Capítulo 17

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Depois da noite incrível que tive com o Aleff na semana anterior, nós não nos vimos mais. Ele precisava estar focado na empresa, e eu pausei o meu livro antigo para escrever um novo. Na verdade, eu estava meio que fazendo minha autobiografia em forma de um romance, com tudo de mais interessante que me aconteceu durante os meus vinte e seis anos. Decidi dar nomes falsos aos personagens principais, de modo que eu me chamava Alice, Aleff recebeu o nome de Pedro, papai passou a se chamar Fernando e minha amiga do coração era a Kate. Helena, depois de pensar muito, decidi incluí-la. Seu nome seria Carla. O Igor se chamaria Nando.

As ideias surgiam de forma muito clara em qualquer hora do dia. Comecei o livro descrevendo um pouco sobre minha mãe, sobre como sentia e precisava de sua presença em minha vida.

Estava tão entretida na história que haviam dias em que passava da hora de me alimentar. Em uma semana, já estava no meio do livro. Aquilo estava me fazendo um bem tão grande que até os meus pesadelos haviam diminuído. Às vezes, Aleff e eu trocávamos algumas mensagens. Ele queria me encontrar o mais breve possível, mas tive que adiar. Precisava pôr a mente no lugar para trabalhar tranquilamente, e com aquele homem eu tinha tudo, menos controle.

Depois da noite de terça-feira, precisei pedir a Eivy que, antes que ela fosse para o trabalho, passasse no apartamento dele para me entregar uma muda de roupa, já que ele havia rasgado meu vestido. Eu só tinha a calcinha intacta. E não teria como sair só com ela.

No mesmo dia, depois que Eivy saiu do trabalho, tive que passar uma hora detalhando tudo para ela. Minha cabeça estava uma loucura com tanta informação. Ela só descansou depois que me fez admitir que estava gostando do Aleff. E como eu poderia negar? Estava estampado em minha testa com letras neon. Até um míope veria. Mas nossa relação ainda não tinha nome. Na minha cabeça, estávamos apenas ficando. Eu não tinha pressa para rotular. Tudo iria acontecer em seu próprio tempo.

Já em casa, depois de terminar mais um capítulo, decidi dar uma pausa e tomar um banho. Já se passavam das seis quando desci para comer alguma coisa. Na cozinha, encontrei meu pai conversando com Neuza, nossa nova empregada. Ela foi muito bem recomendada por uma vizinha para ocupar o lugar de Helena. Eles conversavam sobre banalidades. Fiz a egípcia e comi rápido, subindo para descansar em seguida. Quando estava quase cochilando, recebi uma ligação de Eivy.

— Oi, amiga... — sussurrei com a voz abafada, ainda com os olhos fechados e o rosto colado no colchão.

— Você não sabe quem eu encontrei agora no shopping!

— O que você tá fazendo no shopping uma hora dessas?

— É sério, Catharine? Comprando roupas, é claro! Mas não é essa a questão. Eu acabei de me esbarrar com o seu bonitão! E ele tava com a sua sogrinha!

Abro os olhos e me sento na cama.

— Sogra? Ela não é minha sogra, Eivy. Aleff e eu... a gente só tá ficando. Mas enfim..., me fala: como ela é?

— Mulher..., ela é maravilhosa! Fina, chique e muito simpática! Ela lembra um pouquinho ele, mas os olhos não tem nada a ver. Tem cabelos pretos, é alta, magra...

— Tá, já entendi, Eivy... — me diverti com sua pressa em detalhar tudo. — Você falou com eles?

— Claro! Eles foram muito educados. E tem mais! Nós vamos pra aquela balada que te falei ontem, a do centro lembra? Marquei pra amanhã! Não é o máximo?

Pisquei várias vezes, respirando fundo para não esgoelar minha amiga ali mesmo pelo telefone.

— Como assim nós?! — questionei.

A Minha Vez, Catharine - livro 1 completoOnde histórias criam vida. Descubra agora