T5 C10: Preço.

57 2 12
                                    

05:20 PM.

Os dois indivíduos de faces ocultadas pelas máscaras de plástico esbanjando sorrisos aproximam-se da chácara com suas armas empunhadas. A porta escancarada deixa os dois curiosos e eles adentram o lugar. Analisam o cenário bagunçado iluminado por velas espalhadas pela pequena sala: resto de comida em panelas, garrafas de água vazias e panos sujos de sangue compõem o cenário.

– Quem passou aqui estava na merda. 

– É. - o outro concorda. – Parece que saíram há pouco. 

– Acha que foram eles? 

– Segundo as informações do bosta do Félix e da irmã dele, ainda faltam nove.

O outro assente. O barulho de vidro quebrando no corredor à direita os alerta. 

– Vai por ali. - o mascarado em posse da AK-47 aponta para o corredor à esquerda. – Eu pego esse.

Assim é feito. O sujeito com a AK avança pelo corredor e vê o quadro representando um belo pôr do sol no chão e a moldura de vidro partida em micro pedaços. Provavelmente a origem do som.

Mais a frente, o elemento arrastando os pés, ponche maltrapilho e andar cambaleante chama sua atenção. Puxa sua faca e inicia a aproximação em modo furtivo para ceifar o errante. Passa pela porta do banheiro entreaberta e fita parcialmente o interior escuro. 

Segue na direção do zumbi e ergue a faca para enterrá-la na nuca do caminhante, mas antes sente o braço forte puxar sua cabeça para trás e a lâmina gelada deslizar em sua garganta. Sangue esguicha no corredor e Viktor segura o mascarado evitando o baque do corpo contra o piso de madeira. O suposto caminhante que seria abatido vira-se. Era Hank. 

– Menos um. - Viktor sussurra. Hank assente e se desfaz do poche e a toca endireitando sua postura em seguida. O grandão recolhe a arma do sujeito e juntos arrastam o corpo para o banheiro que fora usado como esconderijo para  Viktor surpreender o inimigo. 

No corredor do outro lado do chalé, o segundo mascarado avança atento a todas as portas e segurando firme a shotgun em suas mãos. Passa em frente ao enorme armário metálico e breca ao escutar um estalo. Fita o enorme corredor e não acha a fonte do barulho. Pousa os olhos no armário. Engatilha sua arma e o chiar do rádio em sua cintura o faz baixar a cabeça e encarar o aparelho. Espera alguns segundos e nada. Volta sua atenção as portas do móvel cinza e faz menção de abrir quando é surpreendido por trés tiros a queima roupa no abdômen. 

Cambaleia para trás batendo as costas na parede e desliza para o chão deixando um rastro de sangue sobre a tinta marrom. Fita os buracos de bala fumegantes nas portas do armário e as vê serem escancaradas.

Guilherme sai do armário com a arma apontada para o sujeito que tenta alcançar a sua, mas desiste depois de ter a mão direita pressionada pela sola da bota de Spier que lhe aponta a M9.

– Perdeu, otário. - Gui zomba e puxa o gatilho. 

O estampido curto ecoa no corredor cheirando a sangue. Viktor e Hank chegam ao local e encaram o jovem ainda com o braço levantado sustentando a arma.

– Dô? - a voz da mulher sai do walkie-talkie preso ao cinto do cadáver. – Como está por ai? Encontrou alguma coisa? Chegamos perto de capturar todos, mas uma piranha escapou pelo rio perto da caixa de água. Fiquem de olho por essas bandas. Faltam nove. Câmbio. 

Guilherme curva-se e retira o aparelho do cinto de sua vítima. Encara os amigos.

– Tá na hora de irmos. - Viktor diz. – Como suspeitamos, mais deles estão vindo pra cá. 

After The World (PAUSADO)Where stories live. Discover now