Cap 5

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Era segunda-feira, os cinco corriam pela casa atrasados outra vez. Naquela noite de domingo, Maísa não disse a ninguém, mas foi a primeira vez que imaginou o rosto de outra pessoa ao sentir o toque do seu marido depois da volta pra casa na praia. Não disse a ninguém porque não lembrava quando havia se sentido assim estando com ele. Achou melhor parar.

- Nicole, minha filha! — Maísa reclamou colocando seus óculos.

- Espera. — Nicole falou chamando a atenção de Alex.
— A senhora tá diferente hoje.

- Diferente?

- Tá mais bonita, não sei. — foi despretensiosa a maneira que a filha falou, tanto que ela disse colocando a mochila nas costas.

- Amor, deixa que eu levo os meninos. — Alex falou e até os filhos estranharam.

- Sério? — Maísa perguntou. — Eu agradeço. Tenho uma reunião fora do escritório agora pela manhã e não queria me atrasar.

Dois dos filhos foram para o carro, Davi já estava lá.

- Então espero você por lá, tá bem? Vamos almoçar juntos. — Maísa sorriu enquanto ele beijou seus lábios rapidamente.

Por toda a manhã ela não pôde esquecer a sensação que sentira na noite passada. Lembrou que não respondeu a mensagem de Giulia.

- Bom dia, dona Maísa. — Benita disse assim que a viu, ela estava de cabeça baixa olhando o celular.

- Bom dia, querida. Alguém ligou?

- O pessoal da obra daquele hospital ligaram e falaram com S. Alex. — ela logo levantou a cabeça.

- Pediram pra falar diretamente com ele? — Benita confirmou com uma expressão não muito contente.

- Quero que faça algo por mim ainda pela manhã.

- O que precisar.

Outra vez havia adiado a mensagem, Maísa nem mesmo se deu conta de quanto tempo havia levado revisando todos os documentos sobre essa obra do hospital, estava levando um tempo maior do que o estipulado.

- Ei. — Alex apareceu de surpresa em sua sala. — Vim fazer o resgate e te levar para almoçar. Algum problema?

- Onde estava?

- Com o pessoal da construtora.

- Por que essa obra vem demorando tanto?

- Maísa, é um hospital, não é uma casa. Existem licenças e... — Maísa até sorriu.

- Por favor, não faça isso. Comecei nessa área a mais tempo do que meu filho tem de vida. Toda a obra, até onde li, está devidamente licenciada. Ou não?

- O que está insinuando?

- Não estou insinuando nada, só quero saber o que acontece em um escritório que também é meu.

- Certo. Quer falar de negócios? Falemos de negócios. De incio já deixo muito bem claro que você é a única culpada, já que se ausenta há tanto tempo sem necessidade?

- Sem necessidade, Alex? — ela quase alterou a voz. — Me ausentei por nossos filhos! Nossos! Idiota. — Maísa saiu da sua sala pegando com rapidez sua bolsa. — Não venha atrás de mim e por favor, não me faça mais essas promessas ridículas que não vai cumprir.

Maísa encontrou Benita no elevador, silenciosamente, notando o quão perdida estava, Benita a chamou para almoçarem juntas; ela aceitou.

- Eu nem mesmo deveria estar aqui, perdi a fome. — ela abaixou a cabeça.

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora