MINHO é um cyborg forense que passou a ser designado para investigar situações do Narcotráfico da parte suburbana da metrópole da cidade Alma, onde o caos é disfarçado de utopia social. E por consequência de um acidente, ele acaba por conhecer JISUN...
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𝐇𝐀𝐍 𝐉𝐈𝐒𝐔𝐍𝐆
𝕺 mundo é lento ou eu que sou hiperativo? Foi um dos questionamentos que o comentarista do podcast que eu ouço diariamente disse hoje pela manhã. Eu compreendo que ele é só mais um Android adaptado à pensamentos vinculados à as raízes periféricas pra' aproximação mais humana possível do público, mas não sei porque, me peguei nessa reflexão enquanto caminhava para o turno da tarde, após algumas compras na mercearia próxima de casa, com sacolas nos braços e a cabeça em Marte.
As vezes eu me pergunto se meu pai se arrepende do que fez, se ele está infeliz, assistindo mesosfera extraterrestre, ou se morreu para a infelicidade do abismo.
Ridículo da minha parte pensar isso, o inferno já é aqui.
Próximo da oficina de aeronaves, havia uma pequena movimentação, talvez um arrastão, fumaça e algumas pessoas corriam. De longe eu enxergava as roupas e visuais webcore, a quantidade absurda de piercings e brincos, somando com as tatuagens caríssimas com cor. Cyberpunks. Estavam bloqueando a entrada do meu trampo, putz.
Então já próximo murmurei algo como — Com licença, senhores. — E abaixei a cabeça, conseguindo passar entre eles à tempo de parecer apenas uma minhoquinha inútil no caminho deles.
Ninguém deve ter falado pra ti, mas as favelas ilegais da cidade da alma são sempre dominadas por facções.
E tudo aqui é de domínio de um grupo de cyberpunk denominado 'internals', considerado uma das facções mais perigosas do estado, ou ao menos é isso que os canais de notícia circulam pelas plataformas "limpas" do primeiro mundo. Já que, apesar do nome e do histórico, a polícia mata consideravelmente mais moradores que os próprios líderes de Guryong. Aqui você trabalha, recebe, paga seus impostos ao governo, sobrevive e não mexe com qualquer grupo de tatuados coloridos. Eles são envolvidos com os sistemas lavagem de dinheiro e filantropia deles, e você não enche o saco e se poupa de um nariz deslocado, é isso.
Uma eterna presságia batalha dos excluídos contra o sistema totalitário.
Acho que a nossa sociedade por vezes esquece o que realmente significa o gênero do punk cibernético neo-anarquista atual, porquê, tipo, se trata de um movimento que critica capitalismo totalitário atual e o controle da corporatocracia, então é bem irônico que seja um grupo censurado e culpado por conexão com assassinatos ou genocídios. Alguém tem que levar à culpa não é mesmo? E quem melhor para o cargo senão' as minorias ativas?
Enfim, terminando essa reflexão, coloquei o usual macacão uniformizado, tive de mostrar documentação pelo sistema de reconhecimento pra' obter passagem ao acesso restrito — querendo ou não, apesar de completamente fora da organização padrão — esse ainda é uma estabelecimento que trabalha em função da presidência, logo, todo cuidado é necessário. Ninguém quer, entre muitas e muitas aspas de ironia, um espião da Coreia popular perambulando por esta região tão rica e interessante.
