Capítulo 66

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Any

Estava jantando quando recebi o e-mail da clínica obstetra confirmando a minha primeira ultrassonografia para o dia seguinte. A primeira coisa que fiz foi tentar ligar para Josh, mas o seu celular estava desligado, provavelmente por conta desse jantar.

Lógico que a ideia de que ele estava tendo um encontro passou pela minha cabeça, mas que mal tinha nisso? Estávamos solteiros, ele era livre para sair com quem quisesse e eu não tinha o direito de me incomodar. Mas mesmo tendo consciência disso, eu estava incomodada.

Antes de dormir, eu fui colocar Bernardo na cama.

— A mamãe tem uma novidade pra contar! — eu disse, o cobrindo com o lençol.

— O que?

— Eu sei que o seu pai deveria estar aqui também, mas eu não consigo me aguentar de ansiedade! — sorri.

— Meu Deus, mamãe, o que houve? — riu.

— Então, o que você acharia de ter um irmãozinho? — aguardei sua resposta, mas ele ficou completamente estático.

— Vai adotar mais alguém? — franziu a testa.

— Não, meu amor. Eu estou grávida.

— Uau... — ficou boquiaberto. — Você e papai vão ter um bebê? — ele não parecia tão feliz quanto eu esperava.

— Sim.

— Ah... — desviou o olhar.

— O que foi?

— Bem... o bebê é filho de vocês... filho de verdade. E se vocês o amarem mais por causa disso? — falou tristonho.

— Ah, meu amor... — sentei ao seu lado e o ninei em meus braços. — Não é porquê você não tem o nosso sangue que não seja nosso filho de verdade. Eu sou sua mãe e te amo da mesma forma que amarei o neném que está crescendo dentro de mim.

— Essa é a diferença, ele vai nascer de você. Eu nasci de outra pessoa.

— Eu posso não ter gerado você na minha barriga, mas gerei no meu coração. E não há nada nem ninguém capaz de diminuir o que eu sinto por você. Eu e o Joshua sempre estaremos aqui e sempre seremos os seus verdadeiros pais. — beijei a ponta de seu nariz.

— Eu te amo. — sorriu.

— Te amo mais. — dei um último beijo em sua testa e depois de apagar as luzes, eu fui para o meu quarto.

Tentei ligar novamente para o Joshua, imaginando que seu jantar já havia acabado. Porém, caiu na caixa postal três vezes e eu resolvi desistir.

Tomei um banho quente, vesti uma roupa confortável e me deitei parar dormir, mas o sono simplesmente não vinha. Já era madrugada e eu teria que ir na clínica bem cedo pela manhã.

E mais uma vez, peguei o meu celular e liguei para o Joshua. E dessa vez, ele atendeu.

— Alô? — ele parecia ofegante. — Tá tudo bem?

— É, sim. Por que está ofegando?

— Bom... Er... Eu... me assustei. É isso! Não costumo ouvir o celular tocar a essa hora da manhã. Aconteceu alguma coisa?

— Eu te liguei várias vezes mais cedo, mas você não atendeu.

— Eu sinto muito, estava numa boate, acabei não ouvindo o celular tocar.

— E não viu minhas chamadas perdidas?

— É a primeira vez que pego no celular desde que saí de lá.

Dona de Mim | Adaptação BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora