A proposta

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Estava correndo, sempre estive correndo, minha vida é tão agitada que sempre estava correndo, mas o real motivo de meus pés buscarem apressadamente por aquelas ruas era porque precisava encontrar o homem da minha vida antes fosse tarde demais enquanto corria apressadamente, peguei-me pensando que quando nos conhecemos eu estava correndo para ir a uma apresentação de um projeto no trabalho, estava tão estressado. Não podia esperar o elevador, desci as escadas com várias pastas e materiais que iria utilizar, ao passar na entrada do prédio escutei o porteiro gritando "Com calma Sr. Lightwood". Andrew estava acostumado a me ver passando na portaria sempre apressado, sempre correndo.

Andava pelas calçadas com passos rápidos, apesar de morar duas quadras próximo do prédio em que eu trabalho, eu sempre conseguia me atrasar. Então esperei o semáforo abrir para os pedestres e atravessei a avenida, comecei a correr, mas pela primeira vez algo inusitado aconteceu, esbarrei em alguém, sempre fui muito atento, porém, dessa vez não vi a pessoa vindo em minha direção, quando percebi minhas pastas foram ao chão, as folhas e os projetos da apresentação se espalharam.

Quando fui me abaixar para pegar uma a uma, escutei a frase que me fez pensar se estava sonhando. "Amor que bom que te encontrei" levantei a cabeça para ver quem falava e se realmente estava falando comigo, e fiquei em choque, um rapaz com pele dourada, olhos puxados, seus cabelos estavam em um topete com mexas azuis, vários piercing na orelha, olhos verdes-dourados, lábios finos, seus olhos estavam marcados por lápis de olho e tinha sombra azul combinando com seus cabelos. Ele era lindo, e em questão de segundos, suas mãos estavam no meu rosto e o estranho me beijou.

Fiquei sem reação, sua língua buscava a minha com urgência, era um beijo desesperado, levantei minhas mãos para o afastar, mas assim que toquei em seu corpo magro, meus dedos firmaram-se em sua cintura fina, ele tremia, seu corpo todo tremia, seus lábios estavam sobre os meus e podia sentir seu temor, ele estava apavorado. Não sei se por instinto ou apenas desejo de tranquilizá-lo, o abracei de um jeito protetor, alisei suas costas e retribui ao seu beijo, de forma lenta e calmo, queria fazer seu medo diminuir. E pareceu funcionar, ele relaxou em meus braços e suspirou entre o beijo, que agora prestei atenção, tinha sabor de morango, devia ser do gloss que ele usava.

Terminei o beijo, buscando saber o que se passava, ainda estávamos abraçados, suas mãos desceram para meus ombros e eu o segurava pela cintura. — Você está com problemas? — foi minha primeira pergunta. Ele abriu os olhos puxados e confirmou com a cabeça — Fez alguma coisa errada? — Ele mordeu o lábio inferior atraindo minha atenção. Ele era jovem, aparentava ter uns 18 anos, seus olhos se encheram de lágrimas — Alguém fez mal a você? — ele suspirou, nesse momento um homem branco, olhos verdes, cabelos quase platinados naturalmente, alto, vestia uma farda de oficial da imigração, parou ao nosso lado.

— Magnus Bane, você tem o direito...

— Ragnor, veja, encontrei meu noivo — naquele momento descobri que o jovem abraçado a mim, se chamava Magnus, seus tremores aumentaram ao ouvir a voz do oficial, e fiz algo que nunca tinha feito com um estranho, apenas com minha família, eu o abracei, trouxe seu corpo colando ao meu e rapidamente ele relaxou. O oficial deveria estar a procura dele há muito tempo, o homem passou a mão no rosto em um ato cansado.

— Você agora tem um noivo? — arqueou uma sobrancelha. E Magnus me olhou desesperado.

— Sim, oficial Ragnor. Sou seu noivo — o homem balançou a cabeça desacreditado.

— E vocês começaram esse relacionamento quando? — perguntou buscando um bloco de notas anotando as informações.

— É recente, na verdade, vamos oficializar no Natal — Magnus disse de forma melodiosa, mas pela expressão do oficial ele não acreditou.

A proposta (Malec) Место, где живут истории. Откройте их для себя