5 Livro
A família inglesa está a frente da casa noturna mais procurada de São Paulo, a Space Dance, e a cada dia torna-se mais conhecida nacional e internacionalmente pelo maior número de pessoas. Os Backar são formados por seis irmãos dis...
Anjos meus, vamos dá uma pausa na trama de Beth porque resolvi antecipar um capítulo sobre os Backar ainda no Brasil - segunda retornamos com a trama principal.
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Ergueu os olhos do dossiê e os direcionou ao pálido homem sentado no meio da sala de controle, fez questão de erguer ambos os lados dos seus lábios em um sorriso divertido ao passo que admirava o transpirar excessivo do homem de terno. Depositou a pasta contendo nove páginas contadas sobre a superfície da única mesa do cômodo e lentamente começou a prender o fecho, tudo isso sendo assistido de perto pelo tenso e confuso homem.
– Alberto Alencar, meu bravo supervisor do almoxarifado – iniciou repousando ambas as mãos sobre a mesa que os separava. – Há algum motivo para ser chamado aqui hoje? – ergueu a cabeça para os múltiplos controles e aparelhos tecnológicos de detecção de metal, câmeras e sensores de calor.
– Não senhor Guilherme, eu tenho certeza que não.
– Nada em seu incrível trabalho dentro do almoxarifado seria suficiente para ser chamado? – insistiu casualmente.
– Não senhor.
– Lhe darei mais uma chance Alberto, porque acho que nossa conversa não parece realmente séria para você – comunicou folgando a gravata sem afastar os olhos dos castanhos a sua frente. – Por que está sendo chamado na Space?
– Eu não sei, senhor – Alberto alegou nervoso. – Tenho certeza que foi seu chefe de segurança, ele me cerca o tempo todo e me persegue.
– Ótimo, chegamos a um lugar – pontuou balançando o pulso contendo o pesado relógio de prata. – Na sua opinião, o meu chefe de segurança John Junqueira, um exemplo de profissional dedicado e leal, teve algum motivo para começar a lhe rondar em seu serviço e esse é o possível motivo para ter lhe colocado aqui hoje – finalizou batendo de leve a mão no dossiê lacrado.
Alberto tremeu, parecia suar por baixo do pesado terno preto, a tez brilhando de suor desde a careca brilhante ao bigode grande.
– Eu... eu não sei senhor, eu não sei o que faço aqui.
– É interessante ter mencionado J.J., Alberto, bastante conveniente já que foi ele que aparentemente o flagrou cometendo um deslize e ferindo uma regra clara da boate – manteve seu tom neutro enquanto discursava e finalizou com um dar de ombros casual. – Uma bobagem, veja só, nada muito emocionante.
– Por favor, não fiz nada e o senhor não tem como provar – Alberto se defendeu tenso.
– Precisa se decidir se fez ou se é inocente, Alberto, porque seu deslize me incomodou bastante – aumentou o tom batendo novamente sobre a mesa, dessa vez mais forte fazendo o outro sobressaltar na cadeira. – Sabe o que é isso que tenho em mãos?
– Não – o outro atestou transpirando.
– Isso aqui, meu caro Alberto, é um dossiê completo da sua vida aparentemente entediante, mas que guarda alguns segredos no mínimo sujos – se inclinou sustentando seus olhares e sorriu diante do pavor do outro. – Ao que parece, o entediante senhor Alberto Alencar tem um hobby bastante peculiar de perseguir mulheres mais jovens e furtar objetos íntimos das mesmas.