Another Night

22 5 2
                                    


Yoon Jeonghan

Mais um dia havia se passado, e de novo cheguei em casa e encontrei meu pai completamente bêbado.
Assim que cheguei perto da porta de casa, pude já sentir o cheiro de álcool penetrando meu nariz.
Porra, de novo não.
Aquele homem me dava medo já quando estava sóbrio, mas quando estava bêbado... Eu realmente temia pela minha vida.

Meu pai começou a beber quando minha mãe saiu de casa, levando consigo somente nosso antigo cão, e desaparecendo na noite, sem deixar nenhum rastro de onde estava andando ou se algum dia voltaria ou não.
Meu pai ficou arrasado, amava demais aquela mulher e pensar em viver sem ela era um inferno. Ele começou a beber de vez em quando, quando voltava do trabalho,  as vezes tomando uma ou duas cervejas, nada mais.
Com o tempo ele começou a exagerar, trazia vodka e bebia uma garrafa inteira  em algumas horas.
Ele bebia cada da mais. Antes de ir trabalhar, depois de chegar do trabalho, antes de dormir e até quando acordava de manhã.
Os dias começaram a ficar sempre mais difíceis para mim. Quando eu chegava em casa, quase sempre ele não estava, provavelmente em algum bar em Itaewon ou na casa de alguma mulher desconhecida. Quando ele raramente voltava para casa antes da madrugada, gritava comigo. Dizia que eu era um inútil, me olhava com desgosto - na época eu parecia muito com minha mãe, provavelmente pelos cabelos longos que acabei tendo que cortar por culpa de meu pai - e continuava a me chamar de viado nojento, dizendo que eu era a vergonha e o desgosto da humanidade.

Eu o odiava.
Ele me abandonou quando eu mais precisava dele. Primeiro fui abandonado pela minha mãe, e depois pelo meu pai. Ele sabia que eu precisava do apoio dele, mas ele não se importou nunca comigo e nunca cuidou de mim.

E agora estou aqui, me preparando para sair de casa antes que meu pai chegue do trabalho. É a terceira vez na semana que saio no mesmo horário, e estou de novo indo para a mesma lojinha a três quarteirões daqui.

Porquê?
Bem, comecei a sair de casa para evitar meu pai, que chegava em casa do trabalho lá pras 19 horas da noite, ficava mais ou menos três horas em casa e depois saia de novo para seu próximo trabalho, voltando só depois das três e meia da manhã.
Eu decidi que seria assim todo dia: Eu acordaria cedo, iria para a escola, voltaria para casa e só sairia de novos lá pras seis e meia da noite.
Esse era o único modo que eu havia encontrado para ver aquele homem o menos possível. Se eu quisesse viver direito e não sofrer por causa daquele nojo que eu não ouso chamar de pai, eu tinha que sumir.

Mas assim, eu admito que mesmo que eu adorasse ficar em casa, não estou odiando sair todo dia um pouco e nem essa nova rotina. Sair de casa me ajuda a espairecer, não pensar nele e principalmente não sentir o pânico e o medo de estar vulnerável dentro de casa, sem saber o que poderia acontecer se ele chegasse em casa bêbado - ou pior - irritado.

Além do mais, o garoto da loja é até fofinho e é engraçado quando ele esquece que eu estou lá e acaba cantando um pouco alto de mais, só pra depois ficar todo vermelho quando percebe que eu estou vendo e rindo.

Para melhorar ainda mais, acabei encontrando uma história chamada Spring Flower, que é como uma junção de pequenas poesias escritas por alguém de nome desconhecido, falando dobre um certo garoto primavera e era como uma flor.
Não sei porque, mas tinha algo nela que me deixava curioso, quase intrigado. Me dava sempre vontade de ler mais e mais, mas ela tinha acabado de começar e só havia um capítulo postado. 
Eu não sei porque, mas sentia que algo nessa história parecia se conectar comigo de alguma maneira...

[ ... ]

Agora estou pronto para sair, vestindo um crop top preto e calças jeans da mesma cor. Meus cabelos rosas levemente bagunçados pelo vento que saia das janelas abertas de meu quarto.
Me maquiei rapidamente e passei um perfume no corpo - o meu preferido. Ele havia uma fragrância doce e floral, sei cheiro era único e parecia ter o poder de penetraram completamente o nosso pulmão, impedindo de esquecer seu cheiro único -.
Saí de casa, indo com calma até a lojinha aonde trabalhava o garoto engraçado.
Hoje eu tinha intenção de ficar lá até tarde: meu pai não teria um de seus trabalhos hoje e ficaria em casa até mais ou menos meia noite, depois só sairia para ir beber em algum bar aleatório.

Cheguei no lugar no mesmo horário de sempre, que hoje também estava vazio - tirando o atendente do caixa, que estudava alguma coisa.
Me sentei no meu lugar de sempre e peguei meu celular: Spring Flower fora atualizada.

"Mais uma vez te vejo entrar
tento parecer indiferente à tua chegada
mas teu perfume parece penetrar-me
como êxtase
tirando-me a concentração
impedindo-me de não te observar.

Oh, Garoto flor
Teu perfume é doce
Perfume de Flor
Flor doce como ti.

o quê é isso? Magia?
Pois é como uma poção de amor
infiltrando-se em meu sangue
fazendo-me perder os sentidos
hipnotizando-me completamente
brincando com meu coração.

é como uma tortura boa
quase prazerosa
tua poção me envolver lentamente
como veneno
intoxicando-me com teu perfume
matando-me lentamente.

Mas eu sou fraco
não tento lutar
deixo que tua poção me envolva sem pressa
sufocando-me com teu perfume doce
deixando-te me matar."

Já era mais ou menos onze horas da noite e eu já tinha estudado, lido, escutado música e assistido milhares de dramas

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Já era mais ou menos onze horas da noite e eu já tinha estudado, lido, escutado música e assistido milhares de dramas. Estava começando a ficar com fome e entediado, então resolvi fazer alguma coisa: peguei dois potes de rámen pronto,  esquentei eles e caminhei lentamente até o caixa, onde joguei a comida com um pouquinho de brutalidade, assustando o garoto que estava ali, que claramente não havia percebido a minha presença. Ele me olhava confuso enquanto eu me apoiava no balcão, sentindo a pedra fria encostar na parte descoberta da minha barriga. 

Me aproximei mais do garoto, e não pude evitar soltar uma risadinha assim que percebi a coloração vermelhinha que o rosto do garoto havia adquirido assim que eu me aproximei mais.

- Oi, meu nome é Yoon Jeonghan... Quer comer comigo?

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: May 24, 2021 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

% S P R I N G    F L O W E R !Where stories live. Discover now