Declarações

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Ellen

-E você e Chris?- me perguntou enquanto preparava a massa de panqueca. Me sentei na sua bancada ainda com a roupa que dormi e observei meu Patrick de cabelos bagunçados cozinhando. Calça moletom cinza e blusa de manga comprida azul marinho, que no momento estava levantada até os cotovelos.

-Depois de você ter afugentado ele, nem me procurou mais.- revirei os olhos e peguei o pote de uvas que tinha ali. Balançava as pernas no ar devagar, e vez ou outra via os olhos azuis as cuidando.

-Ele não era o cara pra você, El. Foi bom você ver isso logo.- colocou parte da massa na frigideira e veio para minha frente.

-Patrick quando você vai aprender que quem decide isso sou eu?- sorri pegando uma uva e levando aos lábios. Vi o moreno se aproximar e afastar minhas pernas uma da outra com ambas as mãos, ficando entre elas. Engoli a fruta e quase me engasguei quando suas mãos quentes pousaram não tão inocentemente nas minhas coxas e deixou seu rosto a centímetros do meu. Patty me olhava divertido, como se soubesse que isso me provocava horrores. Sabe aquele sorrisinho de lado e olhos meigos que os homens fazem? Era essa cara que ele fazia pra mim, e eu era apaixonada.

-Quando você entender que nenhum homem na face dessa terra é bom pra você.- falou baixo e ainda mais perto, pude sentir seu hálito bater em meus lábios e a vontade de agarrá-lo ficou mais intensa. Mas não me renderia. O abracei com minhas pernas e o puxei para ainda mais perto, me fazendo sentir seu membro coberto pelo moletom tocar a parte de fora da minha calcinha. Por Deus, Ellen! Se controle!

-Nem você seria?- disse quase em um gemido, e assim que essas palavras saíram, me dei conta do que disse. Os olhos de Patrick se arregalaram e suas bochechas ficaram vermelhas.- Desculpa, eu não...

-Tudo bem.- se afastou e voltou para o fogão. Continuei comendo as uvas mas o clima havia mudado. De quente e a malícia entre amigos, agora estava pesado e quieto. Via de longe que os músculos de Patty estavam enrijecidos e eu não havia entendido o porquê. Quando terminou as panquecas, colocou três em uma pilha em um prato, a cobriu com mel e colocou morangos e mirtilos na sua volta, do jeito que eu gostava, e me alcançou.

-Não vai tomar café comigo?- desci da bancada de mármore e me dirigi a sala, onde o moreno estava indo.

-Eu...como depois.- me olhou por cima do ombro e sorriu fraco. O que eu fiz?


Patrick


Juro que tentei não dar bola, juro que tentei continuar aquele momento excitante, mas não dava. "Nem você seria?" mas que droga de pergunta é essa? Era óbvio que sim, mas ela não sabia disso, então porquê falou? Foi como uma agulha entrando na minha garganta. Era óbvio que eu gostaria de ser o namorado dela, marido também, mas eu não podia, porquê ela não quer, e deixou isso bem claro desde sempre. Então porquê perguntou isso e depois se desculpou? Era quase como se tivesse dado um doce a uma criança e logo em seguida o tirado. Não se brinca assim com o coração de alguém.

Terminei meu banho e coloquei uma calça jeans e uma blusa cor vinho de manga curta, e tentei relaxar. É...talvez essa brincadeira não seja uma boa ideia, não para alguém que está apaixonado pela melhor amiga. Saí do banheiro secando meu cabelo e vi de longe El se deliciando com as panquecas no sofá, ela fica tão sexy com minha blusa e coque bagunçado. Sorri de lado e fui me aproximando.

-Como estão as panquecas?- deixei a toalha na cadeira e me sentei ao seu lado.

-Deliciosas. Você faz as melhores.- levou um morango a boca.

-Me desculpe ter saído daquele jeito, mas é que...bem...- olhei para baixo. Devo falar?- vo-você mexe comigo, sabe?

-Claro que sim, Patty. Estamos fazendo o jogo que você propôs.- levou mais um morango a boca.

Grávida do Meu Melhor Amigo Where stories live. Discover now