Isinha e Julinho

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Pov Isa

Me chamo Isabela Souza, sim, filha dos Souza... a família rica que tem a filha perfeitinha... bom, pelo menos é isso o que acham e é isso que eu tento fazer a 23 anos. Me lembro de ter lá pelos meus 6/7 anos, ver os vizinhos brincando na rua no meio da tarde e não poder sair pois precisava estudar, às vezes eu até saia, mas não podia brincar, meus pais tinham medo de eu me machurar mas nessas vezes em que eu saia, um menininho de cabelos castanhos curtos, olhos cor de mel, era 2 anos mais velho que eu, sempre vinha me fazer companhia e eu gostava disso, não me sentia sozinha...

Com o tempo, fomos crescendo, aos 10 anos se me lembro bem, meu amiguinho me chamou em um canto:

Ele: Isinha, eu acho que gosto de você...

Eu: ah... eu também gosto de você Julio... — digo com um pouco de vergonha

Julio: quer ser minha namorada? — perguntou sorrindo do modo mais fofo possível

Eu: eu quero sim — dou um beijinho em sua bochecha e saímos de mãos dadas

Como crianças são ingênuas... me lembro também de chegar em casa depois desse dia, e falar para os meus pais que eu estava namorando toda feliz, eles por outro lado ficaram um pouco bravos, mas depois de descobrirem que era Julio Peña, filho de pais ricos como os meus, não ligaram muito.

Eu e Julio trocávamos segredos e beijos na bochecha, nada mais que isso, até que no meu aniversário de 12 anos (Julio com seus 14) ele me chamou pro meu quarto, disse que queria tentar algo novo, na hora fiquei com medo, mas quando ele passou a mão na minha bochecha e segurou minha cintura, selando nossos lábios pela primeira vez, eu me senti incrível como nunca antes... lá se foi meu primeiro beijo... ai ai bons tempo.

Se lembram quando eu disse que trocávamos segredos? Bom, isso virou um problema, Julio uma vez me contou que seu pai batia nele, e disse para não contar a ninguém, foi o que fiz, mas certo dia, eu estava na minha casa vendo um filme e Julio bateu na minha porta, quando abri encontrei um garoto com os olhos vermelhos de choro, sangue na boca, o olho roxo, cabelo bagunçado e as mãos fechadas com força, ele estava bravo e muito machucado.

Julio: o que você fez Isabela? — Isabela... ele nunca me chamava assim

Eu: não fiz nada Julinho, por que?

Julio: contou pra alguém sobre meu pai não foi?

Eu: não, você me disse para não contar

Julio: para de mentir — ele estava chorando e isso me causou dor

Eu: eu juro que não!! Não falei nada a ninguém

Julio: mentira!!!! Você é uma mentirosa, está tudo acabado Isabela Souza, nunca mais quero olhar na sua cara — disse bravo e chorando

Eu: mas eu nã... — ele me corta minha fala

Julio: adeus Isabela — e ele vai embora sem nem deixa eu falar

Ok... foi um término, mas pra uma garotinha de 12 anos que namorava com o garoto desde os 10 era muito mais que isso, eu depositei confiança em uma pessoa que quebrou meu pequeno coração em mil pedacinhos, eu gostava dele, gostava muito, me lembro até hoje do sentimento... mas esse sentimento virou ódio, puro ódio, fechei meu coração pra qualquer um que quisesse entrar, tive por muitos anos dificuldade de confiar nas pessoas e isso atrasou um pouco na minha vida.

Bom, hoje em dia, já superei tudo isso, mas ainda tenho ódio dele, ainda moro com meus pais, ainda sou vizinha do Julio, faço faculdade de cinema e tenho duas melhores amigas e um melhor amigo, são pessoas que confio de olhos fechados.

Pov Julio

Me chamo Julio Peña, filho de pais ricos, tenho 25 anos e sonho em deixar a casa dos meus pais, o que é um pouco difícil, por que não trabalho e não tenho dinheiro próprio... meus pais sempre me mimaram e deixaram eu fazer tudo, tudo mesmo, quando eu tinha 8 anos, vi uma garotinha sentada em um banco, tinha cabelos castanho escuro e os olhos cor de café, parecia triste então decidi ir falar com ela, a menininha era menor que eu e era muito bonitinha, me disse que seus pais não deixavam ela sair pra brincar, por isso, a partir daquele dia, todos os dias eu ia na frente da casa dela pra brincar.

Viramos grandes amigos, os melhores eu diria, quando eu tinha 12 anos, percebi que gostava dela e queria que ela fosse minha namorada, fiquei com um pouco de medo de levar um fora, mas mesmo assim falei com ela, com o aorriso mais lindo que já vi ela aceitou, me deu um beijo na bochecha e saímos de mãos dadas.

Com o passar dos dias, viramos grandes confidentes, contávamos TUDO um para o outro, mas tinha uma coisa que eu tinha medo de contar... mas como a regra era, não ter segredos, coloquei na minha cabeça que um dia eu contaria, mas na hora certa.

Quando chegou o aniversário dela de 12 anos, eu quis dar um momento especial, chamei ela pra um quarto mais reservado, que no caso foi o dela:

Eu: eu quero te dar um presente especial e diferente

Isa: ah Julio, não precisava de presente, ter você aqui já é o melhor

Eu: mas eu tenho um melhor ainda — sorrio e vou chegando mais perto dela, passo a mão em seu rosto, ela fecha os olhos e sorri, seguro um sua cintura a puxando para mais perto e selo nossos lábios, depois de um tempo me afasto e abro os olhos, ela estava me olhando com os olhos brilhantes e sorrindo como nunca antes

Isa: eu amei o presente Julio — me da mais um selinho e saímos de mãos dadas

Depois desse acontecimento, ficamos ainda mais próximos, um dia que estávamos em sua piscina eu disse o meu segredo:

Eu: olha... vou te contar, mas você promete não contar pra ninguém né?!

Isa: prometo Julinho — ela sorri

Eu: bom, o meu pai, ele me bate quando ele tá bravo... por isso q às vezes eu não apareço pra te fazer companhia

Isa: sério?! — ela diz com cara de choro

Eu: sim, mas lembra, não pode falar isso pra ninguém, ta bom Isinha?

Isa: tá, mas toma cuidado — ela me deu um beijinho na testa

Depois disso eu sai da casa dela e fui ver meus amigos, quando voltei pra casa, meu pai estava em pé com cara de bravo, disse que os vizinhos ficaram sabendo que ele me batia e vieram perguntar se era verdade, ele disse que eu abri a boca e que agora eu ia apanhar de verdade... nem preciso dizer como fiquei, era culpa dela, culpa da minha namor... ex namorada, não iria namorar uma garotinha que mente e em quem não posso confiar, fui na casa dela tirar satisfação e disse que nunca mais queria ver sua cara, aquilo doeu em mim, mas eu não podia fazer mais nada.

Hoje, adulto, ainda tenho ódio de Isabela, a garota que acabou com a minha vida, depois disso, eu nunca mais namorei, apenas dormia com as mulheres e depois sumia, as únicas pessoas em quem confio são Andrea, André e Guido, meus melhores amigos.

Eu odeio te amar •isulio•Where stories live. Discover now