capítulo um

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     Não lembrava de muita coisa quando acordei, olhei para o teto branco e a luz elétrica machucando minha visão enquanto tentava piscar direito. Tentei me sentar mas uma dor estridente percorreu meu corpo inteiro, arrancando um gemido de dor de meus lábios.

— Ainda bem que você acordou, não se mexe muito pode se machucar mais. — era a voz de Keigo, por quê ele também estava aqui?

— Keigo? Onde eu 'tô? — minha voz estava com uma impressão de fraqueza.

— Na enfermaria, eu e Mirko tivemos que trazer você. Se lembra do que aconteceu? — olhei para os curativos em minhas mãos e fiz uma careta.

   Quando as memórias chegaram em minha mente, fui acertada com a razão das dores recentes e familiares. Havia apagado durante o treinamento, usei minha individualidade sem permissão e levei um choque pela pulseira de treino, o robô que estava lutando contra foi derrubado e apenas senti meu corpo bater com tudo no asfalto.

— Eu caí durante o treinamento, isso? — perguntei olhando para o rapaz.

— É, e você acabou levando um choque que acabou se colidindo com sua individualidade por isso perdeu a força e se machucou tanto.

— Onde está Mirko? Ela 'tá bem? — perguntei olhando preocupada para o rapaz loiro.

— Sim ela está, tá tudo bem com ela S/n.— sua voz tentava passar calma mas minha euforia permanecia. 

    Olhei para minhas mãos com uma ponta de vergonha percorrendo meu corpo inteiro, não sabia como agradecê-lo pelo o quê havia feito e muito menos me desculpar. Virei meu rosto em direção a janela da enfermaria podendo observar a escola de cima, haviam alunos que também ficavam para treinar, normalmente eles saíam em horário livre para descansar.

— Endeavor pegou pesado demais nesse treino. — falei em um tom baixo.

— É, não posso discordar de você. — ouvi a cadeira mexer. — Mas ele sempre pega se levar isso em consideração, você treinou ontem?

— Bom eu treinei, óbvio, mas minha individualidade tem seus limites. — segurei meu braço com firmeza.

— A de todos nós, S/n. — ele se esticou na cadeira olhando para o lado.

— Quando eu vou sair daqui, hum? — olhei para o loiro, que estava distraído.

— Você pode sair daqui uma hora, precisa ter certeza que ao acordar não irá ficar com nenhum efeito blá blá blá. — os braços dele estavam largados ao lado da cadeira giratória.

 
   Deixei um suspiro pesado sair do meu peito e me fiz confortável na cama de novo, percebi Keigo se aproximar da cama com a cadeira. Eu senti seu olhar sob mim por um tempo considerável, não dei atenção para o que ele estava fazendo mas me vi curiosa e acabei virando para seu lado.

  Olhei em seus olhos, antes analisando sua face por segundos e vendo seu cabelo. Estava bagunçado ainda, mal ajeitado e isso me tirou uma risada baixa.

— Do que 'cê tá rindo? — ele apoiou um braço na cama.

— Seu cabelo parece um ninho. — comentei cruzando meus braços.

— Claro vai que algum familiar quer se acomodar?! Tem que deixar a casa confortável. — dei uma gargalhada e logo cobri minha boca.

— Sério! — neguei com a cabeça e senti os resquícios de riso saírem.

  Ele ficou um tempo me encarando enquanto ria, acho que minha gargalhada o fez rir um pouco mais. Depois de um tempo um silêncio confortável se instalou, olhei para minhas mãos em cima de meu colo e logo virei meu rosto pra ele.

𝘾𝙃𝘼𝙈𝘼 𝙋𝙀𝙍𝘿𝙄𝘿𝘼 - Hawks x Leitora Where stories live. Discover now