De Volta a Estrada

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Percy Jackson

Estava em uma caminhonete azul, do ano de 1989, com Annabeth ao meu lado e Grover na outra ponta. Eu tamborilava os dedos no volante ao som de uma música qualquer que tocava no velho rádio que por milagre ainda funcionava, o que deixou a viagem um tanto mais agradável, já que a deusa menor mal olhava na minha cara, muito menos falava comigo.

Mas como conseguimos o carro? Bom, meio que pegamos emprestado sem avisar ao dono e com muita probabilidade de não devolvermos. Há algumas horas atrás demos uma rápida passada numa lanchonete, que apesar de simples e com uma decoração retrô tinha um ótimo atendimento, já que era comandada por uma mesma família composta apenas por mulheres, muito simpáticas por sinal, foi lá que descobrimos que nessa cidade tinha um ferro velho com vários carros antigos, o que atraía várias pessoas que vinham comprar os carros para reformar e vendê-los mais caros. Um ótimo negócio na minha opinião, já que eu era apaixonado pelos modelos antigos.

Então o nosso trio andou até lá para tentar negociar um carro, esperávamos que os donos se apiedassem de pobres e inocentes semideuses que só estavam tentando salvar o mundo, mas quando chegamos não tinha ninguém. O lugar era grande e em volta tinha uma grade de proteção, aparentemente tinha apenas uma entrada e saída, que ficava perto de uma pequena construção parecida com uma venda. Era feito de madeira e nas paredes pintadas de branco podíamos ver vários pôsteres de fotos com carros antigos, mas feitos na época em que eram novas. A mais antiga do ano de 1943, era em preto e branco e era a primeira, já que aparentemente estavam organizadas em ordem cronológica.

Esperamos algum tempo para ver se alguém aparecia, afinal estava tudo aberto e havia uma pequena televisão ligada, mas nenhuma alma viva apareceu.

- Não podemos mais esperar. - Falei olhando para os meus companheiros de missão, que estavam sentados no banco enquanto eu estava em pé na frente deles.

- E o que você quer fazer, gênio? - Perguntou Annabeth, finalmente olhando para mim, já que parecia determinada a não fazê-lo desde que descemos do táxi.

- Bom... - Sorri malicioso, o que a fez perder o sorriso sarcástico que tinha no rosto. - Eu sei fazer ligação direta.

- Você quer roubar um carro? - Perguntou Grover alarmado. Seus olhos estavam levemente arregalados.

- Não vamos roubar, apenas pegar emprestado sem comunicar ao dono. - Levantei os ombros e aumentei o sorriso. Annabeth me olhava como se eu tivesse sugerido que fossemos no asilo e espancássemos os velhinhos.

- Não podemos roubar um carro. - Afirmou convicta, endireitando sua postura.

- E por que não? - Questionei cruzando os braços.

- Primeiro é errado. - Disse Grover, o que me fez revirar os olhos com o quão puritanamente eles estavam agindo. Tinha vários carros ali, ninguém ia perceber. - Segundo seriamos pegos!

- Não estou vendo nenhuma câmera. - Olhei em volta mais uma vez conferindo se não tinha deixado passar nada. - E se o problema é o dano que causaríamos podemos deixar um dinheiro no caixa. - Apontei para o mesmo, eles pareceram começar a pensar na ideia.

- Mesmo assim, se a polícia nos parasse poderíamos ser presos e aí não finalizaremos a missão. - Disse Annabeth. Olhei com uma sobrancelha erguida, ela estava mais preocupada em terminar a missão do que passar uma temporada na cadeia?

- Você precisa rever suas prioridades. - Murmurei. Ela revirou as orbes cinzas, um hábito comum quando ela estava comigo. - Não temos muito tempo e só precisaremos do carro para chegar até Ariadne, depois o deixamos e você pode fazer uma denúncia anônima.

Apenas Um ContoWhere stories live. Discover now