02 || Humano?

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— Payton, apareça. — Chamei-o. Ele havia se escondido quando falei que iria tomar banho. — Vem aqui. — Fingi abrir seus biscoitos.

Eu já havia limpado sua gaiola, agora só falta eu dar banho nele e pentear seu pelinho.

— Payton... Vem. — Tentei procurá-lo, quando ele decide se esconder não a nada no mundo que faça ele aparecer.

Provavelmente só vai aparecer quando eu dormir ou quando eu acordar amanhã.

Vi duas patinhas brancas aparecendo em baixo do meu travesseiro. Ele estava lá.

— Achei você! — Tirei o travesseiro e peguei ele rápida. — Achou que iria se escapar do banho? — Perguntei rindo. Payton tentou fugir, mas segurei ele firme. — Vamos.

Fui até meu banheiro e tranquei a porta. Coloquei ele em cima da pia e comecei a pegar seu shampoo, condicionador, perfume, escova, e por fim sua toalhinha branca.

Liguei minha banheira, coloquei a água em uma temperatura agradável e coloquei Payton devagar lá dentro.

Ele sempre se finge de morto quando vai tomar banho, por isso ficou flutuando na água por dois minutos.

Passei shampoo em todo seu pelinho, e logo após o condicionador. Fiquei brincando com ele dentro da água e depois enxuguei Payton em sua toalhinha.

Terminei de seca-lo com o secador, penteei seu pelo e por fim passei seu perfume. Ele estava bem limpo e cheiroso.

Procurei uma roupinha e acabei encontrando um moletom que eu mesma fiz para ele, era bem fofo e Payton ama dormir com ele.

— Você gosta dele, não gosta? — Mostrei sua roupinha. Ele começou a cheirar e correr por todos os lados do quarto. — Vem aqui pra eu colocá-la.

Meu furão veio correndo até mim e coloquei o moletom com muita delicadeza nele.

— Quem é meu bom garoto? — Perguntei brincando com ele, me virei para trás pra pegar seu lacinho vermelho e de repente vejo um menino sentado na minha cama, apenas com um moletom vermelho comprido.

— Aaaah sou eu! Sou eu! Eu! Eu! Eu! Eu! — Arregalei os olhos. — Sou eu, certo?!

— Q-que? — Encarava e cena sem acreditar.

— Tenho certeza que sou eu! — Ele começou a pular em minha cama. — Eu sou um bom garoto, né? — Parou de pular e me olhou fazendo biquinho.

— N-n-não, não, não. — Neguei com a cabeça repetidamente.

— O quê? — O menino me olhou decepcionado e começou a chorar. — Eu não sou um bom garoto?

— Q-que?? — Observei ele sem entender. — Cadê o meu furão? Cadê o Payton? Payton! — Comecei a chamá-lo.

— Eu sou o Payton! — Ele começou a correr pelo meu quarto.

— Não. Você não é o Payton. Você é um menino. — Falei.

— Cadê o meu pelinho? — Perguntou desesperado. — Cadê minhas patinhas? — Olhou para as suas próprias mãos.

Não é possível...

— V-você é mesmo o Payton? O meu furão?

— Sou! — Pulou em cima de mim. — Eu te amo muito, você é a melhor dona do mundo.

— Calma. — Afastei ele. — Coloca algo aí embaixo. — Apontei para suas pernas.

— AAAAAA. Eu estou pelado! — Pegou um dos meus travesseiros.

— Isso não pode ser real. — Murmurei.

Saí de meu quarto e fui até o guarda roupa de meus pais. Peguei uma cueca e um calção qualquer.

— Veste isso, Payton. — Engoli seco ao pronunciar seu nome. É estranho. É o nome do meu neném e não desse menino, eu acho.

— Hum, obrigado. — Ele sorriu e se vestiu. — E aquele menino que você fica falando toda hora? Vinnie, né?

— Como você sabe? — Arregalei os olhos.

— Você me fala dele todas as noites.

— Não! Eu falo isso para o meu furão.

— Eu sou o seu furão! — O menino voltou a correr pelo quarto. — Comida! — Encontrou a ração e começou a comer rapidamente.

Não pode ser real...

Meu Furão - Payton Moormeier Onde histórias criam vida. Descubra agora