Um dia de chuva

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— Diana, você é a maior trapaceira. — Comentou Daniel jogando uma carta na mesa. Olhando em suas mãos as cartas que lhe restavam. Na certa, perderia mais uma jogada.

— Eu não sou trapaceira, é você que não sabe jogar. — brincou.

— Certo, é minha vez. Tem algo de errado nessa mesa. — Britney analisou as cartas expostas e o montante em suas mãos. Não se lembrava quando estava tão cheia de cartas.

Diana ria de forma silenciosa, revirava os olhos em divertimento. E quando se deram conta, a moça exibia as mãos livres de cartas, o que significava que já estava com o jogo ganho.

— Como foi que conseguiu vencer? — April estava incrédula.

— Eu sabia que eu tinha cartas demais em minhas mãos, essas cartas não são minhas! — Britney jogou as cartas sobre a mesa e olhou emburrada pela derrota, enquanto Diana ria da cara confusa dos demais.

— Eu sabia que você era uma trapaceira. — comentou Daniel rindo.

— O jogo se chama trapaça, se não souberam trapacear vocês não ganham. — Ela deu de ombros ainda rindo.

— Tudo bem, mas não existe regras nesses jogo?

— Existe, mas... eu cumpri as regras.

— Eu aposto que você não cumpriu nenhuma dessas regras. — April sorriu. Alegre, pois até pouco tempo os olhos esverdeados estavam cheios de mágoa, e agora era a mesma ruiva alegre de sempre. — Pra mim já chega.

— Eu preciso ir pra casa. — falou Daniel olhando para o relógio — Amanhã eu tenho uma reunião importante.

— Melhor irmos mesmo, está ficando tarde.

Aos poucos foram se levantando e ajudaram com a bagunça que fizeram.

Britney lançou uma piscadela para Diana antes de seguir para o carro, falou quase inaudível para apenas Diana ouvir. "Pense bem no que eu disse". A moça apenas assentiu com a cabeça, e olhou para Daniel que vinha logo atrás da patricinha. Ele parecia que queria dizer alguma coisa importante, mas se manteve em silêncio.

— Cê tá legal? — questionou a jovem, olhando para o rapaz sem graça. Ele parou em frente a porta e tomou fôlego antes de prosseguir.

— Ahn.... Vai ter uma inauguração em uma pequena galeria na Manchester Square, é de uma amiga do meu pai que está... renovando seus quadros, ela voltou a pintar depois de muito tempo, enfim... alguns problemas que tinha antes, não sei os detalhes. Se você quiser ir, vai ser bem legal, quero dizer... Não sei se você gosta dessas coisas. — disse sem graça, olhando aos arredores para não ter de encarar a mulher nos olhos. — Vai ser na próxima semana. Se quiser eu posso vir te buscar.

— Eu não sei se irei conseguir ir, eu estou cheia de coisas para fazer e em breve meu namorado vai voltar ao trabalho, quero poder aproveitar pra ficar com ele o máximo que eu puder. Ele... porque nunca sabemos quando ele voltará e...

— Ele é militar, não é?

— Sim, ele é.

— Tudo bem. Bom, se você... se você... me avisa se mudar de ideia. — As palavras desajeitadas tornaram-se em decepção.

— Aviso sim. Até mais, Dan. — O rapaz acenou com a cabeça e desviou o olhar mais uma vez, seus olhos exibia uma expressão confusa.

As garotas já estavam ajeitadas nos bancos do carro, aguardando Daniel. Matthews apareceu logo em seguida, passou pela entrada da casa da namorada e apenas acenou para os visitantes sem sequer dizer qualquer palavra ou se incomodar com qualquer um dos presentes. Era um homem sério e cheio de postura dura. Daniel olhou para trás e mediu o jovem militar ao se aproximar da moça. O casal voltou para dentro da casa sem olhar para o grupo que partia.

A Perfeita Arte de Ser MulherWhere stories live. Discover now