Capítulos 7

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Quando Ragnok voltou acompanhado de um outro duende, Harry encontrava-se um tanto ansioso pelos rituais que seriam realizados. Ele estava certo sobre a adoção, havia decidido que aquele caminho seria o melhor a ser percorrido.

"Me chamo Dulmo, mestre nas artes do sangue, eu irei realizar os rituais. Sigam-nos até a sala dos espelhos, onde o sangue reflete a verdade sobre ti".

Os três levantaram-se dos acentos em que antes se encontravam, os mais novos apreensivos com a fala do duende, mas não demoraram a seguir as pequenas criaturas. Caminharam por longos corredores, porém, logo estavam em frente de uma imensa porta em que nela encontravam-se, gravadas na madeira, runas que nem mesmo Tom poderia todas identificá-las.

Dulmo abriu a porta fazendo um sinal com uma das mãos para que os outros o seguissem. Harry girou os olhos pela sala, percebeu que o seu nome se enquadrava muito bem a ela.

As paredes eram feitas de espelhos, o teto e o chão também. Naquela sala não era permitido fugir de seu reflexo.

Harry não gostava de espelhos, sempre foi perturbador para ele como os espelhos poderiam ser tão verdadeiros ou mentirosos. Ele perguntava-se se o que refletia na sua aparência era como estava o seu interior; focando diretamente em seus olhos, perguntava-se qual eram as verdades e as piores mentiras escondidas em suas íris; seria alvo como a neve, cinza como as nuvens ou negro como a hora mais obscura da madrugada?

"Sentem no centro da sala." Dulmo fala, e Ragnok se retira, deixando apenas os quatro na sala dos espelhos.

"Harry, primeiro será realizado em você a purificação." Dulmo fala, entregando-lhe uma faca feita de osso afiada. "Peço que faça um corte em sua mão e derrame um pouco de seu sangue no chão de vidro. Não tema a verdade que será refletida neles, só você será capaz de enxergá-la".

Harry hesitou, o medo corroía em suas entranhas. Qual seria a verdade sobre ele? Ele realmente queria saber?

"Isso é necessário?" Harry pergunta, temendo o que para ele seria revelado.

"Temo que sim, senhor Potter. Para que o seu sangue se purifique sobre os bloqueios colocados por Dumbledore, é necessário que primeiramente a verdade sobre ele seja exposta. Só você poderá enxergá-la, os outros serão capazes de enxerga apenas o seu próprio reflexo".

"Não se preocupe, Harry. A verdade não é apenas uma, não possui apenas uma face. Não importa qual verdade será revelada a você, estaremos aqui apesar dela." Tom fala, compreensão presente em sua voz. Harry perguntou-se se como ele, Tom temia a verdade sobre si.

"Estaremos aqui com você e por você, Harry." Percy fala, sua voz repleta de carinho, tentando de toda forma possível apoiar o seu irmão.

"Tudo bem." Harry falou, em seguida fazendo um corte em sua mão com a adaga de ossos, deixando que o sangue caísse sobre o espelho aos seus pés.

Ao sangue ser derramado o duende Dulmo proferi-o:

"Dominus effusi sanguinis habeat veritatem de eo expositam. Sanguis contaminatus, corruptus et infectus mixtorum expurgetur. et in fine solum verum manet".

No primeiro minuto nada aconteceu, Harry estava prestes a informa a Dulmo que não tinha dado certo quando sentiu uma náusea tomar conta de si. Harry achou que vomitaria. A ânsia subia-lhe pela garganta. O menino deitou-se no chão, contemplando o espelho que havia em cima de si.

Em algum momento o seu reflexo mudou, e Harry se viu encarando uma coruja. No início, o menino não entendeu o que aquilo significava, talvez em nenhum momento ele entenda o significado completo sobre aquilo. Mas em algum momento entre encarar os olhos verdes da coruja, tão idênticos ao seu, Harry entendeu.

The Brothers' RevengeOnde histórias criam vida. Descubra agora