49. MEGAN

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   - Achei que você e Liam nunca fossem sair daquele quarto para se despedir – é a primeira coisa que falo quando fico de pé para abraçar Samantha

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- Achei que você e Liam nunca fossem sair daquele quarto para se despedir – é a primeira coisa que falo quando fico de pé para abraçar Samantha.

    Todos os convidados estão na recepção do hotel, cuidando dos detalhes do check-out. Nossa semana paradisíaca chegou ao fim e posso falar com propriedade que esses dias em Honolulu foram – no mínimo – intensos. É como se sentar para assistir um episódio de uma série, pegar a pipoca e o refrigerante e então encontrar o sol nascendo pela janela, percebendo que passou a madrugada maratonando a temporada inteira. Você passa da felicidade para a tristeza, da angústia para o alívio e das lágrimas para o riso em um período curto de tempo. Tão curto que é preciso o resto do dia para absorver o turbilhão de coisas que aconteceram nesse meio tempo.

       Não tenho certeza se um dia somente será suficiente para que eu consiga organizar todas as narrativas que se entrelaçaram nessa última semana.

      - Precisei barganhar com ele para conseguir uns minutos de descanso – é a resposta que recebo, junto com uma piscadela.

     - Eu já sabia que ele iria amar ser pai, mas não ao ponto de não te deixar sair da cama – rimos juntas, nos sentando nas poltronas cor de creme.

     - Meg, Liam superou qualquer expectativa que eu pudesse ter criado para o momento. Nunca fui tão feliz e realizada em toda minha vida.

     Pego sua mão macia, ajeitando-a entre as minhas e encaro profundamente suas íris castanhas antes de dizer com toda a sinceridade que cabe em mim. – Você merece cada gota de felicidade que está transbordando do seu corpo agora.

       Seus olhos marejam e sou obrigada a conter os meus próprios, a curiosidade falando mais alto.

      - E então? Quero detalhes de como foi sua noite de núpcias – vejo os cantos de seus lábios se erguerem num futuro sorriso malicioso e rapidamente me corrijo, negando com a cabeça. – Claro que não os sórdidos com Liam. Essa parte deixa para vocês. Quero saber sobre a reação quando falou dos gêmeos.

       Baixo a voz ao falar a última frase. Ainda que Sam esteja radiante de felicidade sobre a gravidez, confessou para mim que não quer deixar a situação pública por enquanto. "Melhor esperar o primeiro trimestre passar para termos certeza", disse noite passada, numa das vezes que paramos para fofocar. Por isso os pequenos são um assunto exclusivo dos nosso círculo íntimo de amigos, por hora.

       - Eu coloquei os dois pares de chinelinhos dentro de uma caixa de presente e pedi para um dos funcionários entregar em nosso quarto logo após estarmos dentro. Liam ficou um pouco furioso no começo por ter sido interrompido logo em nossa primeira noite de casados mas depois o fofoqueiro interior que habita dentro dele quis abrir para ver do que se tratava – ri ao se lembrar do parceiro, mordiscando o lábio inferior. – Os sapatinhos são lindos, inclusive. Obrigada por isso.

        Faço um gesto com a mão para deixar para lá. - Foi uma honra para mim sumir no final do casamento e correr numa das lojinhas dentro do resort em busca de sapatinhos de bebê. Fiquei feliz por achar chinelos.

       Sam me arrastou para o canto da festa, que já estava para terminar, e me contou sobre seu plano improvisado para contar a Liam sobre a gestação. A maioria dos convidados estava tão alcoolizada ou com sono que sequer repararam numa madrinha correndo para as portas do salão, torcendo o pé devido ao salto alto vez ou outra e puxando a barra do vestido vermelho para não arrasta-lo no chão.

       - Quando ele finalmente abriu a caixa... - um suspiro sonhador escapa de Samantha – foi tão maravilhoso poder ver as expressões em seu rosto mudando de acordo com o sentimento que o ia invadindo. Confusão, choque e, depois de racionar, amor. Deus, Megan, creio que Liam nunca olhou para mim daquele jeito antes. Não que eu tenha o que reclamar, mas foi como se o próprio Deus dele tivesse descido na Terra.

         É impossível evitar o largo sorriso estampado na minha cara. – Te disse que ele reagiria assim.

          Sam revira os olhos na minha direção. – Eu sei, eu sei. A tarde de ontem foi só um surto por causa dos hormônios. – Seus olhos se fixam em meu rosto, carinho refletido neles. – Sentirei sua falta nesses próximos dias.

        Acaricio sua mão, cruzando nossos dedos.

       - E eu, a sua. Nova York sempre fica vazia sem você.

       A mulher a minha frente deixa escapar uma gargalhada alta. – A cidade que nunca dorme fica vazia?

       Dou de ombros, mostrando diversão. – Ninguém tem a luz de Samantha Margaret Miller.

        Sou puxada para mais um abraço, mais apertado dessa vez.

        - Não pode falar essas coisas para mim e esperar que eu não me desmanche em lágrimas. Principalmente agora com seus afilhados a caminho.

        Sinto meu coração expandir e se aquecer com a menção aos pequenos seres que agora crescem em seu útero. Filhos. Minha melhor amiga será mãe.

       Jesus Cristo.

       - Cuide bem deles enquanto eu não estiver por perto para administrar tudo – sussurro em seu ouvido.

       - Administrar? Você fala da gravidez como se ela fosse uma empresa.

       - É quase isso – minha resposta a faz me empurrar para trás, rindo outra vez.

        Ponho-me em pé, enganchando a bolsa em meu ombro esquerdo. Samantha faz o mesmo, ajeitando a saia cor-de-rosa em seu corpo.

          - Vou aproveitar que esvaziou e entregar a chave para fazer o check-out – preparo-me para a despedida. Não será tanto tempo assim, ela e Liam ficarão no Havaí apenas mais um punhado de dias antes de retornarem para Nova York, mas mesmo assim é sempre difícil não estar perto de Sam para mim. Ela é minha alma gêmea, no fim das contas.

           - Tudo bem. Me manda mensagem quando chegar no aeroporto e quando pousar também – dá um passo para trás, apontando o indicador para mim. – E quando chegar no seu apartamento. E antes de dormir...

       - Ok, mamãe – resmungo como de costume, sabendo que poderá escutar.

      Só que dessa vez, ao invés de me mostrar a língua e revirar os olhos, ela me dá um dar de ombros, concordando com o que foi dito.

      - Te vejo em Nova York, Meg.

      - Te vejo em Nova York, Sam.

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Minha amizade preferida <3

O capítulo de hoje e o da semana que vem são um desfecho para a parte 2 do livro (na qual aconteceu MUITA coisa), e por isso estão mais curtinhos. Semana que vem tem o cap 50 e logo depois partiremos para a terceira - e última - parte da história. Como se trata de uma duologia, entraremos na reta final para a conclusão de todos os arcos abertos até agora. Preparados?

Num piscar de olhos estaremos no fim.

Beijos,

M. P.

Todos os dias deixados para trásМесто, где живут истории. Откройте их для себя