Ponto de partida.

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Vender minha alma para um demônio super sensual ou me entregar aos desejos carnais e me tornar a própria rainha do Inferno?

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Vender minha alma para um demônio super sensual ou me entregar aos desejos carnais e me tornar a própria rainha do Inferno?

Mais uma vez, me senti pressionada com os papéis oficiais, a adaga afiada e o par de olhos negros como obsidianas me fitando. Aquele seria o meu momento final dentro da Onrefni, onde tudo seria decidido do jeito mais tradicional e doloroso, do jeito que todos os demônios gostam tanto.

Eu havia os enrolado o máximo que consegui. Era claro que, após três anos convivendo com os sete príncipes do inferno, eu já deveria saber qual contrato deveria assinar, para quem entregaria minha alma, mas ainda assim, depois de tanto pensar, eu realmente não sabia o que fazer.

Tudo havia começado com um maldito anúncio no metrô da cidade.

Era segunda-feira e eu estava no centro da cidade entregando talvez, meu décimo sexto currículo. Já tinha gastado minhas últimas notas com mais um punhado de papéis, com a passagem de ida e volta e só poderia comer quando voltasse para casa.

Estava saindo de uma cafeteria onde havia me candidatado para ser barista quando um carro um tanto desgovernado quase me atropelou. Dei um pulo para trás e como resultado, mais da metade dos meus currículos haviam sido jogados ao chão. E agora como eu iria organizá-los por função?

Eu sei que não era a coisa mais honesta a se fazer, mas eu havia mentido em praticamente todos os currículos. Não fazia ideia de como ser barista, babá ou vendedora comissionada de loja de imóveis, mas ninguém precisava saber disso. Pelo menos não por enquanto.

Sempre acreditei que o ideal seria a empresa pegar alguém sem experiência e moldá-lo como desejar.

Juntei meus papéis e encarei meu relógio por um momento, já passava das quinze e trinta e meu estômago implorava por uma refeição. Decidi me presentear com uma pequena folga, já que eu estava há mais de três semanas seguidas buscando algum emprego, seja lá qual for.

Foi então que algo estranho me ocorreu.

Caminhei em direção ao metrô e enquanto descia as escadas em direção ao grande e largo corredor, um anúncio gigantesco me chamou atenção. Tratava-se de uma vaga de emprego um tanto suspeita.

"Cansado de trabalhar feito um condenado e ganhar o mínimo para sobreviver? Venha fazer parte da nossa equipe", encarei aquela típica foto de funcionários felizes, com um fundo que mais parecia ter saído do pixabay. Eles realmente acreditavam que conseguiriam contratar alguém assim?

Dei de ombros e segui meu caminho normalmente, tentando evitar aquele começo de aglomeração, uma vez dentro da plataforma dei de cara com o anúncio outra vez.

"Comece com um salário mínimo e em menos de dois meses você já estará ganhando mais que o triplo do valor", ah claro, só poderia ser sistema de pirâmide.

CEO COM C DE CAPETA [VERSÃO I]Where stories live. Discover now