CHAPTER THIRTEEN

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Episode: Autumn 2/5

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Querido, Mew Suppasit.

Talvez seja o álcool que me concede um pouco de coragem para admitir que fiquei um pouco triste ao saber que o senhor irá demorar mais que o planejado para voltar. É estranho admitir isso? Espero que não.

Hoje, na verdade, fez exatos onze anos que meu pai se foi. Visitei o seu túmulo mais cedo e saí para beber um pouco logo após – não o suficiente para me embriagar, mas o bastante para provavelmente me arrepender de mandar essa carta. – e agora não consigo sentir outra coisa a não ser profunda solidão.

Nunca lhe contei com detalhes, mas minha mãe morreu no parto, meu pai quando eu tinha apenas doze anos e num curto espaço de tempo também perdi aqueles que cuidaram de mim após a perda de meu pai – os meus tios, que me deixaram o hotel.

E pouco depois da morte dos meus tios – em um acidente no exterior – teve aquele acontecimento.

E mesmo tendo sido enganado e espancado por alguém que achei que estava apaixonado, consegui superar da melhor forma possível e crescer na vida alavancando o hotel.

Digo, eu não deveria reclamar, certo? Agora sou rico, e capaz de me cuidar sozinho. E já fazem anos que tudo ocorreu. Eu deveria ser grato e feliz. Mas direi para o senhor algo que raramente admito: Eu daria todo o dinheiro que tenho para ter alguém que estivesse ao meu lado. Para me sentir menos sozinho.

Mas, ao mesmo tempo, penso que acabarei perdendo qualquer um que se aproxime. Acho que o universo não me quer acompanhado.

Dessa vez não lhe mandarei um desenho, mas sim uma pergunta, contudo não quero que a resposta de verdade. Pois sei que no momento que eu acordar e perceber que lhe enviei isso irei me sentir arrependido e com raiva por ter sido tão dramático. Afinal, há pessoas que passam por coisas piores.

Então, peço perdão pela melancolia nesta carta. Prometo não atormeta-lo novamente com meus fantasmas.

Segue a pergunta:

Acha que é possível, alguns dia, alguém achar que eu valho a pena e acabe decidindo ficar em minha vida até o final? Todos acabaram indo embora, seja pela morte ou por ocorrências do destino, e as vezes é cansativo viver sozinho.

Com carinho, Gulf.

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Mew lê a carta três vezes.

Linha por linha. Palavra por palavra.

As palavras lhe trouxeram dois sentimentos conflituosos. O primeiro era a preocupação por saber que Gulf estava bebendo. Mew realmente acreditava que o rapaz não estava demasiadamente embriagado, visto que sua letra parecia firme e não borrada ou trêmula, mas o que realmente lhe deixava aflito era saber que o rapaz sentia-se triste e solitário. E que ninguém estava o vigiando para que pudesse cuidar dele na sua tristeza.

O duque teve um ímpeto de fazer tudo ao seu alcance para mudar aquela situação.

Gulf não merecia sentir-se daquela forma.

O segundo sentimento era uma identificação com os sentimentos do jovem rapaz. Aquele pensamento sorrateiro que insistia em lembrar-lhe que mesmo estando cercado de pessoas, as vezes, sentia que não havia ninguém a quem realmente pudesse contar. – e talvez isso explicasse um pouco o fato de que ele continuava a aceitar a companhia de pessoas que ele sequer gostava, porque assim ele tinha a falsa impressão de que não estava sozinho.

Season Of You • Fanfic MewGulfHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin