1. Sala trocada

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" - Você vai me esquecer. - Regulus falava triste ao ler a carta que o irmão tinha recebido para Hogwarts.

- Claro que não, Reg. - Sirius olhou abismado para o irmão. - Vou escrever para você toda semana!

- Promete? - Regulus olhou com esperança para o mais velho.

- Claro que sim. - Sirius abraçou o irmão de lado. - Nós até o fim, certo?

- Certo! "

- Você está ouvindo o que eu falei, Regulus? - Nott perguntou em sua frente ao ver o amigo olhar perdido para o outro lado.

- Estou. - Regulus falou sem ter prestado atenção em nada.

- Para onde você estava olhando? - Goyle perguntou. - Você parecia com o olhar na mesa da Lufa-lufa. - seu amigo comentou e fez uma cara estranha, como se a mesa da lufa-lufa não fosse digna de sua atenção.

- Para nenhum lugar específico. - o Black mais novo comentou e voltou a comer seu café da manhã. Mas não antes de olhar rapidamente para o local que estava encarando sem perceber antes.

Lá estava Sophie Permoteo. Sophie era, em poucas palavras, tudo o que sua família despreza. Sua linhagem trouxa somada ao seu lugar na lufa-lufa faria com que sua mãe, Walburga Black, o mandasse ficar longe. Contudo, o filho considerado perfeito da família Black tinha uma certa atração pela Permoteo, o que ninguém poderia saber e ele tentava negar para si mesmo.

Ele não sabia quando isso tinha começado, mas suspeitava de que tivesse sido na primeira vez em que a viu. Sim, pode ser exagero, mas ele sempre foi mais apaixonado e quando Regulus a viu no trem no primeiro ano ele achou que estava vendo a garota mais bonita de toda a sua vida. Eles já tinha conversado algumas vezes, mas nada além dos trabalhos de monitores.

- Regulus, estou falando com você! - Crabbe jogou uma uva no amigo. - O que você tem?

- Estou bem, estou apenas pensando. - Regulus falou e pegou no ar a outra uva que Crabbe jogou. - Viu? Estou prestando atenção.

- Não sei, você parecia muito concentrado olhando para a Permoteo. - Goyle falou dando um sorriso de lado.

- A Permoteo? Sem chance! Ela é de linhagem trouxa. - Nott falou aos amigos.

- Exatamente, sem chance que eu esteja olhando para ela. - Regulus aproveitou e tentou mudar o assunto. - Eu só estava perdido em pensamentos.

- Você se perdeu em pensamentos olhando duas vezes para o mesmo lugar? - Crabbe olhou divertido e viu Reg fazer um sinal de indiferença. - O que a Senhora Black vai achar de uma nora que não é sangue-puro?

- Chega. - Regulus respondeu firme. - Ela não pertence ao nosso mundo, por mais que esteja aqui.

Era disso que Regulus tentava se convencer sempre que a via. Ela era, em sua humilde opinião, boa demais para as ele e para compactuar com as coisas que ele precisa fazer. Ah se ele fosse como o Sirius... já teria ficado com ela e não teria medo da opinião da sua família porque não se importaria e ele invejava o irmão por isso.

"O que ele fez para não ser da Sonserina? Ou o que eu fiz para pertencer a isso?" Regulus pensava sobre o irmão e como ele, aparentemente, levava tudo na facilidade.

- Vou para a aula. - Regulus falou aos seus companheiros de casa e saiu da mesa. Não, eles não eram amigos. Apenas eram leais uns aos outros e, no máximo, Nott e Zabini fossem os mais próximos de uma amizade.

Como monitor da Sonserina, Regulus tinha que dar o exemplo. Afinal, como ele seria respeitado se ele não fizesse de acordo? Então ele foi em direção a sua aula ainda distraído em seus pensamentos. Regulus não gostava da garota, ele apenas achava ela atraente como nenhuma outra. Apenas. Ele teve inveja de Sirius e pensou da fama do irmão durante seus estudos lá, questionando se o mais velho já havia ficado com ela, mas ele achava que não. Sirius, diferente de Regulus, não será obrigado a se casar com alguém próximo da família de sangue-puro para manter a linhagem, até porque ele foi excluído da família Black.

- Ele pode fazer o que quiser. - Regulus murmurou para si enquanto tentava abrir a porta da sala, que estava trancada, e percebeu que estava de mal humor.

- A sala não é essa. - Regulus ouviu alguém falar por trás e sentiu um arrepio percorrer em seu corpo. - A aula de Runas Antigas foi transferida para uma sala no primeiro andar.

- Certamente foi. - Regulus respondeu ao se virar. - Como vai, Sophie? - diferente do resto, ele era simpático com ela e com os outros nascidos trouxas ao mesmo tempo em que pedia a Merlim para que sua mãe não soubesse disso.

- Eu deveria perguntar como vai você. - ela falou ao ajeitar o cabelo para trás da orelha. - Você que estava murmurando contra a porta.

- Estou bem, obrigado. - ele perguntou e se virou para ir em direção a sala, mas ainda queria aproveitar para conversar com ela, já que eram raros esses momentos. - Você vai para a aula de Runas Antigas?

- Não, tenho poções agora, mas estava a professora de Runas pediu que eu avisasse aos alunos desavisados da mudança. - ela respondeu rindo e se aproximou dele. Ela também era monitora e por isso sabia das coisas em primeira mão.

- Pelo jeito esqueceram de me avisar. Vamos? Nossas salas são perto. - Regulus recebeu uma confirmação dela e olhou rapidamente pelo corredor vazio para ver se tinha alguém.

- Isso não vai fazer mal para a sua popularidade? - ela questionou levantando uma sobrancelha. - A maioria das pessoas da Sonserina me olha diferente por ser nascida trouxa, principalmente os sangues-puros como você.

- Alguns podem ser idiotas. - Regulus falou e saiu andando ao perceber que ela estava acompanhando ele. - Não é como se você tivesse uma doença contagiosa que fosse acabar com a população ou algo assim.

- Apenas não sou boa o suficiente para o mundo de vocês? - ela perguntou, deixando Regulus sem uma resposta. - Sabia que sim.

- Acho que você não entenderia. - ele respondeu baixo mais para conformar a si mesmo sobre algo.

- Então, o que você acha que o diretor vai querer falar amanhã na reunião? - ela tentava puxar uma conversa com ele depois de subirem as escadas em silêncio e, já que não possuem nada em comum, falar da reunião dos monitores amanhã parecia ser a melhor coisa.

- Sinceramente, não faço a menor ideia. Ele é imprevisível.

- Com certeza. - a respondeu no momento em que eles chegaram a decisão do corredor. - Aqui fica minha deixa, Regulus Black.

- A sala ainda é do outro lado. - ele perguntou querendo saber o motivo dela já querer ir sendo que ele ainda queria ficar com ela.

- Vamos evitar levantar suspeitas aos seus colegas de casa, certo? - ela falou e deu um sorriso saindo. - Até mais, Black, e preste atenção nos locais das aulas.

- Até mais. - ele falou por fim, ainda sem acreditar.

"Ok, isso foi estranho." Então era isso que ela pensava dele? Ele foi criado com esses pensamentos de não se aproximar de nascidos trouxas, pois eles não eram dignos de sua atenção. Na verdade, a maioria das famílias antigas do mundo bruxo tinham essa crença e Regulus também era perseguido por elas.

"Eu não posso ser como eles. Não posso."

- Oii! Espero que gostem desse conto sobre o Regulus! :) 

obs: os capítulos serão postados duas vezes na semana!

Regulus Black, o orgulho da famíliaWhere stories live. Discover now