Capítulo treze.

1 0 0
                                    

Dois meses correram, nós quatro viramos inseparáveis, sim, eu, Eduardo, Ricardo e Larissa, cada um inseparável com seu próprio motivo, tive que aturar o sete peles por conta da frequência de ensaios que tivemos e também emendamos para estudar juntos para a Olimpíada de matemática, fizemos uma trégua para poder ter tempo de fazer tudo isso.

Bom, Larissa é minha amiga, mas ela também ficou bem inseparável para poder ficar babando o Eduardo o máximo que pode e o Ricardo, bom, ele estudava com a gente e acho que só estava ali pela a companhia mesmo.

E mesmo assim, eu e Eduardo não conseguimos ficar amigos, só estávamos em trégua mesmo. E era aquilo, antes meus pais me obrigavam a encontrar com ele por conta dos amigos, agora meus amigos me obrigavam também.

Por terem passados dois meses, é junho e com junho temos aniversário do Eduardo, e então estamos indo todos juntos para Saquarema, ele quis comemorar lá.

Eu, minha mãe, Eduardo, Ricardo e Larissa estamos indo no mesmo carro para nos mantermos "unidos", como se já não estivéssemos unidos o bastante.

- Animados? – Minha mãe questiona.

- É uma forma de ver. – Respondo.

- Claro que estamos animados!

Triste ver minha amiga comemorar qualquer segundo a mais que passa com Eduardo.

Por Eduardo ser o aniversariante do final de semana, ele vai no banco da frente, mas eu que fico responsável pelas músicas, a influência musical de Larissa tem sido tão intensa nesses últimos meses que eu coloco algumas músicas que ela me apresentou, inclusive um rap do cacife clandestino e nós três que estávamos atrás cantávamos como loucos. Tem isso também, depois que fiz amizade com eles fiquei mais solta e sociável, pelo o que parece, sou bem fácil de manipular.

- Eduardo, você não gosta dessa músicas?

- Merè, ele só gosta de fazer uma coisa, me infernizar.

- Quem me inferniza é você, sua bruxa. – Ele responde me mostrando a língua e continua. – Tia, eu até gosto, mas não sou de cantar.

Mais um tempo cantando, Ricardo vira para mim entusiasmado.

- Ah, Belle, pensei em um apelido em francês para você.

Fizemos uma aposta, se ele conseguisse achar um apelido bom em francês para mim, eu faria todo seu dever de casa por uma semana e se não conseguisse, eu escolheria as roupas dele durante uma semana. Aposta foi porque eu meio que contei que me chamar de "ma belle" era maternal demais.

- Vamos ver se dessa vez você consegue.

- Vou mandar bem, tenho certeza. O apelido é "ma poule".

Eu e minha mãe não conseguimos segurar a gargalhada e eles ficaram se encarando sem entender. Tento parar de rir algumas vezes e respirar fundo, mas minha mãe voltava a rir e eu também, foi um longo ciclo.

- Tão ruim assim?

- Desculpe, Ricardo. Em francês, é realmente fofo, é usado de forma carinhosa, mas em português, você acabou de falar que eu sou sua galinha.

Todo mundo ri, agora que sabem o motivo, repetimos o ciclo.

- Combina com você, Belle, pode ser seu animal astral.

- Tu es un idiot. – Respondo a Eduardo. Continuo. – Acho que um intelectual como você não precisa de tradução para essa frase.

- Ela te chamou de idiota.

- Larissa, deixa...

- Qual a chance que eu tenho de conseguir um apelido descente? – Ricardo confessa.

Ironia.Onde histórias criam vida. Descubra agora