capítulo 3

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Sinto mãos passarem por meu corpo e tento inutilmente abrir os olhos, as mãos sobem da minha coxa para meus peitos, onde apertam um pouco e sobem para meu rosto.

Tento pretar atenção a minha volta fazer minha mente ficar acordada e atenta.

Tento me lembrar de onde eu estava e imagens invadem minha mente, vou aos poucos me lembrando do que aconteceu e não entendo.

Eu lutei contra os soldados enviados para me pegar e depois fui puxada para o céu por uma luz estranha, agora eu acordo em um lugar totalmente desconhecido e não consigo mecher meu corpo.

As mãos agora sobem para meu couro cabeludo e são um pequeno puxão, que com certeza levou os fios soltos entre os presos.

As pessoas que me sequestraram começam a conversar em uma língua estranha e que eu nunca ouvi, parece uma mistura de latim, chinês, inglês e grego.

Outras mãos voltam a tocar meu corpo e percebo que não tem nada me trampando, eu estou nua e com provavelmente possíveis estupradores, em um lugar totalmente desconhecido e não consigo me mecher para fechar com chave de ouro!

Sinto minha boca secar e tento novamente mecher de alguma forma meu corpo, nem que seja um dedo!

Qual é corpo, eu preciso de você!

Grito enrraivecida dentro da minha mente e sinto vontade de matar todos dentro de sala.

Sinto algo perfurar meu braço e chuto que seja uma agulha, começo a ficar desesperada e volto a tentar comandar meu corpo.

Sinto o local da perfuração começar a queimar e tento gritar, é como se estivessem jogado lava incandescente em cima do meu braço, a queimação começa a se espalhar pelo resto do meu corpo e a dor a ficar difícil de aguentar.

Tudo o que eu quero agora é gritar e gritar, a raiva e a dor se misturaram e criaram uma sensação de morte incrivelmente alta.

Quando acho que vou morrer pela dor escruciante, uma camada de gelo percorre minhas veias e alivia a sensação de queima.

Sinto a outra agulha perfurar meu pescoço e começo a temer sentir a queimação novamente, espero pela dor e um tempo depois, suspiro aliviada, a dor não veio.

De todas as perguntas que rodam a minha mente, a que mais volta é: O que eles querem comigo e porque me sequestraram.

Sinto um sono repentino me invadir e tento lutar para ficar acordada, Deus sabe o que eles vão comigo!

Tento me lembrar de algo cativante para retardar o sono e falho miseravelmente, a calma e a sensação de estar flutuando me atingem e eu novamente me perto no breu da minha mente.

Assim que apago completamente, uma imagem do meu pai surge em minha frente.

Pai: olá meu amor - sorri amoroso para mim, muitos diziam que ele não me dava o amor necessário para uma criança crescer saudável e eu discordo totalmente deles. Meu pai sempre me deu todo o seu amor, ele pode ter a cara fechada mas é uma manteiga derretida - que orgulho eu tenho de você meu lírio.

Sorrio e sinto meu olhos se encherem de lágrimas, a falta de um pai nunca deveria ser sentida, todos os pais deveriam ser eternos e nunca deixar seus filhos!

Eu: eu estou com tanta saudades papai - falo com a voz rouca pelo choro - porque o senhor foi morrer logo agora que eu mais precisava de você.

Me abraço tentando afastar a tristeza e a lembrança de ver seu corpo morto no necrotério com um buraco bem no meio da cabeça.

Pai: você precisaram ser forte minha filha - começa a dizer, ignorando minha fala anterior - a partir de agora você terá que ser forte e suportar o peso de proteger uma raça inteira da escravidão.

Dou um passo para trás assustada com o que ele diz, como assim?

Proteger uma raça? Escravos?

Eu: do que o senhor está falando pai? - pergunto confusa, não é possível que o que ele fale seja verdade. Eu estou apagada e meu inconciente pode estar criando isso para me confortar.

Ele me olha e suspira, antes de sorrir e andar até mim tocando meu rosto com suas mãos quentes e ásperas.

Pai: seu futuro terá grandezas e amor, mas também terá dor e traições de quem você menos espera - me dá um beijo na bochecha - sobreviva meu amor e se torne a mulher mais temida de todas as galáxias, mostre que os humanos não são fracos e não desistem facilmente.

Mesmo confusa com sua fala, sorrio e afirmo com a cabeça, eu nunca acreditei em espíritos e assombrações mas estou começando a mudar de ideia e a achar que meu pai está mesmo no meu sonho.

Eu: eu prometo para o senhor que não irei desistir e que irei lutar para que todos conheçam e temam meu nome - levo minhas mãos aos lábios e entrelaço uma na outra, beijando a junção delas, um juramento da família Alves - todos iram conhecer Thea Alves, uma mulher que irá conquistar não sei o que, mas fará valer a pena.

Ele sorri e vai desaparecendo aos poucos até só restar o escuro e meu corpo.

Sinto algo me puxar para baixo e vejo uma grossa corrente de ouro me puxando. Grito ao cair em um posso escuro e fecho meu olhos esperando a dor da queda.

Sinto novamente mãos em meu corpo e vejo que estou novamente acordada, tento mecher meu corpo e não consigo.

Me concentro na minha audição e escuto a mesma língua estranha de antes. As mãos seguram meus ombros e os forçam contra a maca que estou deitada.

Sinto outra agulha entrar em meu pescoço e me desespero, uma nova onda de queimação me atinge e sinto meu corpo começar a se debater.

Se a queimação de antes era insuportável, a de agora é mil vezes mais forte, meu corpo queima e arde ao mesmo tempo, meu sangue parece querer sair para fora do meu corpo.

Em minha mente, grito e choro como se fosse um bebê, a dor é algo insuportável, ainda mais quando se está acordada mas não pode se mecher.

Depois do que para mim pareceram horas de dor, o gelo aliviador passa novamente, levando a dor insuportável embora e trazendo calma ao meu corpo

Escuto as pessoas na sala falarem e outra agulha é espetada em meu corpo, só que dessa vez, na minha bunda.

Amor Alienígena Where stories live. Discover now