Brooks

264 44 34
                                    

Queridos leitores do futuro, estar numa floresta sabendo que pode ter bichos estranhos me observando e que podem estar  prestes a me atacar não é nada tranquilizador.

Apesar da floresta ser muito bonita, colorida e um pouco mais aberta do que todas as outras que passei, ouço alguns barulhos estranhos as vezes. Se imaginem nessa situação, sozinhos, desconfiados da própria respiração, com coração partido e temendo que monstros surjam das sombras. Não é nada encantador.

Estou desanimando cada vez mais, não consigo encontrar o Garoto, não escutei nenhum latido e não achei nenhuma pegada... Temo não o encontrar...

Me viro bruscamente quando ouço um barulho estranho mais forte do que todos os outros, até prendo minha respiração e consigo escutar ruídos baixinhos. Um gemido rouco à minha direita... Seria o Garoto? Espero que sim...

Não sei se vocês do futuro vão saber o que era um filme, não vou explicar sobre isso agora, mas resumindo eram cenas gravadas contando histórias incríveis – as vezes nem tanto –, eram divididos por gênero e o que eu lembrei nesse exato momento foram os filmes de terror.

Aquele frio na barriga por conta do suspense, esperávamos pelo susto e mesmo assim nos assustávamos, a torcida – ou xingamentos – para que o personagem não fosse em direção ao barulho... Xinguei tanto os personagens que faziam isso, que estou fazendo o mesmo.

Dou um passo com cautela.

— Garoto? — chamo tentando controlar as batidas descompassadas do meu coração. — Por favor, Garoto, que seja você.

O barulho está vindo de trás de uma árvore com uns arbustos em volta, não consigo ver até me aproximar, mas o medo fala mais alto e eu estanco uns passos antes.

— Garoto, pode sair. Sou eu. Ohana. — digo com medo.

Ouço mais um gemido, decido dar mais um passo a frente e no instante que faço isso me arrependo.

Uma antena enorme surge e eu não me dou o trabalho de ver o que exatamente é a criatura. Me viro e corro o mais rápido que consigo, o gemido que antes era baixo, vira um ruído grotesco assim como o da Centopeia gigante. Ótimo, de novo...

Olho para trás para conhecer meu novo inimigo e enxergo uma formiga gigante, causando lembranças do abrigo... Não se desespere Ohana, você já matou uma, lembra?

Continuo correndo pensando em como posso me livrar dela, desvio de uma árvore e percebo que a formiga acaba batendo sua cabeça no tronco... Ok, já descobri.

Aproveito as árvores ao meu redor e ando em zigue-zague enquanto preparo minha besta, para acabar de uma vez por todas com essa perseguição. Mas como vou acertá-la em movimento? Merda...

Me viro um pouco para trás e solto a flecha mas erro feio, a formiga solta um chiado zombando de mim, e eu fico desesperada. Coloco a flecha na besta e
aponto para trás de novo, o coração da um salto em meu peito quando percebo o quão perto a formiga está.

Devo agir rápido.

Mas como fazer isso com todo esse desespero? Como posso pensar em algo para me salvar se tudo o que passa pela minha cabeça é Joel e Garoto? Nunca mais vou vê-los...

Paro.

Duvidando de toda a minha capacidade, aponto a besta em direção a cabeça da formiga que vem para cima de mim tão rápido que mal vejo suas patas encostando no chão.

— Uma agulha através da água. — me assusto com a intensidade da minha própria voz, o medo de abrir os olhos me faz desequilibrar para trás, mas quando ouço o barulho de algo muito pesado caindo e algo tocando o meu pé, os abro imediatamente.

Uma das antenas toca minha perna, a cabeça da grande formiga está enterrada na terra, algumas de suas patas estão apontadas para cima mas não fazem nenhum movimento suspeito, o barulho que antes saia de sua garganta cessou e agora só consigo escutar as batidas rápidas do meu coração.  Engulo em seco e chuto a antena para longe dando risada de mim mesma.

— E mais uma vez, Ohana escapa da morte. — digo enquanto me levanto. Olho para o corpo da formiga e me arrepio. — Sozinha de novo...

Respiro fundo e encaro a minha frente.

— Preciso encontrar o Garoto. — olho para os lados. Não faço a menor ideia em qual direção seguir, dou de ombros e dou um passo à frente.

Ótimo dia para ser eu.

Piso em falso e acabo me desequilibrando, rolo morro abaixo e solto um grito de dor quando bato minha cabeça em uma árvore.

— Merda. — resmungo e tento levantar, não é uma boa hora para ficar tonta, percebo que ficou um pouco dolorido. Me apoio no cotovelo esquerdo e respiro fundo, a queda não foi tão grande, sorte a minha. Que sorte, Ohana? Isso cm certeza é uma trégua antes de uma merda maior ainda acontecer.

— Está tudo bem? — sem me importar com a dor em minha cabeça tiro minha besta que está pendurada em minha mochila e aponto para o cara loiro que está em minha frente. — Ei, calma.

— Quem é você? — abaixo a besta um pouco envergonhada. — Desculpe, eu me assustei.

— Eu sou Brooks. Mas me chamar de Cap. — ele sorri, e uau... — Posso te ajudar?

Balanço a cabeça, estendo meu braço e ele me levanta com cuidado.

— Foi uma queda engraçada. — diz e eu reviro os olhos.

— Se não fosse por mim estaria sendo atacado por uma formiga, Cap. — pego minha mochila e coloco nas costas com um pouco de dificuldade, faço uma careta quando forço o meu braço dolorido, cai por cima dele.

— Ah... Eu sabia que aqui está mais perigoso do que pensam. — resmunga. — Mas espera, você machucou sua testa, está sangrando um pouco, atrás dessas rochas há um abrigo, vou te levar para que vejam seus machucados.

Toco minha testa e vejo um pouco de sangue em meus dedos, não é fundo, não vou correr nenhum risco de infeccionar, eu acho.

— Estou bem.

— Não está não, sua testa está sangrando. — seria hilário pensar que Ohana Jones escapou de uma formiga gigante e morreu de infecção... Seria um fim apropriado para mim, meu azar permitiria isso.

— Eu preciso ir. — suspiro pensando em como fazer um curativo.

— Já vai anoitecer, precisa de um lugar para dormir, aqui há vários monstros. Além disso, precisa de cuidados. — ele insiste, olho em volta, a floresta é densa e bem fechada, a luz do sol já está indo embora e eu estou morrendo de fome... Sem falar da droga da dor no meu braço e a ferida aberta.

— Tudo bem, mostre-me o seu abrigo. — dou de ombros e o mínimo movimento me faz arrepender de ter o feito, acho que estou toda dolorida. Cap sorri e aponta para as rochas.

— Me siga.

____________
Oii
Tudo bem?

Gente, esqueci de falar com vocês no capítulo anterior kkkkkk desculpa

Aaa tô tão empolgada pra postar a fic de Divergente! Já estou escrevendo o segundo livro e espero que vocês gostem.

Quem vocês preferem Tobias ou Eric?

Eric pode ser bonito, mas não gosto dele. O cara é chato mano. Prefiro mil vezes Tobias que é perfeito.


Não se esqueça de votar❤️

Survive Or Love  [Love And Monsters] Onde histórias criam vida. Descubra agora