Arqueira perdida

Adeus?

Aquilo a atingiu como um raio e partiu seu cérebro ao meio, não era possível, tinha que haver algum engano, olhando para aquelas criaturas gigantes e majestosas a sua frente, pensou que um dia seria igual a eles, ou mais ou menos isso. Em sua cabeça vinha um turbilhão de pensamentos, mas somente um tomou conta completamente. Um dia, todos que ela ama morrerão, e ela continuara viva, não poderá se casar, ter filhos (apesar de não se dar bem com crianças), não teria uma vida normal, tudo o que ela sonhou, ser especial, mas esse sonhou tomou uma proporção tão grande que a assustou.

Sua vida, o que seria dela? Coisa estranha de se pensar, mas imagine só, você vai viver pela eternidade, não vai poder se apegar a ninguém em especial, como ela já havia feito, o que lhe restava era apenas ficar sentada e esperando o tempo passar. Pensou em Will, Emma, Jorge, Meth e especialmente em Sam e Fred, todos que ela conhecia iria morrer um dia ela veria o sofrimento deles sem poder interferir! Quer coisa pior do que isso?

– Não, não e não, eu não posso fazer isso, é muita responsabilidade para mim, eu não quero.

– Mas você não tem escolha.

– Porque as pessoas vivem dizendo isso? É a minha vida, eu que a controlo não vocês!

– Talvez... – Começou Hades. – Se você nos provar que é digna de ser mortal o conceberemos se assim quiser, caso contrario... Irmão, aprovado?

– Ainda tenho minhas duvidas, por mim a mataríamos agora e não precisaríamos decidir, mas... –Completou vendo a cara que Hades e Perséfone fizeram. – Faremos um acordo, você será uma Deusa apartir de agora, mas terá que ativar esse lado, com alguma coisa que provoque emoções muito fortes em você.

– Mas...

Antes que pudesse terminar de falar escutou Zeus dizer algumas palavras em voz baixa e um clarão dourado irrompeu no aposento, levando-a de volta a seu corpo, queria voltar lá e tirar satisfação com aquele velho idiota, mas não era hora, seus amigos ainda continuavam caídos no chão, Sam andando de um lado para o outro fazendo seus passos ecoarem pelo aposento, Hanna nem se mexeu, ficou naquela posição até ter uma idéia que fizesse com que saísse daquela situação.

Não conseguia pensar em nada, se fosse tentar acordar seus amigos, Sam a veria, se fizesse o arco virar uma espada Sam ouviria e a atacaria, sua única escolha era contar com o treinamento de arqueiro, esperou o momento oportuno para que saísse do lugar, demorou, mas aconteceu. Sam cansando-se de andar de um lado para o outro virou de costas e começou a falar alguma coisa. Hanna silenciosamente foi até Will para conferir sua pulsação. Fez o mesmo com os outros o mais rápido possível, estavam todos vivos, agora precisava fazer alguma coisa que os acordasse!

"Posso atirar uma flecha em alguma coisa de metal para fazer barulho... Mas se não funcionar Sam vai ver que estou de volta e vai me atacar." pensou "Mas posso atirar em Sam primeiro e depois ir acordá-los. Não, se as "sejam lá o que for" escutarem vão me matar!"

– Droga... – Praguejou em voz alta e Sam ouviu. – Droga, porque tenho um bico tão grande?

– Aah, finalmente acordou. O que você estava fazendo?

– Deixe me ver... Não é da sua conta.

Procurou uma flecha em sua aljava, mas lembrou que não precisava dela isso retardou um pouco se ataque, fazendo com que Sam desembainhou sua espada. "Cara, esse arco ainda vai me matar", Mas Hanna logo se recuperou puxando a corda e atirando uma flecha, Sam a desviou com a lamina da espada, mas Hanna já havia atirado outra, ele fez o mesmo, os movimentos foram repetitivos, mas por sorte Sam se distraiu fazendo um comentário e Hanna aproveitou o momento e atirou mais uma flecha, esse não teve tempo nem de pensar, pois a ponta já havia cravado em seu abdômen fazendo-o sangrar!

Sam ajoelhou no chão apertando o ferimento e gritando de dor, Hanna nem se quer olhou, tinha coisas mais importantes para se preocupar, tinha pouco tempo até seus "iguais" aparecerem. Foi correndo até o corpo inerte de Will ajoelhou diante dele e começou a sacudir seu ombro, estava desesperada, ele tinha que acordar.

– Will... Will, vamos lá acorda... Will

– Ahn? Onde? Quando? Por quê?

– Não começa a fazer perguntas, me ajude a acordar os outros, AGORA!

– To indo, to indo.

"o.k acabei de atirar no meu melhor amigo, e gritei com um arqueiro, é hoje que não saio viva daqui" Foi acordar Emma e Fred, eles demoraram mais do que Will para perceber o que estava acontecendo. Quando todos estavam finalmente de pé Hanna falou:

– O.k, prestem atenção os Maximo que puderem e, por favor, não desmaiem de novo, não quero ter uma reunião de família mais uma vez.

– Família? Ahn? Do que você está falando? – Perguntou Will.

– Ta esse desmaio com certeza não te fez bem, para de perguntar.

Antes que pudesse explicar a sua reuniãozinha com seus familiares, três sombras apareceram na parede, vistas de longe eram enormes, mas quando chegaram mais perto, eram apenas três mulheres feias e velhas, Hanna se perguntou se eram elas que iriam enfrentar "Você só pode estar brincando" Então Lucy entrou no aposento, estava tão pálida e magra que Hanna teve pena dela no inicio!

– Lucy minha querida, mate-a, por favor.

– Mas vocês me falaram que não mataria mais ninguém, que Sam ficaria encarregado disso!

– Sim, mas ele no momento não esta em condições, por favor, faça! Se não quem ira sofrer será sua mãe!

Diante daquela ameaça Lucy pegou uma adaga em sua cintura e foi andando na direção de Hanna!

– Sinto muito Hanna, é pela minha mãe!

Lucy atirou a faca tão rapidamente que Hanna não teve tempo de pensar, somente fechou os olhos e esperou a adaga a atingir, mas não o fizera, alguma coisa impediu o seu caminho, e quando ela foi conferir viu Will em sua frente de braços abertos, a adaga o atingiu e ele caiu no chão.

– Não, Não NÃO... O QUE VOCÊ FEZ? Will, por favor, não faz isso comigo.

– Eu... E-eu s-sinto muito... Não queria... Não queria. – Lágrimas escorriam de seus olhos castanhos. – Diga... Diga a A-Alyss que eu a amo...

Então seus olhos perderam o foco, suas mãos pararam de segurar o ferimento e caiu de lado, seu coração parara de bater...

– Não, Will, por favor, acorda... Por favor. – Seus rosto estava cheio de lagrimas e sua jaqueta de sangue. – Will...