T1 C9: Sem Saída.

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A visão periférica do olho direito estava prejudicada, borrado como quando esfregado os olhos pela manhã. O olho esquerdo ainda era um bônus para que Sam visse o aglomerado lutando para abrir a porta. Ele ouviu as vozes abafadas ali dentro e logo mais, o empurrar delas. Os disparos foram altos e clarearam o interior do estoque, ao mesmo tempo que servia como o sino do banquete para os famintos mais distantes.

Perdeu a atenção no puxar de seu braço. Carter arrastou-o para baixo do caminhão. A camiseta de Sammy se sujava na trilha de sangue deixada por ela. Eles saíram sob a lataria. Carter manteu a pressão no ombro enquanto corria até o cercado que dividia a rua do descarregamento. Sua colisão na cerca chamou atenção de três moribundos que iam em direção a porta. Ela empurrou o portão, abrindo uma pequena brecha no cercado trancado pela corrente. A Tenente passa pelo espaço com dificuldade, sentindo uma pontada a cada forçada no ombro. Na vez de Sammy, o trio faminto já estava próximo. Ele se apertou entre o espaço, cortando uma parte da bochecha na força. Sam caiu para o outro lado, mas logo teve os pés agarrados por dois dos mortos vivos. Uma perna chutava a face de um deles, enquanto a outra sacudia para se livrar da dentada. Dois tiros altos deteram as aberrações. Carter puxou Sammy com o único braço bom, ele logo ficou de pé.

A dupla iniciou a corrida pelo quarteirão. Carter tomava a frente, disparando nos que se apresentavam na virada de uma esquina. Atrás dela, Sammy deliberava golpes e chutes nas criaturas com um liquidificador pego na lixeira durante o percurso. Uma prostituta transformada teve a última bala da M9 em sua testa. Carter encostou numa vitrine de uma loja de roupas para recarregar. O mendigo desfalecido aproveitou a oportunidade para atacar Sammy, que ligeiro usou o liquidificador como escudo. O moribundo o deixou contra a porta acorrentada da loja, seu impulso abriu uma pequena brecha para o breu e dela saiu uma mão em putrefação e de unhas grandes, das quais arranharam o tecido de sua camiseta.

– Carter!

Ela recarregou, atirando em um zumbi a dois metros dela, mirando em seguida para o mendigo persistente. O flash do tiro quase chegou a cegar Sammy pela proximidade, ele não só fechou os olhos pela claridade mas também pelos respingos do cérebro do falecido que deslizou em suas mãos e caiu na calçada. Se recompos rápido, já batendo o eletrodoméstico na criatura entre a fresta. Um pouco de seu sangue pintou o objeto em sua base.

Foi então que a viatura surgiu atropelando um dos mortos, cantando pneu na derrapagem. O automóvel parou e dele saiu um sujeito negro uniformizado e com uma Colt Python, das quais as balas foram direto na cabeça dos vagantes.

– Entrem! Andem logo! - mandou, atirando novamente.

Sam e Carter se embrenharam rapidamente no banco traseiro. O policial fechou a porta a tempo para que a morta-viva batesse contra o vidro. A viatura deixou o quarteirão lotado em marcha ré, entrando na primeira esquina. Os passageiros atrás sentiram a alta velocidade.

– Ela tá bem? - olhou no retrovisor.

– Acho que sim. Pressiona.

Carter concordou. Sua farda estava ensopada de sangue, a pele dela ficava cada vez mais branca.

18:16 PM

Os tiros levaram todos no museu até o corredor escuro. Ana liderava, aumentando o foco do feixe para o final, iluminando a porta de saída. E então mais dois feixes azulados surgiram na virada, agitados. Spears, Mason e Carlton surgiram aflitos na corrida. O emergir dos rosnados pelo corredor concluiu a tese para que todos arrepiassem as espinhas.

– Corram! Corram! - Spears berrou, sacudindo a lanterna.

Rapidamente, o grupo correu de volta para os corredores clareados pelo satélite natural entre as janelas. Assim que o trio passou, Sloan fechou o portão. De imediato o aglomerado veio batendo contra a grade, passado seus braços pelos espaços nela.

After The World (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora