Capítulo 1

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Any Gabrielly

Ser mãe sempre foi meu sonho, desde quando era pequena, quando na maioria dos tempos só tinha companhia das minhas bonecas e centenas de babás, todas dando-me o amor que minha mãe e meu pai jamais me deram. Alex era considerada a melhor e bem mais paga modelo do mundo quando descobriu que estava grávida, Sebastian estava no seu melhor, era o queridinho de Hollywood e estrelava em todos os filmes possíveis.

Eu estraguei a vida deles, ouvi isso da minha mãe, quando tinha apenas dez anos. Aos vinte, percebi que talvez, eu conseguisse ser uma mãe melhor que ela, quis ter minha própria família.

Nessa época, conheci Léo, ele era carinhoso e dizia que me amava, queria ter filhos assim como eu. Dois anos depois, encontrei ele na cama com minha colega de quarto, Marcela, eles alegaram que estavam bêbados e que foi um erro meu ter presenciado aquilo.

Cinco anos depois, eu percebo o quanto fui emocionada em questão a Léo, nem amor eu senti por ele. Permaneci sem ninguém por cinco anos, às vezes saia para festas e dormia com estranhos, na real, isso acontecia frequentemente.

Só então, acabei lendo uma reportagem sobre inseminação artificial, minha salvação. No começo, Sabina achou que eu era louca, mas depois me acompanhou em todas as consultas, isso me deixava cada vez mais animada.

Às chances de dar certo eram de 15%, mas a esperança se mantia em pé.

Ser conhecida por muitas pessoas é o maior problema, já esperava o jornal na manhã seguinte "Filha de Alex Soares e a queridinha das passarelas está grávida, mas a criança não vai ter pai."

Sim, eu havia seguido os passos da minha mãe, mesmo sem muito querer. Não era tão horrível assim, apesar da dieta rigorosa que Alex criou para mim e todo o cansaço de nunca errar para não ser criticada. Pelo menos conheci Sabina, também era modelo, mas ela gostava disso.

- Aquela garota me paga, que ódio. - Sabina entrou na minha casa bufando, com certeza estava com ódio de Joalin Loukamaa.

- O que ela fez agora? Ah, e oi.

- Essa segurança sua é um nojo viu, não me deixou passar, como ela pode? - esbravejou.

Joalin era uma ótima profissional, tinha cabelos curtos e loiros, além de se vestir casualmente como um homem (aliás, era um estilo lindo) e geralmente estava de olho em Sabina, dava para ver a tensão sexual de longe.

- Ok, por que você não experimenta passar uma noite todinha na cama dela? Talvez a raiva passe. - sugeri, assistindo a coloração avermelhada tomar conta do seu rosto.

- Any? Pelo amor dos deuses, não diga uma barbaridade dessas. - se abanou, fingido que não gostou da proposta.

- Bem, você acha q... - fui interrompida pelo telefone da casa, que raramente era usado.

Atendi, mesmo sabendo que podia ser algum fã doido, ou até mesmo alguém querendo entrevista sobre como eu disse a toda internet que odiava meu trabalho.

- Senhorita Soares? É Martha, da clínica, nós conseguimos um doador.

Meu coração acelerou, era mesmo real? Eu estava a meses esperando por resultados.

- Oi, Martha, então?

- Você pode vir a clínica caso goste das descrições. O nome dele é Josh Beauchamp, tem vinte e oito anos e é estudante de engenharia civil, está disposto a participar da vida do possível bebê caso você permita, nenhuma doença e nenhum vício. O que acha?

Por Deus, só podia ser um anjo.

- Podemos marcar a consulta amanhã? Estou dentro.

- Tudo bem, amanhã às nove, o processo será feito devido a sua chegada. Fico feliz por você.

- Muito obrigada, Martha, tchau.

Desliguei o telefone e senti malditas lágrimas nos meus olhos, era impossível negar a felicidade que eu estava sentindo, finalmente teria o que queria.

- Quem era? - Sabina perguntou, para variar estava comendo algo e sujando todo meu sofá.

- Martha, consegui um doador, você sabe. - gesticulei, tão feliz que mal conseguia falar.

- Ata, o cara que vai gozar dentro de você. - disse e eu a repreendi com um olhar.

- Não é assim que funciona, nós nem vamos nos tocar. Enfim, o mais legal de tudo é que ele quer participar de tudo, isso não é incrível?

- Isso é fofo, apesar de ser estranho. - encolheu os ombros.

Me joguei no sofá, vendo estrelas, estava sorrindo tanto que começou a doer meu maxilar, porra, era tão bom me sentir assim.

𝐃𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐩𝐨𝐫 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 || Adaptação Beauany  Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora