Capítulo 2

1K 164 481
                                    

POV Clay (1°pessoa). 

  Eu estava descansando no chão do jardim real, minha armadura estava jogada ao meu lado. Já era noite, a brisa batia e bagunçava meus cabelos levemente. As estrelas estavam especialmente aparentes hoje, o que me causava uma nostalgia de quando eu passava minhas noites deitado no telhado de casa junto a um dos

 meus amigos... mas ele não está mais no reino, se mudou depois da primeira guerra que ocorreu aqui. Foi um dos piores anos da minha vida, eu vi minha vida se passar por minha frente diversas vezes, minha família foi obrigada a trabalhar para o castelo, e por eu ter sido considerado muito magro, nunca pude trabalhar com eles, pois falavam que eu podia desmaiar do nada, ou que eu não aguentaria segurar nem um cesto de roupa suja. 

  Com o tempo, eu fui treinado e acabei me tornando muito bom em lutas armadas, e hoje em dia sou o guarda oficial do rei, o que por um lado é bom por eu ter muita fama e conseguir o que eu quiser sem muito esforço, e por outro lado é ruim pois... o rei em questão é Arany. 

  - Clay! - falando do diabo. Sinto passos se aproximarem, me levanto e olho para trás. Lá estava Arany e Rosé, sua filha. 

- Majestade, me perdoe pelos meus modos - me viro e me curvo - minha majestade. 

- Melhor - levanto meu rosto e vejo ele sorrir. Desgraçado - se levante, eu quero conversar com você. Rosé, vá para o seu quarto. 

- Sim senhor, papai - a garota fala e caminha com passos rápidos até o portão do castelo. 

- Pois bem, eu tenho uma nova missão pra você - ele começa - minha filha irá se casar com o rei George de Maitake, e ele até agora não tem nenhum herdeiro. 

- Espera, Maitake? O reino de cogumelos? - o interrompo, mas me arrependo de fazer isso na hora pois ele me lança um olhar atravessado, o que faz meu corpo gelar - me desculpe...

- Você é muito ignorante e rude, deveria respeitar sua majestade, moleque - ele faz uma pausa para suspirar - mas respondendo a sua pergunta, sim é esse reino mesmo. Mas continuando, eu quero que você vá lá e mate o rei antes do casamento. 

- Espera, o quê? - me levanto rapidamente e o encaro com os olhos arregalados. Esse velho é maluco?

- Você me ouviu, então trate de arrumar suas coisas, você será enviado amanhã mesmo! Falaremos que você estará por conta da princesa, que você é o guarda oficial dela e tals... 

- Majestade, eu sei que não estou em posição de contestar, mas não acha que isso é muito insano? 

- Entenda uma coisa seu idiota - ele puxa meus cabelos para perto de si, o que me faz ir junto. Ele me encara bem nos olhos, e eu consigo perceber o vazio que havia ali - eu sou insano! E adivinha, um dia eu terei domínio total sobre todos os reinos... e você vai ser o que mais vai me ajudar, certo?

- Mas...

- Certo? - ele aperta mais a mão e eu fecho os olhos. 

- Certo! - ele sorri e tira as mãos de meus cabelos, eu me afasto e coloco minha armadura. 

- Quero você na minha sala amanhã as 04h em ponto, não se atrase - ele dá as costas e segue a caminho do castelo. Sem ele olhar, ergo o dedo do meio em sua direção e sussurro um "filha da puta". O que aquele velho tem na cabeça? Cérebro não é, e se eu o chamasse de burro, estaria ofendendo os burros. 

  Pego meus pertences e vou em direção ao meu quarto, que ficava na parte de trás do castelo, uma casa feita de madeira, com apenas dois cômodos... eu acho um vergonha, esse reino é dos mais ricos, mas também é o que mais tem pessoas vivendo em condições precárias e preocupantes. E bem, agora eu tenho que ir para Maitake... eu nunca sai desse reino, mas uma das camareiras havia dito que lá era um lugar muito bonito, que as pessoas viviam sempre felizes e de forma justa. Não havia fome, frio, nada! Era um lugar perfeito, mas agora... se eu realmente matar o rei, como essas pessoas vão ficar? Quem nem os daqui? 

Entre Guerras - DreamnotfoundWhere stories live. Discover now