Um belo banquete nos aguardava, meu pai sempre amou cozinhar, principalmente quando temos visitas. Ainda fico impressionada com a capacidade de cozinhar tantas coisas diferentes, eu mal sei fazer gelo, cozinhar nunca foi meu forte, e por sermos vegetarianos, deveria ser mais fácil, mas errado, é ainda mais complicado para mim.
- Amor, a janta está ótima. – Diz minha mãe.
-Obrigado preciosa. E então, meninos, como está indo o ensaio?
- Vai até que bem, o Eduardo até me ajudou.
Eu acabei de elogiar o Eduardo Luiz? O que está havendo comigo?
- Quer dizer, ele não tem sido de todo ruim.
Tento reformular minha frase anterior, mas sinto que é tarde.
- Não adianta ratificar o comentário, já me elogiou, agora já era. – O loiro diz triunfante.
- Eu te odeio de verdade, Eduardo Luiz.
Me esforço para falar sussurrando, nossas famílias são paz e amor demais para esse tipo de palavras.
- Isso é um bom sinal, conseguem aprender juntos, Eduardo me disse que você foi bem na prova de trigonometria, poderia ajudá-lo, ele está com dificuldade, o coitadinho passou a noite em claro estudando.
Obrigada tia Clara por me contar algo para usar contra o mal encarnado.
- Mãe, você vai contar tudo ao inimigo?
- Não se incomode, bobinho. Te ajudo nisso, sou boa em trigonometria desde os dez anos, matéria de criança.
A vingança como ela tem um sabor doce e curto, pois minha mãe já me retruca.
- Ma belle, não fale assim, não é você que faz o discurso que a ignorância é uma opção e que não devemos nos envergonhar de nossas dúvidas?
Ótimo! Era o que eu merecia, minhas palavras contra mim.
- Tá bom, merè.
"Merè" é mãe em francês, desde pequena minha merè me fez criar o hábito de chamá-la assim, e consequentemente me ensinou francês, o que é ótimo para implicar com meu pai sem que ele saiba.
Mais um tempo em silêncio, com minha mãe me encarando com os olhos mortais que ela usa para que eu e meu pai sejamos obedientes, eu cedo.
- Eduardo, depois do ensaio, se quiser, eu te ajudo com trigonometria.
- Tão bonito ver dois jovens trabalhando juntos, colaborando... – Meu pai fala já choroso.
- Pai, você tá chorando? – Questiono.
- Tão lindo... – Completa tio Matheus.
- Sério, pai?
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Ironia.
RomanceBelle e Eduardo são os iguais mais opostos do mundo, que enfrentarão os desafios de fazer um amor florescer da adolescência até a vida adulta. Contam com pais hippies, amigos desregulados e a matemática. Até que o mau humor os separe.