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Depois de muito tempo longe da minha cidade natal, finalmente vou voltar. Não é como se eu quisesse voltar, pois eu realmente não quero. Mas também não quero permanecer aqui.

Eu me chamo s/n midoriya e tenho 15 anos. Na minha infância fui separada do meu irmão gêmeo, e até agora estava morando nos EUA com meu pai.

Quando eu era menor meu pai e minha mãe brigavam muito. Por ser uma criança eu não entendia e era feliz com tudo aquilo. Mas tudo acabou quando eles resolveram se separar, a discussão foi maior ainda pra decidir com qual criança cada um ia ficar, claro que minha mãe queria ficar com nós dois, mas aquele homem não quis assim.

Talvez seja rude da minha parte não gostar do meu próprio pai que tecnicamente me ama, mas ele me separou das pessoas que eu mais amava.

Voltando ao ponto principal, eu cresci assim, triste e solitária, meu pai não queria que eu tivesse amigos, óbvio que eu mantinha amizades escondido dele, só que eu nunca soube o que era sair com amigos ou dormir na casa de alguém.

Isso afetou muito o meu psicológico, começei a perder peso, a me sentir inútil, eu não sentia mais vontade de fazer nada. Minhas notas caíram pois eu não estava mais prestando atenção nas aulas, acabei me afastando das minhas duas únicas amigas...

Eu sentia falta da minha mãe, eu queria ser amada, ou apenas receber carinho não importa o menor que fosse, mas meu pai nem mesmo falava comigo, o que eu fiz pra merecer? Para que ele quis ficar comigo se nem me dá atenção?

A tristeza se tornou minha única amiga, eu tentei me agarrar a ela já que era o único sentimento que eu sentia.

Eu tentava evitar deixar a mostra, mas com minhas notas baixas ele acabou percebendo, e quando eu tinha 12 anos ele me levou ao psiquiatra pela primeira vez. Disse que eu estava ficando louca.

Eu nem precisei de mais que três sessões pra médica me diagnosticar com depressão. Foi algo aterrorizante, eu não fazia ideia do que era aquilo que ela dizia que eu tinha. Mas pelas expressões e atitudes do meu pai naquele dia, soube que era muito ruim.

- Flash back on -

- Querido pai, não quero que se desespere. Mas eu vou passar alguns remédios pra sua filha... ela não está bem e vamos precisar que passe por um tratamento. - a médica falou olhando nos olhos do meu pai.

- Como assim doutora, remédios pra que? Ela tá doente? - meu pai começou a apertar meu braço.

- Ela está começando a desenvolver uma depressão. Não quero que você fique bravo por conta da idade dela, isso é bem comum. Ela está em uma fase de mudanças, temos que apoiá-la para que saiba que sempre estaremos aqui.  - a médica olhava pra mão do meu pai que apertava meu braço com certa força. A situação estava ficando pior a cada segundo. Eu prendi a respiração por medo que me batesse ali no meio da doutora.

- Depressão na adolescência? Não me venha com essa! - ele aumentou o tom de voz na última frase - Isso não é nada além de drama, me diga por qual motivo uma pessoa com tudo o que ela tem pode se que queixar da vida? Eu dou a ela tudo! Celular, dinheiro, roupas, todas as porcarias que crianças gostam! - ele se levantou se preparando pra ir embora.

- Calma senhor! Nem tudo é assim, isso vai muito além de coisas materiais. Estamos falando de sentimentos, você não pode simplesmente pagar por isso. Por favor, compre esses remédios e siga minha receita. - ela pediu educadamente, um tom relativamente nervoso na voz. Ela estava com medo. Meu pai faz isso com as pessoas, é um dom natural.

- Que seja - enquanto ela anotava os medicamentos, ele se aproximou do meu ouvido e disse. - quando chegar em casa, a gente conversa. - meu coração acelerou, essa é a mesma frase que ele sempre diz antes de me bater. De um jeito bem ruim.

𝐈 𝐂𝐇𝐎𝐎𝐒𝐄 𝐘𝐎𝐔, katsuki bakugou Onde histórias criam vida. Descubra agora