Prólogo: Noite do vinho

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Dentro de uma das adegas da Vinícola "Vina aeternum"  - província de Gyeongsangbuk-do, Coreia do Sul

Dia 31 de Dezembro de 2023 - 23:54 da noite da virada de ano

• 🍷•

— JIMIN!

Escutei uma voz gritar por mim

A cada segundo que passava parecia menos lonquinea e distante, mas era como se não pudesse ouvi-la com clareza

— JIMIN!

Com o passar dos segundos foi se tornando mais alta me fazendo ter certeza que eu estava de alguma forma desacordado

Para tornar a convicção mais real ainda a dor atingiu meu corpo por inteiro

— JIMIN! ONDE VOCÊ ESTÁ?!

Minha respiração queimava minha garganta e o cheiro ferroso de sangue se agarrava minhas narinas me deixando atordoado

Tudo parecia desconexo e embaralhado para mim

— Ji-min — Escutei um resmungo, mas parecia muito mais próximo e sofrego do que a voz que gritava anteriormente

Meu corpo convulsionou com a dor de abrir um de meus olhos

— Argh — Resmunguei ao tentar mexer minimamente meu corpo e me erguer do cimento frio

Me arrependi no mesmo instante quando pendi para trás com a fraqueza que se apossava cada vez mais de mim e cai com um baque surdo no chão de concreto

Meu braço estava totalmente ensanguentado enquanto um de meus olhos sequer abria por causa da dor e inchaço

O lugar era escuro e gelado, como se fosse um verdadeiro buraco fétido e insalubre

Minha visão escureceu assim que forcei para me virar e enxergar o resto da extensão da sala em que estava

Parecia uma das adegas da Vinícola da família Jeon. Uma das adegas que Jungkook havia me levado tantas vezes

Por que?

— JIMIN — a voz gritou novamente, mas dessa vez mais lúcido pude perceber que era Jungkook quem gritava desde o momento em que acordei

— Jungkook — Sussurrei sem ter forças para chama-lo realmente

Aos poucos a dor atingia minha cabeça quando pouco a pouco os eventos da noite se realocavam em minhas memórias e se desmbaralhavam

O desespero me sufocava e me fazia derrubar lágrimas grossas conforme tudo começava a fazer sentido

Lembrando-me do que havia acontecido

— Ji... — O resmungo soou novamente e eu me forcei a abrir o meu olho novamente para procurá-lo

Minha voz sumiu no interior de minha garganta no momento que vi o dono da voz fraca que me chamava

— Taehy — Sussurrei com pavor sem ter forças para gritar o nome dele

Taehyung estava me encarando com os olhos cheios de lágrimas

Seu corpo jazia em cima de uma poça de seu próprio sangue no canto de uma das paredes da adega

Seus cabelos estavam desgrenhado e um dos lados de sua camiseta estava rasgada até a altura do peito, mostrando que ele havia lutado antes de cair. De sua barriga, pouco abaixo do estômago escorria uma linha de seu próprio sangue e ao seu lado havia uma garrafa de bebida quebrada e ensanguentada

Ignorando todos os chamados de meu corpo me arrastei até estar ao seu lado

— Taehyung — Sussurrei o mais alto que pude esperando que ele desse qualquer resposta, mas tudo que recebi foi um longo momento de silêncio

Ele parecia semi-morto. Não, não dessa maneira, não poderia ser assim, Taehyung não tinha nada haver com o caos que havia se instaurado

Minhas mãos tremiam em ânsia de chegar mais perto e ajudá-lo, mas eu sequer conseguia sustentar meu próprio peso

— Jungkook — Tentei desesperado por ver meu melhor amigo morrer diante de meus olhos

Arranhei minha própria garganta desesperado para que a sensação de asfixia passasse e eu pudesse gritar a plenos pulmões que precisava de socorro

Meu coração acelerado parecia querer rasgar meu peito

Me arrastei até alcançar uma de suas pernas e o puxei para mim ignorado as pontadas de dor

— Taehy — Levei minhas digitais pra sua face para buscar qualquer vestígio de expressão em seu rosto gélido

Meu corpo deslizou até cair ao seu lado agonizando junto a meu melhor amigo

O ar parecia cada vez mais rarefeito e pesado. Meu peito já subia e descia com dificuldade e o suor frio escorria por minha tempora até se perder mais abaixo em minha camisa social

Taehyung parecia cada vez mais pálido e eu não conseguia ajuda-lo

— Por favor — implorei pela última vez para que alguém nos encontrasse

Meus olhos pesaram e logo eu estava imerso em escuridão novamente

• 🍷•

Prólogo quentinho pra vocês! Espero que tenham gostado da leitura!

Até logo mais!

Dossiê: Fortuna criminosa Where stories live. Discover now