Capítulo 15

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Anne

Ela remexeu no banco, a sua calça estava grudando para o quão molhada estava, mas o sorriso em seu rosto era de quem teve um orgasmo. Os dois sorriam satisfeitos, a mão do outro deixou o volante e segurou a dela, Joe levou até sua boca e a beijou. Ela ficava sem jeito quando ele era atencioso, ou a fazia sentir como se fosse o centro da atenção. Melhor, quando ele a olhava como só ela existisse no mundo.

A garota sorriu com o gesto, mas o seu coração quase saiu do peito quando ele freia o carro bruscamente, uma escola de samba batuca em seu peito.

_ Você podia me dizer quando vai fazer esse tipo de coisa, e a segunda vez. - ela reclama e coloca a mão em seu coração.

O moreno não a olhou, estava atento como procurando por alguma coisa na escuridão lá fora com a testa franzida.

_ Batemos em algo? - ela está aflita, e tenta ver pela janela.

Ela lembrou do viado que ele disse ter atropelado, e seu corpo estremece. Mas ela logo o descarta, estão na cidade. Onde animais selvagens não pulam na frente de carros.

_ Não, mas foi por pouco. - disse e abriu a porta se livrando do cinto.

Eles não tínham saído da cidade, talvez porque eles estavam se pegando nesse tempo. Havia um beco escuro do lado direito aonde tinham parado, ela não podia ver muito. Mas sabia que não era um bom local para passar por perto a noite.

__ Está tudo bem aí? - pergunta temerosa, e como não obtém uma resposta, ela desce, mas petrificada de medo.

O homem estava do outro lado da rua abaixado, e olhando para o chão. Ela se aproximou e estreitou os olhos ao ver a bola de pelos enrolada e miando baixinho.

__ Foi só um gato, ele entrou na frente do carro, sorte que freei a tempo. - disse sem muito interesse e logo se levantando.

Anne olhou para a criatura com amor, o gatinho está encolhido, é muito pequeno e magrelo. Notou se tratar de um filhote ao estar perto.

__ Oi lindo, não precisa ter medo eu não vou te machucar -  diz quando o filhote desvia do seu toque miando. - Cadê sua mamãe? - o olhar foi para o beco escuro. - o que eu não faço por uma fofurinha como você. - ela o pega no colo mesmo sobre seus protestos e caminha para a outra direção. O bichinho é muito leve, o que indica que ele não está se alimentando direito.

_ Onde está indo? - Joe fala a seguindo. - ele pode ter doenças, não o carregue! - ele faz uma careta e torce o nariz.

_ Ele é um filhotinho Joe, precisa da mãe. - a negra vasculha os cantos para ver se acha outra bolas de pelo amarela e até chegou a abrir algumas tampas de lixo cheia de restos de comidas podres e o cheiro de lixo revirou seu estômago de tal maneira que pensou que poderia vomitar.

_ Não mexa nisso, se chama lixo por um motivo. - Joe a repreende com uma cara não muito boa. - o gato mal para em pé, a mãe deve ter o abandonado por ser o mais fraco da ninhada. O coloque onde o achou e vamos embora, esqueceu que temos um compromisso para essa noite. - o moreno sorrir cheio de intenções.

Ela o ignora, o coração da negra sangra, com pena do filhote. O pobrezinho foi deixado para trás, aquilo a fez lembrar dela mesma. Sua mão não a deixou a sorte,  mas não quis lidar com ela. E Anne virou responsabilidade do orfanato.

_ Sua mãe não está aqui e é perigoso para você ficar sozinho por aí. - virou para Joe que observava a cena sem nenhuma reação. - vamos o levar. - sorrir para o animal assustado em seus braços.

_ Droga Anne, você não podia  ignorar o bicho como todos teriam feito? - mumurra impaciente e com uma certa distância do gato.

_ Ele não vai sobreviver sozinho. - seus olhos brilham para o maior.

APRENDENDO A AMAR -Amores Improváveis Where stories live. Discover now