trinta e cinco

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𝕸𝖆𝖉𝖗𝖎𝖉, 𝕰𝖘𝖕𝖆𝖓𝖍𝖆

— Será que eu joguei pedra na cruz em uma das minhas outras vidas, azeitona? — Marcelo perguntou baixo e eu ri, observando ele brincar com as nossas mãos

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— Será que eu joguei pedra na cruz em uma das minhas outras vidas, azeitona? — Marcelo perguntou baixo e eu ri, observando ele brincar com as nossas mãos.

Estávamos jogados no tapete da sala, depois de termos tomado um reforçado café da manhã.

— Não, Marcelo, você só foi burro. — Digo e ele faz bico, me olhando.

— Ai. — Murmurou.

— É verdade!

— Eu sei. — Sussurrou. — Ainda não sei o que me deu para ter voltado com a Jasmin depois de tudo. Foi uma imensa burrice mesmo.

— O que vocês conversaram? Como chegaram a um consenso para reatar o namoro? — Pergunto curiosa, vendo ele entrelaçar nossos dedos.

— Nem me lembro direito. — Disse baixo. — Ela falou algumas coisas sobre estar arrependida de ter feito aquilo e que sentia saudades. Acho que eu também sentia um pouco, e juntando isso com a proposta dela de voltarmos e ela retirar a denúncia, acabei aceitando.

— Você acha que sentia saudades?

— É que só acontecia em raros momentos. O que prevalecia era o sentimento de raiva, mas às vezes eu não conseguia não lembrar das coisas boas.

Fiquei em silêncio por um tempo e ele também, mas então eu dei um fim, fazendo uma pergunta.

— Naquela noite do barco, quando nós transamos... — Começo e olho para ele. — Você já tinha decidido voltar com ela? — Pergunto baixo.

Tocar naquele assunto ainda me deixava um pouco sensível. Lembrar que eu havia me entregado completamente para ele e dito que o amava para poucos dias depois ele voltar com a Jasmin sem me dizer nada fazia o meu coração apertar.

E o silêncio de Marcelo após a minha pergunta trouxe de volta a sensação de sentir o coração se quebrar, como no dia em que descobri sobre ele e a ex.

— Azeitona... — Ele murmurou e eu soltei a minha mão da dele.

— Marcelo, aquela foi uma das melhores noites da minha vida, sabia? — Pergunto, me sentando e vendo ele fazer o mesmo. — Até hoje eu me pegava pensando no quanto eu queria voltar para aquele dia e sentir novamente todas as sensações que você me proporcionou aquela noite, principalmente quando você disse que me amava.

Marcelo abriu a boca para dizer algo, mas eu não deixei.

— Eu esperei por anos até ouvir você dizer "eu te amo" sem que fosse apenas como amiga. — Continuo. — Queria que você tivesse noção do quanto você me magoou quando voltou com ela e do quanto está me magoando agora, que estou descobrindo que você já havia combinado tudo com a Jasmin antes daquela noite.

— Me desculpa. — Ele pediu assim que viu que eu não falaria mais nada. — Eu sei que foi errado eu fazer tudo isso e eu sinto muito por ter magoado você. Se eu pudesse, eu voltaria atrás e faria tudo diferente.

— Nada foi de verdade aquele dia? — Pergunto baixo. — Eu sei que era só um plano, mas... eu achei que tivesse sido de verdade a última vez.

— Foi! — Respondeu rápido e se aproximou mais, segurando em meu rosto. — Meu bem, eu juro que foi de verdade, principalmente quando eu disse que amava você.

Dei um sorriso sem humor, não acreditando no que ele dizia.

— Pareceu que foi da boca pra fora, porque eu fui um idiota, fiz tudo errado e estraguei quando quando voltei com a Jasmin, mas tudo o que tivemos, cada beijo, cada toque... — Sussurrou, passeando com a mão pelo meu rosto. — Foi de verdade. — Disse baixo.

Suspirei e tirei as mãos dele do meu rosto, me afastando.

— Então, o que você vai fazer agora? — Pergunto, desviando um pouco do assunto e vendo ele abaixar o olhar depois que me afastei. — Sobre a Jasmin e a nova acusação.

— Vou deixar acontecer. — Deu de ombros. — Não vai dar em nada, ela não tem provas. O meu advogado já está resolvendo tudo.

— Já estaria tudo resolvido se você não tivesse voltado com ela. — Falo.

— Eu já sei, Olivia, você não precisa me lembrar toda hora. — Resmungou e voltou a deitar, colocando as mãos no rosto.

Suspirei e me deitei também, olhando para o teto da minha sala.

— Eu não sei se devo acreditar em você. — Digo baixo, sem o olhar. — Se você sente mesmo alguma coisa por mim. É meio difícil acreditar depois de tudo.

— Tudo bem. — Falou abafado.

— Tudo bem eu não conseguir acreditar em você?

— Não posso fazer nada sobre isso. — Disse e eu o olhei, vendo que ele continuava com as mãos no rosto. — Vacilei e já pedi desculpas, agora é você quem sabe.

Continuei o olhando por um tempo, sem o responder, e depois voltei a atenção para o teto, mordendo o meu lábio.

— Marcelo... — Chamo baixo.

— Hm?

— Eu estava com saudades. — Sussurro, tão baixo que eu tive um pouco de dúvida se ele havia escutado ou não.

— Também estava com saudades. Com muita mesmo. — Marcelo falou, encostando a cabeça em meu ombro e voltando a pegar a minha mão, entrelaçando nossos dedos mais uma vez.

Mordi o lábio com força, tentando ignorar toda a confusão que estava em minha mente naquele momento e apenas aproveitar a presença dele.

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tô gripada
quero morrer

não sei que capítulo foi esse, mas tomara que esteja bom

Santorini ━━ Marcelo VieiraWhere stories live. Discover now