Capítulo 18

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Vamos de capítulo duplo para animar esse sábado?





HIDDEN NOTE

MIRANDA ON

Passo a noite em claro. Resolvo levantar logo da cama e tomar o meu banho. Me visto e quando estou prestes a sair do quarto meu celular toca.

Miranda- O que é, Mia?

Mia- Miranda, me perdoe ligar tão cedo...

Miranda- O que é?

Mia- A reunião com a equipe digital e o diretor Carlton está confirmada para daqui a duas horas. Você poderá estar presente?

Miranda- Anna disse que se responsabilizaria pelo digital.

Mia- Ela pediu que eu entrasse em contato com você e...

Vejo em seu silencio quase um pedido de desculpas alheio. Eu preciso falar com Anna o mais rápido possível

Miranda- Tudo bem.

Mia- Até mais.

Pego minha bolsa e desço para a cozinha. A cozinheira está ocupada com o café da manhã.

Miranda- Bom dia, Karen.

Karen- Bom dia, Miranda. Torradas? Omelete?

Miranda- Apenas café.

Ela me serve e quando tomo apenas um gole, escuto a campainha tocar.

Quando Karen se movimenta eu a impeço.

Sigo para a sala e abro a porta.

Henri- Bonjour, Miranda.

Miranda- Bom dia, Henri.

Abro espaço e o meu ex-marido entra.

Miranda- Não o estava esperando até as 8.

Henri- Resolvi vir mais cedo, pois preciso conversar com você.

Eu o olho e me sinto cansada antes mesmo de começar a conversar com ele.

Miranda- Vamos.

Sigo para o meu escritório e ele me acompanha.

Henri Antoine. Um dos homens mais egocêntricos que já tive a honra de conhecer. Honra pelo fato dele ter tido uma única serventia em minha vida. Doou material genético para que eu tivesse as minhas filhas. Um homem que escolheu a carreira pela vaidade e não pela paixão ou dom. Depois de anos continua fracassando em mediocridade por não saber reconhecer ou valorizar o que é um trabalho duro. Vive às custas da misericórdia e bondade da mãe viúva e herdeira, que o sustenta vergonhosamente para que ele viva por aí brincando de advogado. Agradeço aos céus pela minha garra para batalhar, pois se dependesse dele minhas filhas estariam à mercê de suas fantasias. O charme francês me empurrou para os braços dele em um momento de carência. Eu queria ser mãe e ter uma família. Parecia suficiente. Mas a sua patética mania de viver no mundo de conto de fadas ilógico me afastou dois anos depois que as minhas filhas nasceram. Nem mesmo a ideia de manter a família dos sonhos para elas foi suficiente para me fazer sacrificar meu verdadeiro eu. Ele nunca mudaria. Até hoje não aconteceu. Provavelmente jamais acontecerá.

Miranda- Sente-se.

Ele se senta e eu me sento.

Miranda- Então? Do que se trata?

Henri- Bom, as meninas estão de férias.

Miranda- Não fazia ideia. Tem certeza?

Henri- Miranda, vamos manter o mínimo de cordialidade.

Hidden NoteWhere stories live. Discover now