Capítulo 66

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Capítulo 66

Chuck

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Desperto e percebo que estou suando. O quarto está mais abafado do que o normal e o motivo disso me faz querer sorrir. Assim que abro os olhos, encontro com a imagem de uma Brooke nua, ainda dormindo. Seus cabelos totalmente selvagens e os lábios brevemente separados, descrevem como seu sonho deve estar indo bem. É inevitável não vacilar no sorriso, ao me lembrar o que sonhei... Ou melhor dizendo; o pesadelo que vivenciei dormindo. Eu, Brooke, meus pais, estávamos todos no velório de Cathryn. Relembrar isso me faz travar o maxilar e começo a afastar Brooke com cuidado para não acorda-la. É algo novo para mim, ter que agir sem fazer barulho na manhã seguinte. Geralmente quando qualquer garota passava a noite aqui, na manhã do outro dia eu sempre arrumava um jeito para fazer barulho e acorda-la "sem querer". Mesmo que sem querer significasse bater com meus sapatos no chão com força, ou dar play em alguma playlist do computador, no canto do meu quarto, sem estar conectado aos headphones. Agora estou parecendo a porra de um adolescente, saindo sem que seus pais percebam. Essa ideia de parecer um garotinho apaixonado me irrita, até o momento em que meus olhos encontram com o corpo de Brooke sobre o colchão. De repente toda a raiva repentina se esvai e percebo que... Talvez não tenha problema parecer a porra de um adolescente apaixonado. Afinal, sei fazer muitas coisas que nenhum garotinho com saco pequeno saberia fazer. Consigo me sentar na beirada do colchão e me controlo, mesmo a bunda de Brooke estando a poucos centímetros de distância do meu alcance e no instante em que estou prestes a levantar, escuto um resmungo. Sinto a ponta dos seus dedos tocarem nas minhas costas.

— Você não vai fugir de novo — sua voz rouca de sono é em até certo ponto engraçada, já que parece aquelas vozes de bruxas de desenho animado.

      A olho por cima dos ombros e sorriu de lado, ao vê-la se sentando também. Brooke passa a mão nos seus cabelos, a fim de arruma-los, porém essa missão é falha. Meus olhos acabam caindo nos seus seios desnudos e antes que eu consiga contemplar a visão; Brooke me chuta de leve com os pés.

— Eca, Mimado! Acabamos de acordar seu tarado — seu habitual "eca" fica fofo, no entanto o restante do seu tom de voz me faz rir.

      Me viro, ficando agora de frente para Brooke e me aproximo do seu corpo, a fazendo se inclinar para trás a medida que meu corpo pairava sobre o seu. No segundo em que nossos rostos estão à centímetros de distância um do outro; adoto um sorriso, principalmente porque suas pupilas se dilatam.

— Nunca ouviu falar que não há nada melhor para começar o dia se não; sexo? — a questiono depositando um beijo no seu maxilar, logo em seguida um no canto dos seus lábios.

Brooke deixa uma breve risada escapar e sobe suas mãos até meu rosto, o segurando. A morena acaricia minhas bochechas e logo em seguida se inclina, colando seus lábios nos meus. Sugo seu lábio inferior e começo a escorregar uma das minhas mãos em seu corpo, na intenção de encontrar com um de seus seios. No entanto, Brooke deixa de segurar meu rosto e impede minha mão de continuar a explora-la.

— Melhor... Levantarmos... — Brooke sussurra e fazendo isso, seus lábios raspam nos meus, conforme as palavras deixavam sua boca.

Passeio meu olhar em seu rosto, na esperança de encontrar alguma brincadeira, mas como suspeitava; não há nenhuma piada. Porra. Estou tentando me acostumar com o compasso de Brooke, que é diferente das demais... Mas isso não significa que estou totalmente de acordo. Respiro fundo e me levanto. Bagunço meus cabelos e caminho em direção a cômoda, onde guardo minhas toalhas.

— Aonde vai? — sua pergunta soa mais como se ela estivesse com receio de ficar sozinha, do que se ela estivesse mesmo com a curiosidade.

— Não chore, Princesa... — brinco e a olho por cima dos ombros sorrindo de lado — Só vou tomar banho — a respondo.

— Ótima ideia, estou toda suada — Brooke ignora minha brincadeira e se levanta.

— "Ótima ideia" ? — repito o que ela acabará de falar e fecho a gaveta da cômoda, segurando as toalhas, enquanto me viro para encara-la — Não me lembro de ter te convidado, Meu bem — a provoco, já que já sabia que ela viria junto, por isso peguei duas toalhas e não apenas uma... Aquela cena da festa onde tivemos que dividir uma toalha só, não será tão engraçada se todos estiverem sóbrios.

Observo Brooke parar de se mexer, puxando o ar e respirar fundo. Minhas sobrancelhas se unem de leve, me fazendo repassar tudo que disse na intenção de encontrar o que a deixou incomodada... Ela entendeu que foi uma brincadeira, não entendeu?

— Você disse; Meu bem — como se entendesse que eu estava a procura do que disse de errado, Brooke explica com um tom de voz baixo, correndo seu olhar no meu rosto.

— Ah... — ergo as sobrancelhas expressando ter entendido, sequer tinha percebido que a chamei assim, porquê pareceu; tão natural? — Eu, é... — movo uma mão até minha nuca, bagunçando meus cabelos — Gostei de você me chamando de meu bem naquele dia, achei que você gostaria também de ser chamada assim — admito e espero pela sua risada, tirando sarro de algo tão tosco, no entanto ela não vem, a morena apenas continua a me encarar e tenho quase certeza que suas sobrancelhas se erguem um pouco.

— É mesmo? — sua pergunta soa baixa, como se estivéssemos trocando um segredo e percebo quando ela tenta tocar sua luva, no entanto sua mão está descoberta, então ela só encontra com sua pele tatuada.

— Sim, apesar de ser algo íntimo pra porra — concordo com a cabeça e dou de ombros, querendo aliviar a porra do clima.

— É... — ela faz uma carinha, como se repensasse naquilo e desce seu olhar para o chão.

Permaneço observando apenas e somente seu rosto, mesmo ela estando total e inteiramente nua, prolongando o sacrifício, que está me abrindo de dentro para fora.

— Por isso que gostei, é algo só nosso... Meu bem — tento suavizar sorrindo de lado e Brooke retorna suas órbitas pretas para o meu rosto.

A princesa umedece os lábios e concorda de leve com a cabeça. A mesma logo abre um sorriso e se aproxima, pegando uma das toalhas das minhas mãos.

— Também gostei Mimad... — Brooke se interrompe e leva uma mão até sua testa com uma caretinha — Dãa, quis dizer; também gostei Meu bem — o sorriso que aparece no seu rosto, me encanta e me enfeitiça na mesma medida.

Medida essa que nunca me encontrei antes. E no segundo em que meus olhos caem sem permissão para seu sorriso e não para seus seios, percebo que eu realmente estou nos pés dessa garota.

— Porra... — sussurro.

Talvez DesconhecidosWhere stories live. Discover now