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Gabi.

Uma angústia tão grande me consumia por dentro, eu sentia que alguma coisa estava pra acontecer. Acabei tendo a certeza quando os fogos foram pro alto fazendo com que todo mundo corresse e os estabelecimentos fechasse as portas.

Eu não sabia oque fazer, estava jogada no chão do mercadinho junto com a Giovanna que chorava pois estava com a mesma angústia que eu.

Gio: Liga pro pai e avisa onde estamos - enxugou a lágrima que caiu.

Coloquei a mão no bolso mas só então me toquei que deixei o celular em cima do sofá de casa.

Gabi: Não tá comigo, acho que deixei em casa - me abaixei mais ainda quando ouvi os tiros lá fora.

Gio: Moça me empresta seu celular só pra uma ligação por favor - pediu pra funcionária do mercado que estava jogada no chão também.

Giovanna discou o número e eu me afastei um pouco indo acalmar uma mulher que estava acompanhada de uma criança.

Gabi: Você está bem? - perguntei vendo a criança chorar.

- Estamos com medo. - disse a moça.

Gabi: Engatinha até o estoque lá embaixo, não sai de lá por nada. - assim ela fez junto com a menininha.

Gio: É ele, o Carlos tá invadindo - disse assustada fazendo eu engolir a seco.

Gabi: Eu vou lá - levantei e ela me puxou pra baixo de novo - Me solta.

Gio: Tá maluca né, tu não vai pra lugar nenhum - quase gritou.

Gabi: Tu vai botar geral que tá aqui dentro lá no estoque e só vai sair de lá quando tudo acabar. - ia abrir a boca pra falar mas eu cortei na hora - Giovanna, não insiste.

Gio: Num insiste um caralho - gritou - Tu tem um filho pra cuidar sua idiota, não vai pra lugar nenhum e já era. - falou nervosa.

Gabi: Isso tem haver comigo. - levantei de novo - A tua obrigação aqui agora é cuidar de todo mundo que tá aqui, eu me viro igual a famosa Gabi de antigamente.- beijei sua cabeça.

Não dei espaço pra ela falar mais nada, apenas corri pra porta dos fundos que saia em um beco.

A cena era triste, corpos e mais corpos jogados no chão, sangue pra tudo quanto é lado.

Peguei um fuzil de um homem que estava morto e uma Glock, quando eu ia sair pra correr, escutei uma tosse e olhei pra trás.

Paralisei na hora que eu vi o Fininho jogado no chão sangrando.

Gabi: Aí meu Deus - corri na direção dele.

Fininho: Oque tu tá fazendo aqui Gabriela - falou com dificuldade me olhando.

Gabi: Defender os meus - levantei a camiseta dele vendo o buraco que o tiro deixou na barriga dele. - Não vou deixar tu morrer aqui.

Levantei escutando passos se aproximar e apontei o fuzil pronta pra atirar, quando eu vi que não era funcionário do meu pai meti bala no corpo sem dó.

Abri a porta dos fundos do mercadinho e gritei pela Giovanna que veio correndo enquanto eu fui na direção do fininho arrastando ele pelo chão.

Gio: Oque aconteceu pelo amor de Deus - me ajudou a colocar ele pra dentro.

Fininho: Tomei um tiro né Giovanna - tossiu sangue.

Gabi: Evita falar - disse seria olhando pra ele - Pressiona esse machucado dele, tenta não deixar ele desmaiar - sai batendo a porta com tudo.

Que Deus proteja eu e todos aqueles que eu amo.

O meu corpo se arrepiava sozinho, uma angústia, meu peito estava doendo, eu tava com medo mas precisava ser forte e lutar pela vida de cada um que tá tentando proteger esse morro hoje.

•••
A vida não é um sopro só quando acontece uma tragédia. A vida é um sopro todos os dias, valorize cada momento como se fosse o último, a verdade é que nunca sabemos se realmente aquele vai ser o último dia da sua vida.... 🥀
Pra morrer basta estar vivo!

Anos Luz.Where stories live. Discover now