Capítulo 1: O começo

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{ CAFETEIRA GIRASSOL DO AMANHÃ, AV. ACLIMAÇÃO FLORENCE, BAIRRO BARRIL FURADO, PROXIMIDADE DA FACULDADE YELLOW DECEMBER, ÀS DEZ HORAS E CINQUENTA E CINCO MINUTOS. }

Encontrava-me em uma cafeteria, próxima da faculdade que realizava, degustando de um chá de lavanda, que é especialidade do comércio local, junto de uma torta de limão repleto de glacé constituído como uma nuvem. Sentado nas proximidades de uma extensa parede de vidro, observava a movimentação do horário de almoço de cada universitário que passava, seja acompanhado ou solitário, apenas pelo possível capricho próprio para aproveitar o tempo de relaxamento. Alguns entravam nessa cafeteria bastante familizada e sentavam-se em seus lugares escolhidos, outros apenas realizavam seus pedidos, pegavam-os e se retiravam para qualquer lugar que tivesse mais interesse. Era assim todo meio de tarde, nesse reiteração movimentado. Sem alguma exceção, os comprimentos eram efetuados a cada passo dado, afinal de contas éramos conhecidos, mesmo vários dali serem de setores diferentes, com sonhos e metas completamente diferentes, mas ainda sim era inevitável não conhecer os demais aprendizes.

Com um sorriso no rosto, acenei com a cabeça como comprimento a cada pessoa que acenava ou dirigia-se rumo a minha mesa, cujo boa parte estavam em grupo e passaram-se a ter o foco de seu objetivo inicial, que nada mais era a procura de um local para se sentarem, como brecha, segurei a xícara de porcelana e caminhei o objeto até o encontro de meus lábios, saboreando o gosto suave e adocicado por conta da concentração do mel presente na substância. Era deveras relaxante, assim como também era apaziguador apreciar uma leitura cristalina.

Quando a circunferência pousou sobre a plataforma de madeira, peguei meus fones sem fio e os direcionei até meus ouvidos, escolhi uma música a gosto e abrir o livro, que me acompanhou até agora, na página que o marcador fazia-se presente. Amava a narrativa de "Um Estudo em Vermelho" por conta da perspectiva que John tinha sobre a vida de Sherlock Holmes, e de como ele adentrou nessa forma de encher o mundo com um intenso significado biológico, principalmente com uma pintada de observação e dedução. A vida pessoal, raciocínio do detetive e o clímax de estar próximo da resolução, é uma adrenalina cativante para um amante de ficção policial e suspense. Nesse momento, acabará por realizar os mesmos gestos conforme aquela pequena programação criada, um gole do chá resultava em mais um capítulo terminado nessa literatura viciante, outro gole e mais comprimentos de universitários eram direcionados à mim conforme suas aproximações rumo a uma procura de um conforto durante sua refeição, claro, retribuía a educação com um sorriso sereno e genuíno; durante esse processo, a melodia troca aleatoriamente para "Hard Times" de Paramore e posteriormente, para outras músicas em minha playlist. Conforme todo esses procedimentos monótonos do dia a dia, em cada encontro da infusão¹, cada consonância², cada mordida no doce e cada palavra registrada daquele livro de Holmes fazia-me entrar harmonicamente comigo mesmo, sendo nada mais que um entretenimento formidável desse mínimos gostos reconfortantes.

Ah, o ambiente pacífico desse estabelecimento também favorecia essa construção aconchegante, apesar de ser, considerável, uma edificação³ antiga que foi reconstruída para manter a modernidade, mas sem tirar a essência de sua primeira formação arquiteta. As orquídeas presentes na parte de fora do estabelecimento dava um ar mais delicado para o local, tinha também lindas margaridas, violetas e poucas lavandas nesse pequeno jardim, entregando a essência de uma beleza sútil e meiga; as paredes de dentro continha uma tonalidade desbotada⁴ junto com curvaturas aleatórias no branco e banana⁵, causando uma textura próxima de uma escultura de liberdade. Tinha alguns quadros de diversas paisagens também, lembro-me bem de uma curiosidade minha parente o quadro do meio, cujo este que chama muita a minha atenção, ainda mais por ser um ambiente de uma moradia próxima de um lago, com várias plantações presentes conforme o céu azulado e seu amigo circular brilhoso e volumoso, que deixava mais a pintura suave de tanta delicadeza transmitida ali. Em uma conversa com a atendente do local, que é minha colega de sala, disse que aquele painel tinha sido criado por um dos universitários da unidade de artes visuais, como um método de programação geométrica de ambiente; infelizmente ela não se recorda nem do nome do aluno e nem de seu codinome.

A Voz do Silêncio.Where stories live. Discover now