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Abro meus olhos lentamente até que eles foquem no teto do quarto

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Abro meus olhos lentamente até que eles foquem no teto do quarto.

Tento saber para que lado acabei dormindo e aonde estou exatamente. As memórias da noite anterior voltam bem devagar, por partes, e aos poucos vou me lembrando de tudo. Um sentimento horrível aperta meu peito novamente. Eu bem queria que dormir fosse suficiente para apagar os traumas, mas não é tão fácil assim.

Olho para Coringa, ainda dormindo agarrado a mim. Seu peito sobe lentamente. Nem parece que é um mafioso visto desse ângulo.

Depois dessa noite, as coisas entre mim e Coringa mudaram. De alguma forma, estamos mais conectados, e não era isso que eu queria quando embarquei naquele avião ainda no Brasil.

Não sei explicar o motivo, mas tinha a convicção de que seria um noivado de mentira péssimo e que eu não iria fazer o mínimo esforço possível para me dar bem com ele. É a mesma lógica, por exemplo, de casamentos arranjados, igual quando assisti aquela novela "Caminho das Índias" quando era mais noiva. A Maya e o Raji não queriam se casar e lutaram até o fim para que isso não acontecesse. Claro que eles tinham seus motivos, os dois gostavam de outras pessoas, mas eu, que motivo eu tinha para não gostar de Coringa?

Na primeira noite, ainda na casa do Anderson naquele jantar em comemoração à sociedade entre eles, eu me senti deslocada e estranha. Coringa parecia não querer me encaixar de fato na sua realidade, queria manter tudo na mentira mesmo.

Por isso que no dia seguinte, fingi um ato de caridade – levando a sopa que cura ressaca – em uma forma de "compra-lo"; eu só queria convencê-lo a trazer meu primo para a Itália antes do planejado. Se pelo menos GS estivesse aqui comigo, não me sentiria tão sozinha e poderia até dormir mais tranquila, sabendo que ele estaria longe de PH. No entanto, Coringa acabou bancando o babaca e me rotulou como peça do seu jogo.

Acho que, pelo fato dele ser um mafioso italiano, o vi como um assassino, insensível, "sem caráter", que já carrega em si o título de arrogante e que humilha as pessoas. Me comparar a uma peça só provou isso e, durante toda essa semana que se passou, me fazer treinar e estudar até a exaustão também.

Era esse Coringa que eu enxergava. Mas, agora, vendo a forma como ele está agindo comigo depois do meu quase estupro, começo a repensar algumas coisas.

Parte de mim sabia que em algum momento desses dois meses nós iríamos nos darmos bem, eu só não pensei que seria tão rápido. Na verdade, não esperava uma atitude dessa vinda dele.

Começo a levantar da cama e dos braços de Coringa. Tomo cuidado para não o acordar; saio bem devagar. Noto que, dessa vez, alguém colocou chinelos ao pé do meu lado da cama para que eu não precise mais pisar no chão frio. Será que foi Coringa?

Pego um robe de seda, que é do hotel mesmo, e me cubro. Agora que estou mais sã, vejo que passei a noite dormindo agarrada a Coringa apenas com um babydoll curtinho. Aí que vergonha! Sinto minhas bochechas queimando. E, lembrando agora, senti frio na madrugada, mas o calor do corpo dele me aqueceu.

Um Mafioso para Amar | BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora