Capítulo 15

76 10 5
                                    


"Ficando sozinho, com meus sentidos reais,
uma atração fatal me segurando rápido...
Como eu posso escapar dessa força irresistível?

- Learning to fly (Pink Floyd)

Começou a chover muito forte lá fora, fazendo com que fosse possível ouvir o barulho das gélidas gotas de água caindo e das explosões de trovões no ar, quando tive convicção de que meus amigos (será que eu posso considerar o Vitor um amigo? Ou apenas um colega?) estavam bastante bêbados.

Vitor ainda tentava manter a postura, mas Roberta não estava ligando. Vou confessar que eu achava o máximo, pois ela era ainda mais desbocada e engraçada com o efeito do álcool correndo em suas veias.

Eu, claramente, estava trapaceando. Enquanto os dois davam goles generosos em suas bebidas ao longo da brincadeira, eu apenas bebericava um mísero golinho suficiente para umedecer os lábios. Pensar em ficar seminua na frente do Vitor ainda me deixava... Receosa. Acredito que essa é a palavra. Não que eu tinha receio do que ele acharia de mim ou do meu corpo se me visse de roupa íntima, mas já estava provado cientificamente por mim que meu corpo reagia de forma estranha e intensa em sua presença. Por isso, acho que me manter sóbria o máximo possível seria extremamente necessário em uma situação inesperada como essa.

Os dois perceberam que eu não estava bebendo a cerveja direito, tendo em vista que eles já estavam quase terminando a quarta garrafa e eu tinha acabado de abrir a minha segunda. Apesar disso, nenhum dos dois falou absolutamente nada e eu me senti muito grata por estar ali com eles, afinal, nada melhor do que estar rodeada de amigos (ou conhecidos) que respeitam as suas escolhas.

Entre perguntas engraçadas como "Eu nunca peguei comida do lixo da cozinha e comi", "Eu nunca quebrei algo na casa de alguém e escondi" e "Eu nunca usei Crocs" e algumas um pouco comprometedoras como "Eu nunca dei um beijo triplo", "Eu nunca fiz xixi em uma piscina do lado dos meus amigos" e "Eu nunca transei com um desconhecido", estávamos nos divertindo tanto com nossas próprias confissões e histórias engraçadas que o fato da minha amiga estar de calcinha e sutiã de bolinha roxa, Vitor estar usando uma samba canção do Darth Vader e eu estar de calça jeans e sutiã bege na frente um dos outros acabou sendo apenas um detalhe.

Teve um momento em que fui pegar minha cerveja nova e Roberta decidiu me acompanhar e claro, decidiu falar sobre o Vitor.

— Meu Deus do céu, amiga! Ele não para de te observar! — cochichou com medo dele escutar

— Eu sei! — confessei um pouco nervosa — Eu também percebi!

— Então também percebeu que você não consegue manter seus olhos longe daquele belo corpinho que ele tem...

— Pior que é verdade! Ele conseguiu ficar ainda mais gato sem roupa, que droga! — um frio correu pela minha espinha, junto com a minha risada nervosa — Merda, Roberta! Se você percebeu, ele também deve ter percebido! Deve estar achando que eu sou uma louca obcecada por ele! O que eu faço? Me ajuda!

— Amiga, primeiro respira — disse Roberta se divertindo com a minha situação — Primeiro, se ele te achasse maluca, ele não estaria aqui. Segundo, se ele percebeu, qual é o problema? Ele não consegue tirar os olhos de cima de você desde quando você ainda estava de roupa.

— Ei! — Dei um tapinha de leve no seu braço, fazendo minha melhor amiga segurar sua risada escandalosa.

— É sério Maju, ele está muito na sua!

— Não está não!

— Será que dá pra parar com essa vibe de "eu não faço o tipo dele"?

Apaixonada por um RockstarWhere stories live. Discover now