3. Juntos

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Como por milagre a onda não sugou os dois génios que temiam o pior. Na verdade, esta permitiu que os mesmos boiassem e fossem levados durante vários quilómetros antes que o nível da água permitisse ao adulto ficar em pé.

Porém, devido à lesão de dimensões ainda desconhecidas, este era incapaz de se manter sozinho, então Ben não perdeu tempo em procurar algum pequeno tronco ou ramo forte o suficiente para dar apoio ao homem.

Ainda assim foram precisos mais alguns minutos de caminhada e nado para que chegassem a um local mais alto, onde a água era mais rasteira e os estragos menores.

-Tenha cuidado Mr. Stark. - o menino alertou quando o adulto pareceu dar um passo em falso. - É melhor parar-mos para o senhor descansar e poder ver a sua perna.

-Ouve miúdo... Como é que te chamas mesmo?

-Ben Parker senhor, mas toda a gente me chama Lucas. - o pequeno explicou, deixando o bilionário levemente confuso.

-Ouve Lucas, eu ainda sou o mais velho aqui. Eu é que me tenho de preocupar contigo, não o contrário, entendes? - Tony protestou, tentando tirar a responsabilidade da criança, enquanto se sentava cautelosamente numas folhas de palmeira.

Assim que Stark relaxou e finalmente encarou a sua perna constatou alguns factos óbvios.

Primeiro, era um milagre ele ainda estar vivo; Segundo, também era milagre a sua perna ainda estar ali; Terceiro, o osso estava nitidamente partido, e era inacreditável como mesmo assim ainda conseguia caminhar; Quarto, ele havia perdido algum sangue e Quinto, a criança que o acompanhava era extremamente leal e inteligente.

-Mr. Stark eu acho que posso ajudar a parar o sangue da sua perna. Não é a melhor opção, mas também não temos muitas...

-E qual é a tua ideia? - questionou vendo o menino mostrar os pulsos com dois pequenos furos.

-Teias Web. Devo ter o suficiente para fazer alguma coisa, e como ainda não são muito forte vão-se dissolver em algumas horas. Com sorte aguentam até chegar ao hospital.

-Isso não pode fazer pior?

-Os meus irmãos já se colaram várias vezes às teias e nunca aconteceu nada demais. Nunca tentei em feridas grandes, mas nas pequenas costuma ajudar.

-Muito bem, vamos a isso. - Tony concordou, tentando não transparecer a insegurança.

Uma criança que ele não conhecia ia atingi-lo com algum tipo de teia que ele nunca tinha visto para tentar estancar um sangramento que o podia levar à morte em algumas horas, senão minutos.

Para tentar diminuir a força do impacto Lucas colocou um tronco, supostamente mais pesado do que o menino poderia aguentar, a apoiar a perna e afastou-se.

-Pode fazer alguma comichão ou cócegas, mas não vai demorar a passar. - avisou antes de esfregar os pulsos e mirar à zona que ele devia estancar.

Ele não poderia errar. Em momentos de desespero as teias eram as primeiras a desaparecer, por isso ele não podia desperdiçar.

Para sua alegria o primeiro disparo foi certeiro e pouco tempo depois, Stark havia recuperado força na perna suficiente para caminhar mais algum tempo, mesmo que  sangramento não houvesse parado completamente.

-Bom disparo miúdo. Até o Clint ficaria com inveja... - Tony comentou enquanto coxeava, apoiado a Lucas e ao ramo que ele havia arranjado.

-Obrigado Mr. Stark.

-Como é que consegues fazer isso? Já nasceste assim ou...

-Não... - o menino respondeu visivelmente mais abatido. - Quando o meu irmão do meio Simon nasceu o tio Ben e a tia May ofereceram-se para tomarem conta de mim e do gémeo Lucas. Eu não me lembro muito bem dessa altura, mas sei que em vez de irmos para a casa fomos para outro sítio onde haviam muitos cientistas que falavam outra língua. O meu tio disse que eles não nos iam fazer mal e só nos tinha levado para brincar-mos com umas aranhas especiais.

Impossible || Peter's DiariesOnde histórias criam vida. Descubra agora