Corte de Primavera e Trevas

𝕧𝕚𝕟𝕘𝕒𝕟𝕔𝕒

Olho ao redor da sala, um tanto quanto deprimente, mas ao menos é de pedra.

Faz anos que estou aqui, mais de vinte anos, esse é o tempo que se passou desde que ela me matou, ou melhor achou que me matou, seres poderosos não podem morrer, apenas são contidos, claro que esse pensamento não se aplica ao irmão de meu ex-marido, não, meu 'cunhado' está bem morto por causa do reizinho mentiroso e da curandeira.

Faz mais de vinte anos que fui expulsa daquele mundo, vinte anos e só agora que minha magia volta a ser oque outrora foi, que meu poder volta a ser o poder que fez com que os três reis mais poderosos que já existiram me pedirem em casamento, que meu poder volta a ser aquele que foi capaz que eu me tornasse a rainha que andou entre mundos.

Mas mesmo com vinte anos não é a mesma coisa, e levando em consideração que quase cheguei ao esgotamento usando o conhecimento que outrora obtivi, provavelmente vai demorar muito tempo pra ele de fato voltar por completo.

Mas por hora é o bastante.

Tá, não o bastante, não o suficiente para me vingar daquela rainha vadia, nem pra manipular o mundo como fiz certa vez.

Mas o bastante pra causar uma guerra que sacudirá as estrelas.

Uma guerra que todos os mundos saberão.

O bastante para ela saber que buscarei vingança.

Pela vingança destruirei a porra desse mundo, só pra ela se culpar.

E malditos sejam os Deuses, essa guerra já está a caminho, e minha primeira criação já está aqui.

Uma feérica, ou grã-feérica como esse mundo estranho chama, de cabelos vermelhos como o maldito fogo, mas bela, não uma beleza que poria reis de joelhos, uma beleza mais comum, e seus olhos um fogo, um fogo ardente por vingança, pelo oque seu amante fez a ela quinhentos anos atrás, e pelo oque foi feito a sua irmã há algumas décadas.

Clythia é seu nome.

Pelo oque descobri ela era uma general conhecida pela crueldade, mas que foi morta pelo amante mortal, tola, mas não posso julga-la, certa vez um reizinho mentiroso prometeu me tornar rainha, no final descobri que só uma bruxa tornaria sua rainha. Reizinho idiota.

Tudo que precisei pra trazer a general de volta a vida foi um pouco de conhecimento, algo que outrora consegui nas bibliotecas de meu marido, lá descobri sobre necromancia, nunca havia testado, mas para tudo há uma primeira vez, que por sinal foi muito bem sucedida.

E ela é apenas a primeira.

Um sorriso toma meu belo rosto.

Aquela rainha vadia se arrependerá do dia em que me matou.

Mas primeiro, tenho que lembrar a esse mundo quem eu sou.

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