O Feliz Pedido (Ultimo Capitulo)

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- CHEGA PERTO DELE DE NOVO, QUE ESSE MURRO VAI SER COSEGAS PERTO DO QUE EU VOU FAZER CONTIGO. O Matheus ficou parado no chao olhando pro Alexandre, meio que chocado. Nao havia mais os Gritos que estavam quando ainda estava acontecendo o jogo, o silencio reinava, mas logo foi quebrado quando o povo começou a zoar o Matheus quando o Alexandre deu as costas e saiu calmo do ginasio. Eu fiquei ali parado na entrada do ginásio, e dei uma olhada rápida pro Matheus é ele retribuiu o olhar pra mim, mas logo desviei olhando direto pro Alexandre.
- Vem, vamos embora, vou te levar pra casa. Ele falou pegando no meu braço e me tirando daquele lugar constrangedor, eu estava a uma lágrima para me desmanchar todinho de novo.

                                   *
A dor ia aumentando a cada passo que a gente dava, eu geralmente levava pouco tempo pra chegar em casa andando, mas ali parecia uma eternidade, a gente não chegava em casa nunca. O Alexandre iria ficar comigo hoje, se eu ficasse sozinho era capaz de eu me humilhar ainda mais pro Matheus.
Eu não sabia explicar como eu estava, como eu me sentia, todos os meus planos, meus sonhos com ele, as coisas que eu tinha pensado em fazer com ele e du nada, puufff, sumiu tudo em questões de minutos. O Ale tentava me consolar, mas não conseguia, e não culpo ele, a minha tristeza era maior e mais forte do que qualquer outro sentimento, em segundo lugar era raiva, terceiro ódio, e por ultimo medo (medo de ficar sozinho, medo de não voltar pra ele, medo de tudo).
Quando chegamos em casa, eu fui direto tomar um banho, estava cheio Glitter, e estava com o olho todo preto porque tinha passado rímel e infelizmente chorei para um caralho.
Sai do banho e ele estava me esperando no sofá, coitado, já até estava vendo a punição que ele ia tomar na escola por me defender
- Você vai avisar a diretoria que ele te agrediu??. Ele perguntou mas com um tom de certeza
- Ele não me agrediu, o Matheus pode ser escroto, mas me bater ele nao ia, só ficou vermelho porque ele pegou no meu braço, mas nem foi forte assim, e mesmo se ele tentasse me agredir eu seu me denfender, e já sumiu os vermelhoes, é melhor eu deixar essa história de lado e seguir minha vida. - O pior é que ele está totalmente conturbado, alguma coisa deixou ele muito chateado
- Claro que não, ele te agrediu, e você precisa falar pro conselho que ele é um cara violento, pra pelo menos não colocaram ele na mesma sala que você ano que vem. Ele levantou do sofá com uma expressão de indignação.
- Vida, eu não posso fazer muitas coisas, até porque, você também agrediu ele e bem no meio do jogo, os professores pode até expulsar você, então é melhor deixar pra lá.
- Você é quem sabe, mas vou deixar claro que sou totalmente contra você não avisar o conselho.
- tá bom vida, eu preciso de uma bela de uma caipirinha agora, (o sangue cachaceiro falando alto kkk) eu quero ficar bêbado, fica comigo??
- Eu não posso beber muito, porque tenho jogo amanhã, mas eu bebo um pouquinho contigo.
Aliii a gente ficou bebendo por horas, cantamos músicas tristes, dançamos, eu chorei, contei sobre os meus relacionamentos desastrosos, e ele contou os deles. Nós rimos tanto, que alguns momentos eu tinha esquecido do que eu tinha passado de manhã, mas logo voltava tão rápido quanto havia sumido.

OoooOoooOoooOoooOoooOooOoooO

Meu pai e minha mãe chegaram do trabalho, e viram aquela cena horrível... Eu com a cabeça deitado em uma travesseiro que estava apoiado sobre uma perna do Alexandre, nos dois completamente bêbados, e eu estava chorando.
- Posso saber o motivo da comemoração?? Meu pai perguntou assim que entrou em casa.
- Meu término. Falei com a voz arrastada de bêbado.
- Eu acho melhor você ir dormir e amanhã a gente conversa, Alexandre você vai dormir aqui??. Meu pai falou mais sério, parecia que ele já tinha sacado que o Matheus tinha feito merda.
- Vou sim senhor. O Alexandre ainda não era muito de casa, então ele ainda era tímido pra falar com o meu pai.
- Você que está menos bêbado, sabe da situaçao do pingo??
- Quem é Pingo senhor??
- Desculpa, esqueci que tu não conhece ele assim kk, estou me referindo ao Lincon, tu sabe por onde ele anda??
- aaah sim, ele está na casa do Kayky, disse que vai dormir por lá mesmoo.
- Vocês estão com fome?? embora vc estejam bêbados, eu vou pedir uma pizza. Minha mãe falou saindo do quarto, já de pijamas.
- EEEEEU QUEEEROOOO!!. Eu gritei caindo do sofá pra fazer graçaa kkkkk
- VAAAI SE MACHUCAR PALHAÇO, vamos pro quarto esperar a pizza!. Disse Alexandre me arrastando no chão, e meu pai riu (meu pai nunca gostou de nenhum amigo meu, eu acho que ele começou a gostar do Alexandre)
- Naaaaaaaaao!. Gritei enquanto estava sendo arrastado até pro meu quarto.
Tudo ali me fazia lembrar o Matheus, a cama que a gente se beijou, o nosso quadro de fotos, que eu tinha que esconder toda vez que os meninos vinham na minha casa, até tinha uma toalha dele aqui porque ele dormia muito na minha casa.
- Tá melhor poc??
- Tirando o fato que quero pular dessa janela, sim estou melhor. Disse meio que voltando pra consciência normal.
- Quer fazer o que agora desgraça??
- Vamo jogar futebol??
- Com que videogame??
- Não perguntei se queria jogar videogame, eu tô falando de jogar lá fora
- Tá louco?? Está chovendo muito. Ele disse com uma cara de desgosto pela minha ideia idiota.
- Vamos, eu nunca joguei futebol, e nunca tomei banho de chuva.
- VOCE NUNCA TOMOU BANHO DE CHUVAA?? CARA TU NAO TEVE INFANCIA VEEI.
- E eu não tive mesmo, aprendi a ler com 5, com 7 já sabia tocar um pouco  de piano e flauta, e com 8 estava lendo "A Cabana"
- Agora eu vou te forçar a ir brincar na chuva. A gente desceu tão rápido, que meus pais ficaram sem saber o que fazer.
Ficamos brincando de futebol, eu era horrível, era a primeira vez que eu tocava em uma bola... (de futebol seu pervertidos dkdk), pareciamos crianças, brincamos de pega-pega, eu caí várias vezes por causa da grama que estava molhada, tudo estava se movendo tão lento, ali eu percebi que queria levar ele pra minha vida inteira, de que ele era o único homem (Tirando meu pai), que me fazia rir sem outras intenções, ele me fazia bem, me confortáva, me acolheu de um jeito sem explicação. Uma vez eu li que "Amigos, são como estrelas no céu, brilhando, brilhando, mesmo nas noites mais escuras, É ainda que não conseguimos avista-las, elas ainda estão lá", e esse amigo eu iria guardar dentro do meu coração, mesmo que se um dia a gente se afaste, eu lembrarei perfeitamente quem foi Alexandre em minha vida. E ali naquele momento, todas as dores, a tristeza, a mágoa, a raiva, o medo, tinha sumido e dado lugar a um sentimento genuíno e inocente de uma criança.
Eu deitei/desmontei na grama molhada, a chuva caia sobre mim, rolava sobre meu rosto e eu ficava tão feliz de saber que não era lágrimas, meu corpo estava tão quente. Aquele era o meu novo lugar, era quente, mesmo estando frio, era seguro, nada mais importava, nao queria saber mais de nada, só o que me importava. Eu simplesmente esqueci quem era Matheus, quem Thomas, ou algum resquício da nossa  história, eu me senti tão bem, não queria sair dali. Minha paz acabou assim que eu dei meu primeiro espirro, já estava muito tempo  na chuva, e se eu não fosse pra casa, com certeza iria ficar muito doente, o Alexandre já estava acostumado a tomar banho de chuva, mas eu não.
Assim que voltamos pra casa, eu fui direto pro banheiro tomar banho, logo veio o Matheus na minha cabeça, mas eu não permiti que ele ficasse muito tempo em minha mente, eu não poderia, me permiti ficar triste depois daquele momento tão mágico que eu vivi. Sai do banheiro, e o Alexandre foi tomar um banho, tadinho parecia um ratinho todo molhado. Esperei ele voltar pra comer a pizza, meus pais esperaram a gente também, quando derrepende o interfone toca, era mais de meia noite, era a Duda, interfonando da casa do Kayky:
- Amigoo?? Será que sua mãe deixa eu a Castilho, o Kayky e o Leleu dormi na sua casa?? É que deu um estourao na caixa de força daqui do apartamento do brócolis (Kayky), e tá sem força aqui.
- Claro que deixa, só traz um colchão, pra poder caber todo mundo.
Eu ja estava melhor, mas eu sei que a gente ia fazer uma baguncinha boa e ia me animar ainda mais.
- Ook, estamos subindo aí então.
- taaa  boom.
Eu corri pra arrumar a bagunça que eu e o Alexandre fizemos na sala, limpei rapidinho, e coloquei os colchões no chão da sala. Ficamos tudo apertadinho, mais foi tão massa, a gente ria, fizemos a Castilho chorar porque os meninos ficaram zoando ela (tadinha, peço perdão a ti novamente Castilho, tadinha gente, os meninos pegaram pesado kkkk), a gente assistiu filme de terror, elas super gostaram do Alexandre, pelos menos o dia terminou melhor do que eu esperava.

O Amigo Hetero do Meu IrmãoWhere stories live. Discover now