Capítulo 47

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Brasília – DF

"O adiantamento é propício e foi oferecido em tempo oportuno e aconselhável para o desfecho da Ação Penal, pois reforça as acusações que se entrelaçam" disse a procuradora Anahí Puente na tarde de hoje ao ser questionada sobre a prisão da ex-mulher do Senador Renato Perez.

- Eu a quero morta – esbravejou Perez, ao terminar de assistir a notícia da prisão da ex-mulher.

- Está louco? – questionou o Corvo de Prata – Ela é uma Puente. Eles vão trazer o inferno com eles se ela for morta.

- Ela pode ser o papa – disse, entredentes. Era possível ver o ódio em seus olhos – EU.A. QUERO.MORTA.- a fúria estava presente em cada palavra proferida.

- O chefe não vai concordar – discordou o Corvo de Prata.

- Ele só vai descobrir quando sangue dela já estiver derramado no asfalto – cortou, rude, os olhos adotando um brilho diferente. 

- Não seja estúpido homem – esbravejou o Corvo de Bronze.

- Ela é a única que não aceita propina naquele MPF, e é ela que está coordenando essa porra de força-tarefa – se exaltou – Pegaram a Alana, e ela vai abrir a boca se não conseguirmos um Habeas Corpus. Isso vai nos arruinar! – socou a mesa a sua frente - A Puente está colocando em risco todos os nossos esquemas de lavagem de dinheiro.

- O Pierre não vai deixar isso barato, ele vai saber que foi a gente – sinaliza o Corvo de Bronze, com medo.

- É outro que eu já estou de saco cheio. Ele blinda essa vadia de tudo, mesmo sabendo que a qualquer momento ela pode descobrir o esquema através daquele delegado de merda. E aí, meu amigo, eles vão se juntar para nos derrubar.

- O Chefe nos alertou o tempo todo de que não era para desviar dinheiro dos contratos do BNDES – disse o Corvo de Prata, pensativo – Nós fomos com muita sede ao pote – lamentou, quieto.

- E, por isso precisamos matar a Puente. Com ela fora do caminho, conseguiremos arquivar todos os inquéritos que envolvam os nossos nomes. Consiga assassinos que não nos conheçam – decretou, frio.

- Eu não vou participar disso – disse o Corvo de Bronze, se levantando.

- Você não tem essa opção – descartou o Corvo de Prata, furioso.

XX

Curitiba - PR

- Oi – diz Anahí atendendo a chamada de Alfonso, e a colocando no viva-voz.

- Onde você está? – inquiriu, e ela percebeu que ele estava se movimentando pelo barulho ao seu redor.

- Estou indo pegar a Lola no pet shop – olha pelo retrovisor antes de dar seta.

- Vai demorar? – perguntou, pegando um copo com água, equilibrando o Iphone no ombro – Estou saindo daqui a pouco – informou, mas Anahí não responde – Any? Tá me ouvindo? – desprezou o copo em cima da bancada, acendendo a tela do aparelho, vendo a chamada ainda em curso – Princesa?

- Alfonso, eu acho que estão me seguindo – olhou pelo retrovisor pela quarta vez, vendo um carro preto em sua cola.

- Tenta mudar de pista para ter certeza – pede, apreensivo, fazendo sinal para Ana, que prontamente se levanta – Me manda sua localização em tempo real – ordenou, enquanto em outro aparelho discava o número dos seguranças de Anahí.

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