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°Josh°

Quando pousamos, Any correu até Bailey e Sofya e em meio aos abraços, ela pedia perdão por tudo o que foi feito e todas as vezes que eles haviam se sentido magoados por ela.

Já em casa, nós dois tomamos banho e eu fui direto para a varanda, acompanhar o por do sol junto ao meu violão. Quando comecei a tocar, ela apareceu vestindo um dos pijamas que era da Becky.

— Eu já pedi pra que o Bailey traga as roupas que eu deixei na pensão... — falou meio sem jeito.

— Pode usar as da Becky se quiser.

— Não se importa que eu use as roupas dela? — neguei com a cabeça. — Como ela era?

— Quer mesmo falar disso?

— Se você não quiser, tudo bem. É que eu gosto de saber a história das almas que eu levo. Traz um pouco de sentido pra tudo. — respirou fundo. — Foram milhares de almas que eu tirei sem nem me incomodar e agora eu gostaria de saber pelo menos sobre uma delas.

— Tudo bem. — fiz sinal para que ela sentasse na cadeira ao meu lado e assim ela fez, me olhando com muita atenção. — Becky era uma mulher maravilhosa. Ela fazia o que queria, a hora que queria, sem se importar com o que as outras pessoas iriam pensar. Ela gostava de dançar, cantar, beber muito... — eu ri. — E gostava de trabalhar também. Era uma boa pessoa e tratava todos com muita gentileza. Becky aparentava ser uma mulher muito apaixonável, daquelas que você conhece e já fica caidinho. Mas isso não aconteceu comigo.

— Por que não? Era parecia ótima. — franziu a testa.

— Nenhuma mulher nunca vai ser ótima o suficiente pra substituir você.

— Talvez, se eu não fosse uma sereia, eu não seria tão especial. — sorriu com desânimo.

— Do que está falando? Eu me apaixonei por você bem antes de descobrir tudo isso. Eu amo a garota misteriosa, com a risada marcante, os olhos cor de avelã que parecem esconder a própria lua dentro deles, a pele macia como veludo, a sensibilidade e a empatia de uma verdadeira santa. — ela riu. — E esse sorriso que me faz delirar muito mais do que qualquer canto de sereia que eu possa ouvir. Não importa de onde você veio ou a sua história antes de mim. A pessoa que eu conheci é muito humana e eu nunca seria capaz de amar tanto alguém que não fosse igual a você.

— Ah, céus... — os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Não, não chora. — eu ri.

— Por que você tem que ser tão perfeito? — fungou o nariz. — O que eu fiz pra merecer alguém que faz tanto por mim e que me quer tanto assim?

— Você fez tudo. — cheguei mais perto dela. — E eu estou disposto a te dar tudo.

— Você já me dá tudo o que eu preciso. — ela também chegou perto. — Que a Água me perdoe, mas nem Ela foi capaz de me deixar tão feliz assim. Josh, eu não quero ficar longe de você.

— Então, vai escolher a mim? — aquela ideia aqueceu meu coração.

— Eu sempre vou te escolher.

Nos abraçamos e ela chorou um pouco em meu ombro, soluçando vez ou outra. Beijei todo o seu rosto, finalizando na sua boca. Eu queria que ela se sentisse bem perto de mim e era muito bom saber que havia escolhido ficar comigo.

— Obrigado. — eu disse.

— Eu que tenho que agradecer, meu amor. — sorriu. — Eu preciso dormir agora. Um bom sono vai me fazer descarregar toda a dor do remorço que eu guardo. — eu assenti. — Já adianto que vou dormir por alguns dias e assim que estiver recuperada, eu vou acordar.

𝑨𝒍𝒕𝒐 𝑴𝒂𝒓 ᵇᵉᵃᵘᵃⁿʸ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora