Capítulo 4

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"Geralmente aqueles que sabem pouco  falam muito e aqueles que sabem muito falam pouco".


Anne

   

Silêncio.

Anne sempre achou que o silêncio nada mais é que uma escolha pessoal.

Muitas pessoas em certos momentos de suas vidas optam por ele. Elas se afastam para buscar em si mesmas o controle. Ele as ajudam a se encontra e abafa por um momento o que as aflinge, através dele ela repensa suas atitudes, erros e acertos.

Aquelas pessoas que não conseguem o apreciar nem que seja por alguns minutos, está perdendo a magnífica  sensação de paz que o silêncio nos proporciona.

Ele nos faz buscar o que ha de melhor em nós mesmos.

Uma pessoa ao ver uma criança brincando em uma possa de lama e a sua mãe chamando sua atenção e lhe dando um tapa, ela se sentirá desconfortável. Poucas irão se aproximar daquela mãe e tentar intervir e a explicar que é apenas uma criança e é normal e até mesmo aconselhável que elas fassam algumas "travessuras" de vez em quando. Elas são um reflexo de nós  mesmos quando novos.
O tempo passa rápido demais para a pararmos e pular aquela etapa mágica de suas vidas.

Mas a questão e que quando estiver sozinha a sua mente de alguma forma inexplicável irá se voltar para aquela situação vivenciada. Você pensará naquela criança e vai repensar a atitude da mãe. Afinal era apenas uma criança, que mal tinha de deixar a pequenina se divertir um pouco?

E provavelmente quando você for pai ou mãe, você vai querer o melhor para o seu filho... claro você terá dor de cabeça as vezes, mas que logo será recompensado por um sorriso banguela. Aprenderá com aquela mãe é os minutos que você tirou para repensar sobre isso, a ter mais paciência e compreensão quando tiver o seu próprio filho.

O silêncio ensina.

Também á aqueles que gostam do silêncio. Elas o fazem de sua melhor companhia.

Confessa que houve um tempo em que ela não entendia como uma pessoa podia ser feliz só. 

Mas uma garotinha fez Anne mudar de ideia.

Ela chegou no orfanato quatro dias antes do natal , e ficou no seu quarto que dividia com mais algumas garotas. Muito quieta e fechada, Bella  não interagia com as outras crianças.

Aquilo a intrigou.

Mas passou realmente a nota-la três semanas depois, a outra passava pelo jardim indo a biblioteca quando a viu em volta de umas crianças maiores. Anne se aproximou quando uma delas a empurrou. Por ser mais velha, as crianças tinham um certo respeito por ela e tinha feito dezessete a poucos dias. Os menores costumavam respeitar os adolescentes, logo ela chamou suas atenção pela grosseria ao perceber que estavam intimidando a outra e segurou sua mão andando para longe dos outros.

E ao perguntar se a criança estava bem, ela apenas assentiu a cabeça.

Um mês depois quando entrava no quarto, a negra a encontrou sentada ao lado da janela. Acontecia as famosas chuvas de verão que caem ao final da tarde, Bella sorria vidrada nos raios rasgando o céu.

Então foi ali que percebeu que ela não se incomodava com o silêncio, Anne o fazia, as irmãs e as outras crianças.

Não Bella.

O  ponto de vista de Anne foi modificado aquele dia, e como a garota estava sempre no jardim observando as flores ou no quarto desenhando, a adolescente foi se aproximando aos poucos.

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