01. a c i d e n t e

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Eu esperarei por você aqui, pois estou quebrado
Vou descendo nessa cidade, onde há as mentiras do meu coração
Longe e distante onde te deixaram mal
Levou-os à sua casa
Onde eu estou quebrado.
BrokenJake Bugg

— Vocês não se cansam dessa música? ­­— Diz Maria enfezada no assento de trás do carro

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— Vocês não se cansam dessa música? ­­— Diz Maria enfezada no assento de trás do carro. Seu corpo ainda estava fadigado por ter acabado de acordar, mas nem por isso perderia a oportunidade de ir nessa viagem.

O grupo de cinco pessoas ia animadamente para o Sítio do Bosco, um lugar pacato na cidade de Tianguá, no Ceará, com mil e uma ideias do que fariam quando chegassem lá. O motorista, Daniel Nóbrega, mantinha sua velocidade constante de 40 quilômetros por hora, mesmo com os protestos de Edmundo Campbell, sentado detrás dele, e sua namorada Alana Andrade ao seu lado, mas de vez em quando oscilava para 80.

Nem muito rápido, nem muito lento.

— Ah! — Edmundo se agitou no banco, parecia uma criança birrenta e não um rapaz de 21 anos. — Dá pra acelerar? Quero chegar ainda hoje!

— Podem ir parando, eu não vou ir mais do que isso. — Rebateu Daniel de olho na estrada, Alana bufou entediada.

— Alguém trouxe comida? Eu esqueci em casa. — Perguntou ela se endireitando no assento da frente, suas mãos pegam seu cabelo loiro cacheado e amarram fortemente em cima da cabeça suada.

Brenda Lourenço, a melhor amiga de Edmundo, pôs sua mochila entre as pernas e começou a caçar seus lanches. Ela era do tipo "toda precaução é pouco", mesmo quando a situação parece impossível tinha-se algo na sua bolsa.

— Tenho umas barras de cereais integrais, mini cenouras, cebola refogada... — Enumerou fuçando até o fundo, um ou dois potes saíam mostrando o que dizia, mas tanto Alana quanto seu amigo faziam caretas de desgosto. Porém, a morena pouco se importou. Sabia que ambos tinham um paladar infantil e cheio de limitações.

— Tem alguma coisa aí que não seja fitnees? — Maria perguntou contendo um sorriso, ela também estava morrendo de fome e acabou se esquecendo de levar pra viagem.

O que sua irmã lhe diria numa hora dessas?

— Hmm, me deixa ver... Ah, tem uns pães de queijo aqui. — Sorriu de canto exibindo o pequeno tupperware azul. Edmundo mal esperou e já estava atacando o pote, depois dividiu com as três garotas que mordiam em um prazer imenso.

— Hey! Só porque sou o motorista não posso ganhar também? — Daniel acusou, indignado.

— Óbvio que não, toma. — Respondeu sua namorada lhe entregando na boca, em seguida beijou seus lábios para sentir mais do gosto.

Seus amigos, no banco de trás, fazem caretas e vaiam como crianças que veem seus pais se beijando. Já são quase oito horas agora, tudo começou quando Daniel queria festejar com seus amigos porque tinha recentemente entrado numa faculdade, Alana queria o mesmo só que em grupo, assim podiam fotografar e registrar esse momento de felicidade.

Convidaram Maria porque já fazia parte da patota, mas Brenda e Edmundo, que são amigos desde a infância, vieram depois através da Black. Gabriela é a mais velha no quinteto, com seus 24 anos completos, mas agia como uma perfeita criança igual o Campbell. Todos diziam isso.

— Vê se acelera aí, eu estou cansado só de ficar sentado. — Edmundo reclama novamente, puxando seu cabelo preto para trás com os dedos pálidos.

— Não estou nem te ouvindo. — Zombou o motorista se fazendo de desentendido.

— Ah, é assim? Tudo bem. — Disse impaciente, seus olhos verdes estreitando-se cada vez mais. Ele retira o cinto de segurança e vai rapidamente a uma das pernas de Daniel, aonde há o acelerador, o obrigando a ir mais rápido.

— Edmundo, volta agora! — Gritou Brenda o puxando, mas em vão.

— Cara, para com isso! — Alana mandou em um tom raivoso.

— Edmundo, se controla assim nós vamos...

Antes que Maria completasse, uma luz ofuscante trava na direção de Daniel o desesperando, era um caminhão. Ele girou o volante abruptamente, Alana até pensou que ele fosse torcê-lo, e o carro foi capotando diversas vezes caindo em um barranco. O local em que eles dirigiam era uma estrada estreita, subindo a serra, e facilmente aconteciam acidentes desse tipo, mas ninguém acreditava que fosse acontecer entre eles.

Aos poucos, Maria acorda sentindo fortes dores de cabeça, sua perna esquerda está sangrando bastante, mas ela também se esqueceu de trazer seu celular.

— Porra! — Exclamou inconformada com sua burrice.

Com dificuldade, a garota se rasteja na terra úmida entre gemidos de dor e angústia, a neblina do amanhecer continuava ativa, prejudicando ainda mais a visão de outros carros que passavam por ali. Maria pegou todas as suas forças restantes e abraçou o corpo caído de Brenda, ainda que trêmula ela procurou pelo celular da Lourenço, mas não foi preciso disso.

Lá em cima, onde estavam antes de terem rolado, uma família descia devagar para averiguar o ocorrido e chamado uma ambulância. Pela primeira vez, Black agradeceu a intromissão de mais alguém naquele momento. De relance, observou Daniel preso e de cabeça para baixo no assento, seu cinto não havia saído. Mais atrás, Edmundo e Alana estão deitados de bruços e adormecidos em cima do teto do carro, há sangue descendo por suas barrigas.

— Hey! O que aconteceu? Consegue se mexer? — Perguntou uma mulher de olhar intimidante e cabelo curto rente a nuca.

— Por favor... Salvem os meus amigos. — Balbuciou antes de desmaiar.

 — Balbuciou antes de desmaiar

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Maria Gabriela ᶜᵒⁿᶜˡᵘⁱ́ᵈᵒKde žijí příběhy. Začni objevovat