Capítulo 24 - Discussões em São Paulo.

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capítulo reescrito.
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- Você sai de São Paulo, mas não sai de você. - Gil diz.

- Daqui a pouco isso vira rotina.

Eu praticamente me jogo no sofá do meu antigo apartamento.

- Pensei que dessa vez você viria acompanhada.

Dou risada.

- Imaginação fértil.

- Ah, Sarah. Para! Você teve uma mudança relativamente séria desde que conheceu ela. Tirando que, todas as vezes que nós conversamos, vocês estão juntas.

- Sabe o que é isso? - Pergunto, sorrindo. - Paixão. Eu estou apaixonada por ela, e isso, meu amigo, é assustador.

Ele ri.

- Certo. Eu sei disso. Mas, você veio até aqui pelas reuniões na Heaven, não é?

Eu fecho meus olhos.

- Nem me fale nisso, Gil. Ainda são cinco da manhã e eu já estou cansada. Aliás, tudo o que eu menos tenho feito nessas semanas é descansar. - Vejo um sorriso crescer em seus lábios. - E não, não é por isso que você está pensando. São preocupações mesmo. Às coisas mudaram um pouco. Agora, além das reuniões, também estou lidando com essa situação complicada dos meus sentimentos.

- Entendo suas preocupações. É natural ficar cansada e sobrecarregada quando estamos lidando com tantas coisas ao mesmo tempo.
Você deveria parar de achar que é uma máquina e começar a agir como um ser humano.

- Sim, mas eu não consigo. Eu não posso simplesmente deixar que a Heaven seja sua responsabilidade quando não é e ajustar um tempo para ela e a Salware. Só que, nisso tudo, a Juliette está no meio. Eu não consigo administrar duas empresas com filiais e um relacionamento ao mesmo tempo.

- Relacionamento? Vocês estão namorando?

- Ainda não, mas estou pensando nisso. Comprarei uma aliança e talvez eu faça esse pedido amanhã quando voltar... E também fiquei pensando em fechar uma das empresas.

Vejo suas sobrancelhas franzirem.

- Por quê?

- Eu não consigo lidar com isso, Gil. São duas empresas, mais de três reuniões de uma hora por dia, um relacionamento, uma nova construção, uma criança, uma...

- Uma o que? - Me interrompe. - O que você disse?

- Uma construção. Pensei que tinha falado que o ex-marido dela quebrou o primeiro andar inteiro da Salware.

- Sim, mas depois disso. O que você disse depois disso?

- Uma criança.

- Uma criança?

- Sim, uma criança.

- Não, espera aí. Me explica essa história direito. Ela está grávida?

- Não, Gil. - Eu dou risada.

Consigo perfeitamente visualizá-la grávida em minha cabeça.

- Ela não está grávida. Eu a levei na "Estrelas cintilantes". Ela está apaixonada por uma criança e perguntou se eu teria coragem de adotá-la junto com ela. Juliette não pode ter filhos, e esse é o sonho dela.

- E você quer realizar isso? Que eu saiba o seu sonho não é ser mãe.

- Se fazê-la feliz signifique adotar uma criança, eu estou disposta a considerar e explorar essa possibilidade.

Amante - Sariette. Onde histórias criam vida. Descubra agora