26.

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Gabi.

Se tem uma coisa que não vai mudar por um tempo é as pessoas ficarem me encarando.

A hora que eu cheguei no baile até o dj olhou, me sinto desconfortável com tanta gente me olhando e comentando sobre mim.

É um trauma que ficou comigo e tô aprendendo a melhorar isso com a psicóloga. Ela me ajuda bastante mas ainda não superei tudo cem por cento né. Digamos que setenta por cento eu já consegui esquecer, só tenho problemas ainda com roupas muito curtas, olhares das pessoas, e não querer sair de casa sempre, e etc.

Eu estava no camarote com a Gio do meu lado, eu tava só no suco até meu pai chegar grudar do meu lado.

Coringa: Tá tudo bem? - me agarrou beijando minha cabeça.

Gabi: Sim, tô vendo o movimento lá em baixo - deitei a cabeça em seu peito.

Coringa: Tá bebendo suco? - concordei com a cabeça - Carol pede um balde de cerveja ali pra mim - gritou com a minha mãe.

Gabi: Eu nem sei mais beber essas coisas pai - desgrudei dele rindo.

Coringa: Vou beber junto com você, se tu ficar bebada eu também fico - acendeu um cigarro.

Gabi: Jura de dedinho? - perguntei esticando o dedo.

Coringa: Lógico - deu o dedo e juntou com o meu.

Minha mãe trouxe o balde e ficou com a gente conversando.

Gabi: Quero ir no banheiro, vamos comigo por favor - fiz biquinho pedindo pra minha irmã.

Gio: Aqui em cima deve estar muito cheio - pegou minha mão - Vamo lá em baixo.

Descemos as escadas devagar e caminhamos pro banheiro. Tinha uma menina só na fila e do outro lado tinha um grupo de vapor bebendo e fumando.

Fininho: É o destino Giovanna - gritou chamando a atenção dela que riu.

Gio: Sai do meu pé chulé - gritou de volta levando o copo pra boca.

Fininho: Qual foi morena - veio na direção dela e já grudou a boca dos dois.

Gabi: Meu pai do céu - fiz cara de nojo - Tô indo no banheiro. - avisei ela que estava com a boca grudada na do fininho ainda.

Esperei a menina lavar a mão e eu entrei no banheiro, fechei a porta e fiz xixi.

Eu tava tão apertada que quase fiz na calça. Como sempre o papel higiênico tinha acabado e eu tive que me chacoalhar igual o bonde das maravilhas.

Lavei as mãos e sai do banheiro dando de cara com uma menina que me encarava a todo tempo, fui pro lado pra passar e ela entrou na minha frente, fui pro outro lado e ela fez a mesma coisa.

Gabi: Poderia me dar licença? - perguntei olhando nos olhos dela.

X: Tá com pressa? - perguntou rindo e logo eu percebi que tinha mais duas meninas atrás dela.

Gabi: Fala logo oque você quer, tenho certeza que me beijar não é pra ficar me encarando desse jeito - cruzei os braços.

X: O papo é um só gatona - chegou mais perto - Ou você se afasta do meu homem ou você vai sofrer na pele oque é ser talarica.

Gabi: Ah claro - ironizei - Sabia que esse seu surto era por causa de homem. - falei séria. - Diz aí, quem é teu presente de Deus.

X: Você mora na casa dele e não sabe quem é? - deu risada debochada e as amigas acompanharam.

Gabi: O Thiago? - gargalhei - Meu tio ô sua loca. - se aproximou de mim.

Gio: Tá acontecendo alguma coisa aqui Tamires? - entrou na minha frente fazendo a tal menina encarar ela. - Porque se tiver, eu faço questão de resolver rapidinho.

Tamires: Tava dando um avisinho pra essa aí - apontou o dedo na minha cara e o meu instinto foi dar um tapa na mão dela. - Tá me encostando porque? - veio me peitar.

Gio: Ce acha que eu tô de brincadeira né - chamou o fininho com a cabeça e veio mais dois homens com ele - Pode tirar ela e as amigas do baile. Vai infernizar o satanás, bafuda.

Não aguentei e gargalhei tão alto com o que ela disse. Fininho tirou elas a força já que não queriam sair.

Gabi: Agora é assim é? - grudei meu braço no dela - A gente não pode vir no banheiro em paz que surge uma doida.

Gio: Mal voltou e já tá causando discórdia no morro - deu risada e caminhamos pro camarote de novo.

Anos Luz.Where stories live. Discover now