atrás de mim?
Ele sorri mais uma vez. Um terrível sorriso macabro.
— Um aumento... É isso que eu ganho — Seu rosto se fecha — Então, me faça o favor de não me atrapalhar, dei sua chance... agora não serei mais bonzinho.
Minha cabeça gira em questionamentos sem sentindos e desconexos pela falta de respostas razoáveis que expliquem o que diabos esse cara está falando. Percebendo que nada o que eu fale o fará mudar de ideia ou melhor, que me explique o motivo de tudo isso, Jeon me puxa pelos ombros, em um momento carregado de rapidez, ele gira meu corpo, passando o braço direito por meu pescoço para me imobilizar e a mão esquerda para calar os gritos que eu tento soltar. O coreano arrasta meu corpo pelo gelo enquanto eu tento me debater. Não, Deus... Por favor, de novo não! A sensação de morte invade meu peito mais e mais a medida que eu vejo que estamos saindo da pista de patinação. Meus olhos vagueiam atrás de Yoongi mas eu não o encontro em lugar algum. O que me faz pensar se algo não aconteceu com ele também. Jeon caminha rápido, mas antes que seus pés saiam da pista de gelo, ele para. E por nosso contato, posso sentir seu corpo inteiro tencionar.
— Larga... agora — O timbre grave da voz me faz reconhecer meu companheiro. Sinto meu coração palpitar em alívio nesse exato momento.
— Você deveria estar desacordado... — Jeon ri baixo enquanto afrouxa seu aperto ao redor do meu pescoço, estendendo os braços em rendição.
Quando liberta, me viro rapidamente para Yoon e não contenho o espanto com sua visão. Meu coreano está novamente com o rosto machucado, há sangue cobrindo sua pele e suas roupas, enquanto suas mãos, marcadas em cada nódulo que une suas falegens, segura a pistola prateada bem ao topo da cabeça de Jungkook.
