Capitulo 10

70 11 151
                                    

Cecília de Souza

Fica comigo então, não me abandona não... Lá lá lá.

Continuo cantarolando a música quando viro a esquina e de longe vejo Grazi estacionar seu carro bem na frente do bar. Eu até viria com ela, se não morássemos em direções contrárias.

Uma palavra amiga, uma notícia boa...

— Oi Cici, já ensaiando?

A mulher de cabelo vermelho vivo sorri de leve para mim fazendo algumas rugas ficarem mais evidentes quando estou a poucos passos dela e da porta de entrada.

— Só me deu vontade de cantar essa música. Tudo bem?

— Tudo tranquilo, mais um dia. — Suspira em derrota.

Abro a porta de vidro que estava apenas encostada e entramos com ela atrás de mim. O salão está vazio e tudo silencioso, ou seja, as outras ainda não chegaram. Arthur ou Leci devem estar lá em cima.

— Então, como foi o dia de folga ontem?

Pergunto a ela depois que colocamos nossos aventais para começar arrumar algumas coisas. Cada uma de nós tem dois dias de folga. O que é ótimo já que trabalhos a noite toda e quando fechamos, ficamos até altas horas para limpar tudo e deixar organizado, para que no outro dia, tenha poucas coisas para fazer.

— Ah, o de sempre. Deixei meu filho na escola e dei uma boa faxinada em casa. De tarde fomos dar uma volta no shopping, fizemos o que ele queria e depois em casa, brincamos mais um pouco até ele reclamar que eu estava muito grudada. — Damos risada.

— Juninho é uma criança que se empolga com tudo e com coisa pequenas, é fácil diverti-lo. Me alcança o pano, por favor.

Aproveito que ela está do lado do que preciso e peço já que subi na pequena escada de metal para limpar as prateleiras mais altas. Odeio ser pequena.

Dez minutos depois, Mariana, Rosa e Keila entram envolvidas em uma conversa que nos espanta com a altura de suas vozes.

— Gente, o tapão que a mulher deu no cara, jogou as roupas dele na rua, todo mundo estava do lado de fora assistindo. — Comenta Mari, a loira toda empolgada.

— Achei pouco, ela demorou demais pra colocar um fim naquela situação. — Keila resmunga, com passos rápidos e confiantes sem olhar para os lados até a escada.

— Ninguém merece homem canalha e machista. — Rosa concorda.

— Do que estão falando?

Grazi pergunta curiosa e elas nos cumprimentam logo nos deixando por dentro da fofoca. Uma conhecida que estava sendo traída pelo marido resolveu tomar atitude e o expulsou de casa, fez um baita barraco quando chegou em casa e o pegou com a amante na cama. A outra, saiu com o rosto todo vermelho do tanto que apanhou.

Não é mais fácil se separar caso não esteja contente, antes de se sujeitar a essa baixaria?

Tá, calei minha boca.

Logo estávamos com tudo pronto. Keila no andar de cima provavelmente fazendo contagem do caixa do dia anterior. Mariana e Rosa no banheiro colocando suas roupas sensuais. Grazi no balcão comigo lixando suas unhas grandes pintadas de preto. E eu com a cara de paisagem olhando para tudo ao redor, ainda absorvendo o final do livro que terminei.

Será que na próxima saga, teria um flashback de Leo Valdez se encontrando com os amigos após a derrota de Gaia?!

— No que está pensando? — Me desperto com a chamada de Grazi.

Brilhe Como Diamante Where stories live. Discover now